Eternal Love

Quinto

Os dois se casaram três semanas mais tarde, em uma sexta-feira à noite, depois do trabalho. O casamento foi realizado por um juiz que concordou em realizar a cerimônia em seu gabinete. Para total surpresa de Sakura, Sasuke foi uma das testemunhas e piscou para ela quando o casal assumiu seus lugares perante o juiz. Aproximadamente quinze colegas de trabalho se encontravam em pé atrás deles no pequeno gabinete. O som de pés se movendo e um burburinho discreto conferiam um fundo sussurrante à cerimônia. Sakura trabalhara as duas semanas de aviso prévio. A última semana passara cuidando do novo apartamento e vendendo ou armazenando o que não seria necessário.

Sakura julgou o apartamento, que por fim escolheram, caro demais, mas Naruto não ligara para suas objeções. Era espaçoso, tão grande quanto uma casa de tamanho médio. Possuía quatro quartos e uma enorme varanda, onde podiam reunir os amigos, fazer exercícios físicos e ter muitas plantas. Também possuía uma lareira a gás na sala de estar, a qual ela suspeitava ter sido o motivo principal que o levou a optar pelo apartamento.

Naruto olhara para a lareira com uma diabólica expressão de satisfação e ela fora obrigada a concordar, com alguns arrepios de antecipação, quando pensou no inverno que se aproximava e nas noites que passariam em frente às chamas acolhedoras.

Mas para Sakura, o melhor do lugar era a síndica do condomínio, que morava no andar inferior, Saori Hashimoto era uma mulher de 30 anos, divorciada, jornalista autônoma e mãe de um menino de 15 anos mais fantástico que Sakura já conhecera. Akira Hashimoto, já com 1,80 de altura, elegante e atlético como a mãe, calmo e muito educado, o que era espantoso na sua idade. O garoto possuía uma voz de barítono suave e profunda e herdara as feições clássicas do pai, mas com a sutileza dos traços da mãe, desde as mechas do cabelo castanho ao nariz imperioso. Trabalhava depois da escola em uma pequeno supermercado, ajudava a mãe no condomínio e ainda era o primeiro aluno da turma. Naruto ainda não conhecia o garoto prodígio, como Saori o chamava com uma nota de temor na voz, como se não pudesse acreditar que era mãe de um espécime tão perfeito. Akira estava economizando dinheiro para a faculdade, mas segundo Ino, ainda tinha muito pouco e, a menos que tivesse sorte de conseguir uma bolsa de estudos, teria que trabalhar duro para custear a faculdade até o final.

Sakura não sabia se Naruto possuía contatos em alguma faculdade, mas se havia alguém que merecia uma força, era Akira.

Saori era uma mulher alegre e de bom senso. Alta e atraente como uma modelo. Tinha cabelo castanho e vibrantes olhos cinzentos. Desempenhava quaisquer tarefas de maneira casual, o que as faziam parecer bem mais fáceis do que na realidade eram. Fora ela que ajudara Sakura a arrumar a mobília do apartamento, já que Naruto havia partido naquela manhã de segunda-feira em uma viagem de negócios e não retornaria até quinta-feira à noite.

Sakura o fitou disfarçadamente enquanto o juiz dava andamento à cerimônia. Ele trajava um terno azul escuro, com uma impecável camisa risca-de-giz azul-claro, uma discreta gravata de seda azul-marinho e um lenço, também de seda, no bolso do paletó. As nuances de cores combinavam perfeitamente com sua pele morena. De repente, ela sentiu dificuldade de respirar e seu coração disparou em antecipação à noite que estava por vir. Tivera oportunidade de fazer amor apenas em três ocasiões, com a inundação de viagens que afastava Naruto por diversas vezes e suas próprias tarefas, as agendas dificilmente se combinavam. Ela o desejava e seu corpo se sentia vulnerável e quente.

Naruto estava tenso, o braço rígido onde seus dedos se apoiavam no cotovelo dele; A voz grave parecia cansada e a mão tremeu quando deslizou a aliança de ouro no dedo dela. Sakura fechou os dedos com força, como se quisesse fundir o anel à sua carne. Então, ele roçou seus lábios com um beijo leve e a cerimônia terminou. Com a mão unida à dela, ergueu os cantos da boca num breve sorriso e voltou a ficar sério.