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— O que é? — Foi ver a proprietária precisamos daquele terreno Ruggero faz parte do projeto beneficente ? Puta que pariu

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— O que é?
— Foi ver a proprietária precisamos daquele terreno Ruggero faz parte do projeto beneficente ?
Puta que pariu. Esqueci.
— Fui. — Minto. — Iremos reencontrar amanhã.
— Ótimo. Teve algum progresso?
— Acho que sim. Veremos amanhã. Te darei um retorno.
— Estou esperando, estamos confiando em você, Ruggero . Use o que
tiver de usar para convencê-la.
O que ele quer dizer: Se possível, seduza ela para conseguir.
— Ok. — Desligo e caio de volta na cama olhando para o teto.
Merda. E agora? O jeito é marcar com essa mulher para amanhã, para fazer a
mentira se transformar em verdade.
Me visto, dou um até logo para Daniel, que me olha intrigado. Dirijo
até minha cobertura, e praguejo muito, usando todo tipo de palavrão enquanto
procuro nas minhas coisas a pasta referente ao caso.
Quando encontro, vejo o telefone e ligo para ela. Atende rápido.
— Oi.
— Senhora Mara? — Me jogo em minha cama.
— Sim.
— Aqui é o Ruggero , interessado no seu  imóvel.
— Interessado? — Ela tem uma voz de gralha, meio estridente.
Parece ser de uma mulher nova, mas com sotaque do interior.
Massageio a testa me sentindo irritado. Preciso contar a verdade.
— Sou da Orfeu.
— Ah, aqueles urubus? Não vão ver um pedacinho do meu imóvel.
— Sim, eu sei que a senhora está chateada. Eles são bem indigestos
mesmo. Eu gostaria de conversar com a senhora amanhã, apenas para
terminar o assunto.
— Pode vir, já tenho advogado.
— Ótimo. Posso passar às nove?
— Pode. Não me ligue mais.
Otária.
Desligo e jogo o celular para o lado. Tiro a roupa, abro uma cerveja e
vou para a sala com a pasta do caso ler e ficar por dentro do que está
acontecendo.

O  TRATO...

Cheguei às nove em ponto no local do encontro. Olho para cima e o
prédio em questão, que está tirando o sono de Mike , é velho e não se
enquadra em patrimônio histórico. Pesquisei ontem sobre ele e parece que a
prefeitura também tem interesse sobre o prédio. Todo o terreno ao redor já foi
comprado pela Orfeu e agora estamos tentando fechar todo o quarteirão para
vender a um único cliente.
Mas com esse trambolho aí no meio, fica difícil.
Aperto o interfone velho e sujo e espero a conhecida voz de gralha
atender.
— O que é? — Ela berra.
— Oi, senhora Mara, sou o cara da Orfeu, te liguei ontem.
— Suba. — O portão de ferro antigo destrava e eu entro. A escada é
escura e fede a mofo. Tem rachaduras na parede e precisa urgente de uma
reforma. Se ela não aceitar o acordo milionário, vamos ter que denunciar para
a vigilância civil.
Bato na porta da casa, ela abre com um puxão uma vez que é uma
porta emperrada e eu vejo a mulher pela primeira vez. Aparenta ter uns
quarenta anos. É um pouco gorda, tem cabelos pretos fartos e encaracolados e
usa óculos de grau. Ela olha para mim de cima a baixo antes de me deixar
passar.
Todavia, tomo um espanto quando vejo quem está sentado no sofá.
Michael , noivo de sol . Ele também se levanta perplexo ao meu ver e posso
ter certeza que a única coisa que compartilhamos em pensamento não é nada
em relação ao imóvel e sim a uma mulher que ele dividiu comigo. O que veio
na minha mente foi: “Olha o noivo da mulher que fiz sexo”. E ele com
certeza deve ter pensado: “Olha o cara que fez sexo com minha noiva”.
— Esse é meu advogado. — Mara grasna. — Quer beber alguma
coisa?
— Um café, Mara. — Michael  pede e mostra uma cadeira para eu me
sentar. Ela sai e eu me sento, sem piscar, o encarando ainda perplexo.

Te amo ( Terminada )Onde histórias criam vida. Descubra agora