Meu Alfa

║23║

║Suporte║

☾

"Haechannie?"

A feição confusa do beta mudou para contente por um mísero segundo, ao identificar seu visitante, antes de passar para uma preocupada, quando percebeu que este chorava.

"Ah, Haechannie" - puxou o garoto com rapidez para um abraço - "Vem, entra"

O menino foi conduzido para o sofá que conhecia bem, mesmo que fizesse semanas que não visitasse a pequena casa.

Doyoung foi até a cozinha em passos apressados para fazer alguma coisa, talvez desligar o fogo, Haechan não tinha certeza. Se quisesse poderia se concentrar e usar a audição que agora era muito mais aguçada que antes, mas não tinha energia mental para tal. Estava exausto.

"Taeyong tá em casa também..." - o beta iniciou a conversa, meio num aviso e meio numa pergunta. Donghyuck fez uma curta afirmativa com a cabeça, dizendo que não teria problema quando - quando, não se - o mais velho viesse se juntar à conversa. Não dava cinco minutos para o outro perceber o cheiro de tristeza e desespero e vir correndo (instintos de ômega e instintos de Taeyong). - "Então... quer uma água pra se acalmar primeiro?"

Donghyuck fez outra afirmativa, porque talvez a água melhorasse a garganta que parecia entalada.

"Dodo?" - Taeyong chegou com certeza em menos de cinco minutos, descendo as escadas com uma feição preocupada. - "Quem tá aqui?"

'Oi, hyung' - queria dizer, mas não disse. Não conseguiu dizer. No instante que o ômega mais velho correu até si sabia que ia desmoronar. E o fez assim que o outro se sentou ao seu lado, envolvendo suas mãos nas dele tão quentes tão acolhedoras tão familiares.

"Shh, shh, tá tudo bem" - Taeyong repetia enquanto o pegava no colo como um filhote. Bom, talvez porque estivesse parecendo um filhote, chorando a ponto de soluçar. O toque do ômega era amoroso e o jeito que massageava um ponto certo em sua nuca estava aos poucos deixando Haechan mais calmo. Não era surpresa, contudo, já que o Lee mais velho parecia ter tido aquele dom desde sempre.

Donghyuck perdeu a conta de quantas vezes tinha sido cuidado pelo primo de Mark. Era uma daquelas pessoas que considerava seu tio de sangue, apesar de não ser. Ele já tinha cuidado de si quando um Donghyuck mais jovem e mais estúpido se machucava e Minhyung ficava com medo de levá-lo aos pais de qualquer um dos dois. Tinha sido Taeyong que o salvou de ser assassinado quando quebrou sem querer a máquina fotográfica de Doyoung, quando quis tirar fotos da cerimônia de graduação de Minhyung do ensino fundamental, entre tantas outras coisas.

A verdade é que sempre foi mais fácil confessar seus erros naquela casa com cheiro de pó de café e compreensão.

"O que aconteceu, meu amor?" - Taeyong questionou, lançando um olhar significativo para o parceiro, vendo que Doyoung estava sem saber o que fazer. O beta então se sentou do outro lado, oferecendo lenços e esperando não-tão-pacientemente-assim o menino assoar o nariz e limpar as lágrimas.