Vesti a camisa e quando ia saindo do quartinho dei de cara com um polícia.
Polícia: cabô o tempo. - apenas assenti e ele colocou a mão em mim pra me empurrar.
Rd: ou, desencosta porra, ta pensando que é quem? - me virei pra encarar ele que tava com um sorriso debochado. - Fica sorrindo mermo pau no cu do carai, te mato aqui mesmo.
Polícia: com que arma?
Rd: preciso de arma não, tenho mãos, sou homem, sua puta. - e ele continuou com o sorriso no rosto.
Me virei e voltei pra minha cela, já sabia o caminho mermo.
...
Pk: já irmão?
Rd: parece né? - acendi um verdin pra relaxar. - tu não teve visita hoje não?
Pk: pior que não... to na seca já. - se sentou no chão e encostou a cabeça na parede. - Quem foi a doida que veio te visitar?
Soltei a fumaça pro lado.
Rd: Jéssica.
Pk: do manguinhos? - assenti. - Bonita?
Rd: te interessa não. - fui mó grosso
Pk: ih, o mano ta com ciúmes carai. - riu. - mas conheceu a mina hoje. - mostrei meu dedo do meio.
Rd: que mané ciúmes o que... se fudê rapá. - continuei com o meu verdin ali.
Pk é um parcero meu de anos já, sempre comigo, lado a lado, meu braço direito no tráfico, sub do maguinhos.
Depois que meu pai morreu em um confronto com esses vermes, o poder passou pra mim, e desde então transformei o Pk no meu braço direito.
Meu pai cuidou de nós dois, já que o Pk foi abandonado pela mãe quando era bem pequeno, crescemos juntos, entramos no corre juntos, claro, até mesmo antes de começar a comandar aquela favela nós era aviãozinho, e aos poucos fomos subindo.
Pegamos os mesmos anos de cadeia, passa bastante pela cabeça em fugir, mas paramos para pensar e é melhor cumprir essa porra e depois ficar livre.
Não vamos ter a ficha limpa, mas irei cumprir essa pena aí.
Pk: aí, a mina que tu passou a vara tem uma amiguinha não. - joguei o resto do cigarro de maconha no chão e pisei em cima.
Rd: deixa de ser ridículo, isso é jeito de falar, otário? - ele deu de ombros. - e eu não sei não, depois eu tento desenrolar isso aí pá tu.
Pk: pô irmão, jaé jaé. - ficamos ali sentados pensando na porra da vida até chegar a hora do almoço.
...
Pk, 25 anos
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