"Estamos no meio do outono onde pelas ruas desertas da cidade podia se encontrar uma camada fina de folhas secas no chão. Meu relacionamento de longa data estava indo de mal a pior, o que realmente me deixava para baixo ultimamente, mas era estranho...
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Acordei assustada com o som de um trovão, me sentindo como se tivesse acordado de um longo pesadelo. Pisco algumas vezes tentando entender onde estou, podendo sentir o pânico tomar conta do meu corpo ao notar que estava em uma cama que não era a minha, o que me fez ficar assustada ao reparar que também não estava na minha casa. Meus olhos corriam pelo quarto espaçoso e parcialmente escuro, a única coisa que se podia ouvir em meio ao silêncio era a chuva batendo na janela sem piedade em meio aos ventos uivantes.
Em uma tentativa de me sentar na cama, sinto uma leve fisgada em minha cabeça me fazendo pôr a mão no local e notar um pequeno curativo. Como um raio, as lembranças da noite desastrosa vieram à minha mente, me fazendo prender a respiração, levando a minha mão ao meu peito sentindo meu coração se contrair.
"Como era possível existir aquilo?" – Pensei, já sendo tomada pelo desespero. – "Então, era verdade o que as pessoas falavam na cidade sobre eles!" – Minha mente parecia começar a montar o tão difícil quebra-cabeça e a cada peça que se encaixava, tudo parecia obscuro e medonho.
Podia sentir as lágrimas se acumularem em meus olhos, minhas mãos tremerem e minha respiração começar a se desregular ao lembrar de que eles queriam se livrar de mim. Logo um clarão toma conta de todo o quarto seguido de um trovão forte, me fazendo soltar um grito baixo onde tento abafar pelos cobertores e logo a porta do quarto é aberta por Taehyung que vem em minha direção preocupado.
– Você está bem? – Ele indagou de forma ofegante, esticando a mão para tocar em meu cabelo, mas me afastei, fazendo-o olhar para baixo. – S/N. – Ele se sentou na beirada da cama olhando para as próprias mãos enquanto franzia o cenho de modo arrependido, enquanto eu me encolhia na cama assustada. – Eu posso explicar. – Seus olhos foram de encontro aos meus em forma de súplica.
Agora fazia sentido o que ele tinha falado naquela noite passada. Ficamos um tempo em silêncio, eu precisava entender tudo o que estava acontecendo ali, enxugo as lágrimas que insistiam em cair enquanto tentava entender tudo, mas meu cérebro não queria acreditar no que tinha visto a horas atrás, abraço minhas pernas para conter o pânico, ergo meus olhos o vendo soltar um longo suspiro olhando fixamente para as mãos enquanto mordia os lábios inferiores de forma raivosa. Ele parecia se culpar por tudo o que estava acontecendo.
– E-eu... – Ele parecia escolher as palavras certas. – E-eu tentei ficar longe, juro que tentei. – Taehyung se levantou andando de um lado para o outro, passando as mãos nos cabelos o jogando para trás. – Mas isso é muito mais forte do que eu. Não queria que você descobrisse dessa forma. – Ele passou a língua no lábio inferior e logo em seguida os mordeu mostrando sua frustração.
– Aquilo era... – O olhei surpresa, mas o mesmo me interrompeu.
– Sim, era eu. – Seus olhos se encontraram com os meus me fazendo arrepiar.
– Como?
– Eu nasci assim. – Ele deu um longo suspiro e se sentou na cama. – Eu sou um ômega em um pequeno clã, todos os caras que você conheceu hoje são metade lobos também. – Sua voz saiu de forma simples, como se estivesse aliviado por poder me contar tal coisa. – Não era para ter acontecido aquilo na cozinha. O Yoongi ele... é complicado. – Suspirou parecendo estar receoso com tudo isso.
