Capítulo 6

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- É o que?! - Gritou Matthew levantando bruscamente da cadeira e contorcendo sua face de dor. - Como vocês podem fazer isso comigo? Eu estudei por muito tempo pra conseguir ser o melhor da classe, sempre! 

"Que arrogante..." 

Pensou Arthur. 

- Peço novamente que mantenha a calma! - Interrompeu a Diretora Adelaide. - Tivemos de fazê-lo, pois somente assim conseguiremos controlar o que até então não sabemos do que se trata.

Matthew voltou a se sentar bufando e com uma tentativa de cruzar os braços voltou a dizer.

- Certo, então o que vai acontecer daqui pra frente? 

- Vocês ficarão sob minha supervisão direta e diariamente, -Respondeu Professor Freduardo. - A saída de vocês para a missão será adiada para que possam receber um treino maior e mais dedicado. 

- Então quer dizer que vamos treinar juntos? - Perguntou Arthur.- Para de ser sonso, é claro que sim! - Retrucou Matthew com tom provocativo, mostrando que era completamente responsável com seu linguajar. 

- Seu dissimulado, pare de ser mal educado! 

- Mal educado é a mãe! 

- A sua! - Retrucou Arthur revoltado. - Vá caçar o que fazer! 

Antes mesmo que Arthur terminasse a frase, Matthew partiu pra cima do garoto como se não sentisse mais nenhuma dor na tentativa de lhe dar um sopapo, porém logo que saltou de sua cadeira, um escudo invisível o impossibilitou de atingir seu oponente. Os dois docentes estavam de pé, muito assustados e se preparando para uma outra leva de explosão e magia como presenciaram anteriormente. 

- PAREM COM ISSO! - Gritou a Diretora com uma voz ecoante. -Vocês devem manter a calma! Vocês querem acabar com o castelo por inteiro? 

- Garotos lembrem-se de manter a calma! - Disse Freduardo ajustando seus pelos que cobriam seus olhos. - Caso vocês percam o controle será muito difícil de contê-los. Principalmente que nenhum de vocês sabe como proteger um ao outro. Como disse, eu mesmo irei supervisioná-los e vocês irão treinar juntos, então obviamente irão formar um time futuramente. 

- Vamos deixá-los descansar por enquanto e voltaremos a conversar, - finalizou Adelaide Dela Wiz arrumando suas vestes. -Tivemos um dia intenso hoje, tirem o restante do dia de folga e vão para seus dormitórios para descansar. 

Os dois garotos caminhavam pela larga e comprida ponte que ligava diretamente às torres dos dormitórios sacerdotais, era um corredor muito grande que fazia caminho de uma parte interna do castelo para as torres externas, eram gigantescas, com muitos metros de altura e telhados dourados de formato pontiagudo. Haviam bandeiras muito extensas e suntuosas em cada torre, bandeirolas decorando todo o comprimento da ponte que não parecia ter fim. 

Era visível a batalha interna que era travada entre os dois rapazes, porém eles mesmos não entendiam o porquê se sentiram tão nervosos naquele momento, parecia uma raiva mútua que os consumia chamando-os para algo que não conheciam e foram barrados. 

- Olha, - começou Matt - eu não consigo ficar bravo com as pessoas, de verdade não entendi o que houve, mas eu não sou assim. 

- É, acontece. - Respondeu Arthur. 

- Certo, acontece. - Por um momento Matthew parou e ficou olhando para Arthur, que continuou andando como se estivesse andando sozinho. - Ei, está bem? 

- Sim. 

Foi apenas o que o garoto respondeu. Matt continuou parado e não quis continuar andando. 

- Sim? - Indagou o jovem paladino, chamando a atenção do novato. - Você jogou uma magia ancestral em mim como se fosse a coisa mais normal do mundo e fala que está bem? Qual seu problema? 

Arthur respirou fundo, fechou seus olhos, passou suas mãos pelos cabelos fazendo sua franja cair no mesmo lugar que estava anteriormente, olhou para Matthew com um ar muito sério, suas grossas sobrancelhas estavam muito mais próximas de suas pálpebras, dando um ar de muito mais velho ao garoto. 

- Olha, não sei o que houve, como você ou até mais, não estou entendendo nada do que está acontecendo, porém pelo contrário estou tentando manter a calma...- Fez uma pausa para respirar e logo continuou. - Podemos somente caminhar até nossos dormitórios, sem forçar nenhuma conversa? 

Matthew contorceu sua face por completo, fechou os olhos, inspirou muito fundo e fingiu gritar muito alto, soltando toda sua raiva com a maior força possível com sua boca aberta, mas sem emitir nenhum som. 

"Dissimulado" 

Pensou Arthur que continuou andando.

Contos da Estrela do Norte - O Sol e a LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora