Capítulo 10

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— Tem um cara lá fora te procurando. — Martha diz, interrompendo meu jogo de cartas com Mike e Arthur. Acabamos de apostar uma barrinha de kit Kat, a qual eu queria muito. Mike joga as cartas sobre a mesa, desistindo.

— É o filho da puta do Geronimo? — ele questiona, ficando de pé.

— Não você, você. — aponta pra mim, s está com um sorriso misterioso — Você tem bom gosto.

— Como assim?

— Apenas vá Astrid!

Arthur me estende a barra de kit Kat, agradeço indo pro hall. A galera me segue. É quarta feira, hoje finalmente acabamos de catalogar todos os livros novos. Tip e meu pai estão em casa num plano de pintarem as paredes sem contratar uma pessoa especializada, ambos se acham profissionais o bastante.

No hall, o vejo antes mesmo de ele me ver. Alto, jaqueta de couro e coturno. Cabelo preto enrolado. Tatuagens.

— Wendy! — digo seu nome e ele se vira. Está com argolas pequenas mas orelhas, sorri. Ele é como um cara de catálogo de revista, lindíssimo. Poderia ser modelo de quisesse. Poderia ser ator. Poderia comer qualquer uma.

— Onde está minha garota punk? — diz em voz baixa e corro até ele. Me jogo em seus braços e ele me aperta. Inspira no meu cabelo — Senti sua falta. — gemo baixinho, ainda o abraçando — Senti tanto a sua falta.

— Para de dizer isso. — sussurro, e ele me abaixa. Seguro seu rosto e o beijo, lentamente. Ele sorri — Deus Wendy, também senti sua falta.

— Eu sei babe, eu sei.

As coisas entre mim e Wendy começaram há pouco mais de 1 ano e meio, ele ainda estava no terceiro ano. Nunca pensei que fôssemos ficar juntos por tanto tempo. Ele é exatamente como uma versão masculina de mim, transava com todo mundo que queria. Separadamente, somos bons mas juntos, éramos sensacionais. Um relacionamento aberto, com um cara como ele, me proporcionou as melhores experiências de todas. Atualmente não faz faculdade, tirou um ano sabático. Ele tem 19 anos, eu 17. Nem preciso dizer que meu pai não ficou muito contente com a pequena diferença de idade mas quando ele de fato, conheceu o Wendy, entendeu o porque eu gostava dele. Wendy é um badboy perfeito, na aparência. Sempre tratou minha família com respeito, e a mim também. Se alguém foi submisso na nossa relação, nunca fui eu.

— Ele é um sonho. — Martha sussurra. Wendy está lendo numa das poltronas, uma perto das janelas. Está esperando meu turno acabar. Tirou a jaqueta e agora os braços tatuados estão à amostra — Um sonho pornográfico. — acrescenta, toda corada — O que você faz pra fazer um cara desse tipo se apaixonar?

— Enforca e senta nele como se sua vida dependesse disso. — digo e Arthur engasga com o latte dele. Sorrio — Foi mal, esqueci que estava aí.

— Tudo bem. — ele passa a mão pelos cabelos, ignorando a mancha de leite na camiseta. Também espia o Wendy — Vocês dois dormem com outras pessoas?

— Sim.

— Sem brigas e ciúmes?

— Sim.

— Os dois juntos, com mais alguém na cama?

— Sim.

— Dois homens?

— Claro. — respondo, e ele tenta não parecer chocado mas falha miseravelmente — Quando começar a transar precisa experimentar de tudo. Prazer é prazer Arthur, não tem do que se envergonhar ou privar.

— Queria ter sua mentalidade. — Martha me diz, suspirando — O mais radical que fiz foi no parque municipal, e era de noite.

— Martha! — Arthur berra, envergonhado.

O Caos até vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora