Namorados de mentirinha

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{ Izuku }

Bati meus pés, impaciente, olhando para a porta da sala.

Uma semana se passou e nenhuma notícia de Kacchan. Sua mãe não respondia minhas mensagens ou ligações, o que me levava a pensar que: ou ela estava zangada comigo, ou ele estava muito mal mesmo.

Tampouco ele via minhas mensagens, na maioria das vezes nem as recebia. Eu não sabia em que hospital ele estava internado e nem quando receberia alta. Tentei perguntar ao diretor Aizawa, mas ele disse que não foi informado sobre o hospital, apenas sobre o estado se saúde de Kacchan.

No final do sétimo dia que eu não o via resolvi tomar uma atitude meio desesperada. Arrumei minhas coisas na mochila e a joguei por cima do ombro, ignorando o olhar curioso que ganhei de algumas pessoas, saindo pela porta. Eu já havia visto Kacchan fazendo aquilo várias vezes, então provavelmente iria funcionar comigo. Quer dizer, ninguém nunca o impedia de sair da escola na hora que ele queria.

Andei depressa pelos corredores, rezando para que minha mãe não aparecesse ou algum professor decidisse pedir minha ajuda com alguma coisa. Por sorte o caminho estava livre de professores e mãe, somente com alguns conhecidos encostados pelas paredes ou tomando sol no jardim.

Cruzei os portões sentindo-me um fugitivo. Alguma vez eu havia matado aula? Não, nenhuma vez sequer. Minhas mãos estavam frias, mas eu estava mantendo uma cara tranquila. 

Atravessei a rua e continuei andando em direção a o endereço de Kacchan, reparando como aquelas ruas ficavam cheias durante a manhã. Meus olhos estavam fixos na casa dele assim que entrei na rua, mas nenhum dos dois carros estava ali. Nem o da mãe dele, nem do pai. As cortinas estavam todas fechadas e as portas também, o que não era exatamente normal daquela casa.

Suspirei e me virei para ir embora. Enquanto eu andava na direção contrária, um carro preto veio diminuindo a velocidade até parar do meu lado. Quando a janela desceu completamente eu quase gritei.

- Izuku! - o pai de Kacchan, Masaru, cumprimentou. - Veio ver o Kat?

- Ah! Senhor Bakugo, eu... É, vim sim. Eu queria saber se ele já estava melhor ou se vocês estariam... Sabe, em casa. - murmurei sem jeito.

- Bem, ele está melhorando. Deve ter alto hoje a tarde. Eu vim buscar algumas roupas dele. Você quer ir vê-lo? Já está perto do horário de visitas.

- O que?! Sério? Eu... Eu posso? - gaguejei ansioso.

- Claro! Espera só um pouco enquanto eu pego as coisas dele. Pode ficar no carro se quiser - ele disse, saindo do carro e deixando a porta do carona aberta. Masaru me deu um abraço rápido enquanto ia correndo para dentro da casa.

Ainda sentindo-me meio surpreso sentei no banco do carona e esperei. O carro tinha aquele cheiro de novo e banco de couro. Também tinha uma foto bonitinha de Kacchan bem mais novo. 

Masaru voltou trazendo consigo a mochila de escola de Kacchan e uma caixa de frutas frescas.

- Com fome? - ele perguntou e me ofereceu.

- Estou sim, obrigado!

Enquanto eu comia ele me pediu para segurar a mochila de Kacchan e deu partida no carro.

- Senhor Bakugo...

- Pode me chamar só de Masaru - ele corrigiu.

- Eh, ok. Hm, Masaru - comecei timidamente. - Kac... Katsuki recebeu muitas visitas dos amigos dele?

Masaru negou com a cabeça devagar, concentrado na pista.

- Sabe, o Kat não é muito... Sociável, por assim dizer. Ele nunca teve amigos na escola, nem fora dela. Você na realidade é o primeiro amigo dele que nós conhecemos - Masaru explicou e eu corei, sem acreditar. - Kat gosta bastante da sua amizade e eu e a mãe dele também. Você tem sido um ótimo amigo.

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