Capítulo 13

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— Olha, sinceramente, eu acho que você está me perseguindo. — digo, me virando pro Arthur que esbarra em mim, porque estava colado no meu passo. Estou na rua, vim lanchar no McDonald's e ele me viu, e seguiu, assim como tem feito desde a semana passada quando me pegou no terraço.

Não lhe expliquei nada, e nem pretendo. Ele pareceu genuinamente preocupado no momento, e entendo como pareceu mas não passou de um colapso mental... Não vai acontecer novamente, até garanti isso pro Arthur mas ele não cede. Continua achando que eu vou atirar nos meus miolos assim que ele me der as costas.

— Está indo pra onde? — questiona enfiando as mãos nos bolsos do casaco marrom. Ele está vestido como um maluco, jeans folgado, blusa verde 3 tamanhos maior que o corpo dele e uma jaqueta marrom horrível. O cabelo está uma bagunça.

— Vai a uma convenção de mendigos locais? — pergunto, e ele ri.

— Estava fazendo uma faxina lá em casa. Sabe como é, minha mãe já trabalha demais o mínimo que posso fazer é ajudá-la. — explica — E você, o que faz aqui nessa tarde ensolarada de sábado? Sem festa na piscina com o Even ou coisa assim?

Penso no Even rapidamente, se estivéssemos juntos eu com certeza estaria em um programa legal agora. Talvez só bebendo com ele, ou vendo um filme, ou dando uma volta com o pessoal.

— Ele me odeia agora. — revelo, e dou de ombros ao ver a surpresa do Arthur — Não vou me envolver mais com ninguém. É minha nova regra, meu pai disse que se eu levar alguém pra casa perco uma viagem pra Paris no fim do semestre com a Cat.

— Que loucura. E a Cat, como vai?

— Estudando muito, ela quer passar pra uma universidade da Ivy League, se inscreveu em vários cursos durante esse verão. — digo, voltando a caminhar — Arthur, pode ir, na boa. Estou bem.

— Sei que está. — diz caminhando ao meu lado — Só que também sei que não tem mais amigos aqui. Além de mim é claro.

— E desde quando somos amigos?

— Desde que você ia pular de um terraço e eu a segurei. — declara, com humor — Não contei nada pra minha mãe, como deve ter percebido. E aí te vi ali sozinha na rua e pensei, há uma casa inteira pra eu arrumar, porque não ter ajuda? Que tal?

— Está me cobrando um favor?

— Aquilo não foi um favor. Foi... Só foi. E não estou cobrando, estou pedindo sua ajuda.

— Não obrigada. — afirmo, abrindo um sorriso amarelo — Tenho coisas melhores pra fazer em um sábado.

— Como ir sozinha ao McDonald's?

— Claro.

— Qual é Astrid, quatro mãos funcionam melhor que duas. E seu pai tem tomado todo o tempo da mamãe com essa história de deque. Anda, vai, eu insisto. — súplica, e reviro os olhos assentindo — Legal, agora me paga um big mac, com batatas.

— As vezes eu não entendo você.

— Em que sentido?

— Todos os possíveis.

— Sou enigmático? Misterioso?

— Nah, quase esquizofrênico. Ou qualquer tipo de doido com dupla personalidade. — declaro, abaixando os óculos escuros.

É, não foi assim que imaginei passar meu sábado mas fazer o quê?

       A casa dos Verona é exatamente como imaginei que seria. Simples porém muito bonita, e organizada. Eles moram numa parte mais afastada da cidade, acho que fica há uns 5 quilômetros lá de casa. Eles não tem vizinhos, moram numa região de plantações. A casa é de madeira, está pintada de cinza, pintura recente. Há flores ao redor da varanda da frente e no lado de dentro não está tão bagunçado assim. Arthur já parece ter arrumado quase tudo.

O Caos até vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora