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- Não acredito que está com medo, são galinhas, elas que tem medo de você, filha! - disse meu pai ao lado do portaozinho pequeno do galinheiro

Estavamos na fazenda do meu tio Marcos, ele infelizmente pegou uma doença grave e vinhemos passar um tempo aqui. Pelo menos até ele se recuperar. O problema são alguns dos animais daqui, gostei das vacas, da mula, dos bezerros e os porcos são até fofinhos, mas as galinhas não foram com a minha cara, tenho medo de entrar dentro do galinheiro para colocar comida e elas me atacarem com aquele bico maior que a cara.

- Não pai, olha aquela ali olha - apontei para uma galinha parada que me olhava - ela deve estar estudando os lugares do meu corpo para quando eu entrar ali. Ela me picar todinha. Entra lá o senhor, que não tem medo. - cruzei meus braços, meu pai gargalhou enquanto colocava uma coisa estranha dentro de um balde azul

- Pare de frescura meu bem. Se não entrar eu nunca mais compro papel higiênico colorido pra você, pra mim. - mordi meu lábio enferior encarando o galinheiro - Você viu aquela nova cor? Um azul bem escuro, parece que ele tem uns detalhes também, parece uma estralas, sabe?

- Eu vou. Mas promete que vai comprar dessa nova cor pra mim? - murmurei pegando o balde médio do chão

- Prometo, agora vai lá. Vou voltar para ver seu tio. - concordei com a cabeça e suspirei encarando a galinha que ainda estava parada me encarando

A encarei de volta, como se estivesse a chamando para um duelo de gigantes. Tomei coragem e entrei dentro do galinheiro, nunca vi tanta galinha junta em toda a minha vida, e o negócio é bem grande. Pra que tanta galinha? Ovo enjooa.

Andei receosa, olhando para os lados. Joguei um pouco da mistura dentro dos potes e me assustei quando as galinhas vieram de montes para cima de mim, mas pude respirar quando elas começaram a comer, me virei para ir embora, mas escutei o barulho do pote me fazendo virar.

As galinhas estavam paradas, arregalei meus olhos e enguli seco quando todas me encaravam, eu ainda segurava o balde com a maioria dos grãos, agachei de vagar para colocar no chão, mas larguei tudo lá quando elas vieram atras de mim. Comecei a correr pelo galinheiro enquanto gritava por alguém, um monte pequeno de galinhas começaram a comer oque eu deixei cair, a maioria delas me perceguiam.

Quase Babá |G!P| ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora