Capítulo Treze

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- Dragon! - Zayn vibra, saltitando pelo quarto. - Você o encontrou!

- Eu sei, mas... - murmuro, sem compreender a confusão de emoções embaralhadas no peito. Estou dentro de uma miscelânea de euforia, dúvida, atração e medo. Há duas semanas troco olhares com o monitor gato de economia, cada vez mais a fim dele, mas, imaginar que se trata do "predestinado" muda tudo, principalmente depois que...

- Não acredito que ainda está pensando no cavalheiro da motocicleta vermelha quando o destino lhe dá uma baita pista de mão beijada!

- Mas eu vi. Era a moto dele!

- E daí? Você não pode ficar obcecado por um rapaz que viu uma única vez na vida! Aliás, nem chegou a ver. Vai que o sujeito é um horror de tão feio.

- Com aqueles olhos e aquele corpo? Duvido - digo, mas sem convicção.

No fundo sei que ele tem razão. Não posso empacar nessa ideia idiota.

- O que mais tem são esses caras que colocam adesivo de cavalos na moto. Que ideia! Mas pensa bem, quantos deles têm o sobrenome Dragon?
Sem contar que o Stan é...

- Gentil, rico e muuuuuuito gato! - Pulo na cama e agito os pés no ar.

- Você nunca mais vai precisar se meter em confusão, amigo! - Zayn empurra minhas pernas para o lado. - Acabou a era das trambicagens!

A ficha cai e me sinto agoniado de repente.

- Ele quase me chamou para sair, Z.

- Ah, não! Você vai ter que mantê-lo afastado. Stan precisa ser o décimo terceiro.

- Não vai ser fácil. Ele tá dando em cima direto. - Mordo o lábio e confesso: - Stan parece tão perfeito que às vezes acho que é alguma pegadinha daquela bruxa.

- É verdade. - Ele fica perdido em pensamentos por um segundo e, arregalando os olhos, volta a si. - Mas ele tem que ser o número treze e ponto final!

- Isso é insano! - Afundo as mãos no rosto. - Não posso aceitar tudo o que aquela cartomante disse como verdade absoluta.

- Pode e vai! Tudo aconteceu exatamente de acordo com as previsões dela. Preciso te lembrar disso? - rosna e, ao ver que empalideço, acrescenta: - Fica calmo. Vamos arranjar uma solução. Tem certeza de que ele seria o número doze?

- Pelas regras dela, sim. Madame Nadeje só considera namoro se houver sexo e se o rapaz me anunciar como seu namorado.

- Hum... - Zayn fica pensativo e sua fisionomia atipicamente maquiavélica me faz hesitar. - E não teve mais ninguém? Pensa bem...

- Pensar é só o que faço ultimamente, que droga! Já queimei todos os neurônios! - Minhas bochechas ardem. - E, a não ser que eu tenha sido abduzido por um extraterreste que tenha abusado de mim e depois contado tudo para os amigos ETs para tirar onda, apagando minha memória no final do processo, não, não teve mais ninguém!

- Bom, então a solução é mantê-lo parcialmente em suas garras enquanto encontramos o namorado provisório de número doze o mais rápido possível.

- Você não está querendo dizer que...?

- Exatamente o que você entendeu - diz ele, pragmático, deitando na própria cama e puxando o edredom. - Um namorinho inocente com Stan enquanto fisga outro sujeito às escondidas. Tempo apenas para que o coitado caia na sua rede. Aí é só se livrar do infeliz e partir para o "viveram felizes para sempre" com o príncipe encantado.

- Tá maluco? Stan não é burro! É óbvio que vai descobrir, e aí poderemos colocar tudo a perder.

- Nem vem! Você está é com medo de não segurar o fogo no rabo, isso, sim. - Ele gargalha. - Além do mais, quem é o mestre em aplicar golpes aqui?

Treze - { Larry }Onde histórias criam vida. Descubra agora