13. Ninguém vai me impedir novamente

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DIA SEGUINTE

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DIA SEGUINTE

PARK YUNA

Os meus olhos se abrem aos poucos. A claridade que entra no quarto pela janela, afeta as minhas orbes com força. Fecho e os abro com calma, piscando várias vezes para me acostumar com aquela dor ocular e de cabeça que me atingem no mesmo momento.

As minhas costas doem, principalmente pela posição que estou deitada. Mas, eu sei o que aconteceu na noite passada para me fazer sentir todas essas dores, de uma vez só. O peso em minhas costas é nítido e eu viro minha cabeça para o lado, vendo a cabeça de Jungkook e seus cabelos caídos em frente ao rosto.

Jungkook dorme profundamente, numa posição ainda mais desconfortável que a minha. Estou abraçada a suas pernas e ele dorme com a cabeça sobre as minhas costas nuas. Ainda temos esse pequeno porém, de uma transmutação. Ao voltar ao normal, volta completamente nu. Na noite passada, Jungkook pode não ter aguentado esperar que eu voltasse ao normal, e isso o esgotou. Por isso, estamos do jeito que estamos.

Tentar ser cautelosa para que Jungkook não acorde, é algo que eu não sou capaz de fazer. Já que quando ele abre seus olhos e encara os meus, se assusta e vai para trás violentamente. Sua cabeça se choca contra a porta e ele rosna pela dor. Choramingando pelo desconforto na cabeça.

Um riso baixo escapa de mim e com calma, eu me afasto de suas pernas e me cubro da maneira que posso, me arrastando até a cama e puxando dela o cobertor. Cubro minha nudez desajeitadamente e respiro fundo, aliviada por ele não ter visto absolutamente nada.

Jungkook massageia a cabeça, gemendo baixinho pela dor que ainda sente. Ele pisca com calma, totalmente confuso e assustado. Jun me encara, os olhos pequenos e inchados pelo sono que ele sente. A posição desconfortável que ele estava, por mais que tenha o feito dormir bem, lhe fez demorar para pegar no sono. Causando-lhe todo cansaço muscular aparente.

— Desculpa, mas, você tava com a cabeça na minha coluna. — Aviso.

As bochechas de Jungkook coram violentamente e ele ri, coçando a nuca.

— Que isso, saeng. — Tomando coragem, Jungkook se levanta do chão. É muito notável a expressão de desconforto em seu rosto, mas, ele suspira. E faz todo esforço possível para se manter de pé. — Nada que eu não possa lidar.

— Certeza? Se quiser pode dormir aqui na minha cama, eu vou me trocar. Tenho algumas coisas para resolver. — Seguro com força o lençol contra meu corpo e me levanto do chão.

Eu sei que estou toda bagunçada e cheia de olheiras, mas, não é como se eu fosse capaz de me importar em o quão destruída eu estou.

— Posso dormir mesmo? — Manhoso, ele questiona.

— Fique à vontade. Só não vá babar nos meus travesseiros. — Jungkook revira os olhos e me dá língua.

Seus passos são leves, ele quase para de tanto sono. Quando se aproxima de minha cama, se senta na borda e se deita. Sequer dá o trabalho de se cobrir. O cansaço não lhe permite fazer isso.

— Jun oppa? — Chamo.

Com um "hum", ele responde.

— Obrigada. Obrigada por ficar comigo, por me ajudar. Obrigada. — Minha voz soa baixa, envergonhada. Mas, meu coração sente profunda gratidão pelo que ele fez e por como cuidou de mim.

— Se me der um beijinho, estaremos ainda mais quites. — Ele ri e eu reviro meus olhos. Me aproximo o suficiente dele, para me curvar e beijar suas bochechas. Sinto ele corar ainda mais e rir envergonhado.

— Agora estamos quites.

— Estamos. — Perdido de sono, é a única coisa que ele responde antes de apagar por completo.

Me volto na direção do banheiro e entro.

Passar pela transmutação ajuda um pouco. Não tira toda a dor que eu sinto, mas, faz ela ser tolerável e não me deixa surtar. Por poucos minutos, não entrei em colapso. Foi por muito pouco que todo meu ser e minha mente não entraram em um complô e explodiram. Eu estava prestes a explodir de tanta dor física e mental.

Descobrir todas as coisas que Yoongi fez, ter de lidar com o luto e saber que perdi quatro anos do meu filhote, mataram tudo por dentro. Fizeram-me ajoelhar e me curvar para um sofrimento que nunca senti antes. Saber que eu perdi tudo, todos os pequenos avanços do meu filhote, me mata.

Eu só queria ter estado presente, ter acompanhado suas primeiras palavras, seus primeiros passos e seu primeiro dia na escola. Fui privada disso, pela pessoa que conquistou aos poucos a minha confiança e ganhou minha simpatia e amizade. Yoongi me privou da única coisa que eu jamais deveria ter sido privada.

E saber que Jimin deixou-se levar pelas palavras dele, foi a gota d'água.

Quando sinto a água cair sobre as minhas costas, compreendo que aos poucos as coisas vão se resolver e tudo que eu preciso fazer é encarar a verdade. E principalmente, confrontar o meu amor do passado. Aquele ao qual eu jurei amor eterno, aquele que me tem em suas mãos e sabe disso. Confrontar Jimin, depois de anos, é algo que eu preciso fazer.

Porque eu quero ver o meu filhote, e ninguém, ninguém vai me impedir novamente.

𝐋𝐔́𝐏𝐔𝐒 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓, 𝐲𝐨𝐨𝐧𝐤𝐨𝐨𝐤.Onde histórias criam vida. Descubra agora