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☠️Ricardo Diaz☠️

Deixa eu te falar, tô a horas aqui no hospital esperando notícias da minha mulher e nada, tão fazendo uma bateria de exames nela e eu aqui quase afundando o chão de tanto andar de um lado para o outro, meu celular começa a tocar na bolsa dela e eu já pego atendendo o mesmo assim que eu vejo o nome do Terror na tela.

Ligação:

Terror: fala aí irmão, como tá a pequena? Geral aqui preocupado- fala assim que eu atendo
Eu: nem sei pô, tão fazendo uma bateria de exames nela e eu aqui sem notícias pô- falo me sentando numa cadeira
Terror: tô ligado, mas qualquer coisa liga aí, tô aqui pro que precisar pô
Eu: faz um bagulho para mim, daqui eu só saio com a minha mulher e tu já tá ligado disso, mas leva padre, pastor, mãe de santo, pai de santo, benzedeira, se possível leva até Deus para benzer a casa, não sei o que era aquele bagulho mas coisa boa não era- falo passando a mão no cabelo
Terror: pode pá, mas tu tem certeza que viu alguma coisa irmão?- pergunta e eu confirmo com a cabeça
Eu: claro que vi, tô ficando louco não caralho, tava do lado da Luiza na cama- falo esfregando o rosto
Terror: pode pá, vou resolver isso ai para tu- fala e eu confirmo com a cabeça olhando o nada
Eu: valeu irmão, fé ai- falo e desligo

Ligação:

[...]

Eu: vai querer ajuda no teu banho?- pergunto colocando a bolsa da Lu na cama
Lu: precisa não amor- fala e vai pro banheiro.

Pego a bolsa dela colocando na poltrona e já sento na cama esfregando o rosto nervosão mesmo, tô mó preocupado com a Luiza pô, ela num é de ficar doente pô, tô ficando com medo, namoral mesmo. Entro no banheiro vendo ela na banheira olhando o teto e me aproximo dela lhe dando um beijo, tiro a minha roupa e tomo um banho de chuveiro mesmo, quando termino me seco e enrolo a minha toalha na cintura e saio do banheiro indo pro closet, visto uma boxer qualquer, uma bermuda preta e uma camiseta cinza, calço meu chinelo e jogo só um boné na cabeça mesmo, do jeito que a Luiza tá eu nem arrisco mais ficar com qualquer roupa, a qualquer momento posso sair daqui correndo com ela para o hospital.

[...]

Tô aqui assistindo um filme suavão com Luiza e a doida sai correndo para o banheiro, ela bate a porta e só escuto ela trancando a porta, bato na porta tentando abrir e nada, escuto ela gritando e já vou me desesperando.

Eu: baby abre aí, o que tu tem amor?- pergunto preocupadão e só escuto algo pesado caindo no chão- Luiza?- chamo e nada dela- LUIZA- grito e nada, meto o pé na porta que se abre e revela a minha mulher no chão apagadona.

Me abaixo do lado dela e começo a dar tapinhas leves no seu rosto, porra baby acorda, sua pele vai ficando gelada e eu coloco o dedo em baixo do seu nariz, a respiração dela tá ficando fraca, tento sentir o seu pulso e quase não sinto nada, já levanto com ela no colo desesperado e pego a bolsa dela correndo pra garagem, coloco ela no colo e entro indo acelerado pro hospital, porra baby não faz isso comigo não. Quando tô perto do hospital pego a porra de um trânsito e já vou buzinando.

Eu: AGILIZA AI PORRA, MINHA MULHER TA MORRENDO AQUI DENTRO CACETE- grito com a cabeça para fora do carro e já vou buzinando mais, os carros a minha volta foram buzinando- porra baby calma, não morre porra, não me deixa agora- falo me desesperando
- ANDA AI PORRA, TEM GENTE MORRENDO NUM CARRO AQUI- grita uma moça colocando a cabeça para fora do carro buzinando também
- A MULHER DO CARA AQUI TA MORRENDO CARALHO, ANDA AI PORRA- grita um cara de dentro de um carro e a mulher sai do carro vindo até mim
- calma, eu sou médica- fala e abre a porta do passageiro, desligo o carro dele desço do mesmo desesperado mesmo- coloca ela no banco de trás- manda e eu faço, coloco a Luiza no banco de trás e o cara que tá com ela já trás a bolsa dela- como é o seu nome?- pergunta colocando o negócio lá de ouvir o coração no ouvido
Eu: Ricardo- falo olhando a Luiza desesperado
- calma Ricardo, eu vou tentar salvar a sua esposa, mas eu preciso que você se acalme- fala e eu só olho para a minha mulher desesperado- liga para algum parente ir esperar vocês no hospital xxxxxx, minha filha tá ligando para uma ambulância do carro- fala e eu confirmo com a cabeça.

Pego meu celular no bolso e já ligo pro Terror, tô tremendo porra, não posso perder a minha mulher não cacete.

Ligação:

Terror: fala ae, aconteceu alguma coisa?- pergunta assim que atende
Eu: a Luiza mano- falo já sentindo a minha garganta fechando- a Luiza tá morrendo aqui mano, tava levando ela pro médico e tá um trânsito do cacete, tem.uma médica aqui atendendo ela mas porra- falo e as lágrimas já vão rolando pelo meu rosto
Terror: aonde tu tá mano? Para que hospital tu tá levando ela?- pergunta tudo de uma vez
Eu: tô na principal pô, vão levar ela pro hospital xxxxxx- falo secando as minhas lágrimas
Terror: as meninas tão indo pro hospital e eu tô indo aí com o Cobra, o JP e P2- fala e desliga na minha cara.

Ligação:

- Ricardo né?- pergunta e eu confirmo com a cabeça- senta um pouco Ricardo, você está tremendo, pode acabar passando mal também- fala e me leva até a calçada, sento e vejo a médica fazendo uns bagulhos lá na Luiza.

Olho pro chão e começo a chorar mermo pô, não sou de chorar não, mas porra, minha mulher tá morrendo na porra do meu carro, tem como não chorar não.

O Preço do Pecado (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora