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"Donghyuck?"

O vento sussurrava seu nome. E, se prestasse atenção o suficiente, perceberia que sussurrava o de Minhyung também.

Abriu os olhos, encontrando no céu acima um mar de estrelas brilhando. E, se permitindo acreditar, poderia dizer que ele estava colorido de um jeito diferente.

Tudo era tão diferente ali. E, se ousasse admitir, havia uma parte de si que achava tudo aquilo extremamente familiar.

Como se ali fosse o seu lugar.

Ali, respiração tranquila no embalo do som suave do rio.

Ali, sentindo o cheiro de vida das árvores e o perfume de carinho das flores.

Ali, envolvido no calor da brisa agradável.

Como se ali não houvesse o que temer.

Ali, deitado na grama com Mark enroscado em si.

Era ali que queria sempre estar. E para onde queria sempre voltar.

Como se pudesse ouvir seus pensamentos e sentir que o ômega estava acordado, Mark se remexeu levemente, apertando mais Haechan em seu abraço. Um suspiro veio do canadense, então, fazendo seu peito subir e descer. Em sono, o mais velho pareceu se tranquilizar por se certificar da presença do companheiro em seus braços.

Estavam juntos. Estavam seguros. Estavam unidos por um vínculo que durava a vida inteira. E nada podia separá-los. Não importava onde fossem, não importava a distância que tinham ficado separados, nem o tempo. O que importava era que, agora Haechan tinha certeza...

Sempre iriam voltar. E se reencontrar. E se apaixonar de novo.

Respirou leve, sem sentir o peso que carregou no coração por tanto tempo.

Estava, depois de muita solidão, muita luta e muito choro, em paz. Em paz consigo, mesmo que soubesse que ainda viriam muitos desafios – sabia que tinha a força para superar. Em paz com Minhyung, mesmo que soubesse que relacionamentos possuem altos e baixos – sabia que tinham agora a honestidade e o diálogo para continuarem juntos. Em paz com a Lua, mesmo que a vontade dela ainda fosse um mistério – sabia que agora tinha fé para confiar mais.

Passeou os olhos pela pequena clareira, rindo baixinho sozinho quando viu o cobertor que tinha trago e aberto com tanto carinho estava a alguns palmos de distância, embolado no chão. Com certeza era culpa de Mark, que ficou querendo lhe dar beijos até o deixar sonolento, bagunçando todo o ninho que o ômega se empenhou tanto em fazer.

Esticou o braço, tentando buscar o pobre tecido descartado. Era um dos presentes que tinha trago para o idiota do seu (agora oficialmente) companheiro.

Lembrava de quando Jaemin começou a falar de fazer um para Jeno quando ainda eram filhotes remelentos. Lembrava de ter sentido uma dor aguda no peito por não ter para quem fazer um presente igual – culpa de ser um romântico irremediável desde sempre. Lembrava de quando o caminhão de mudança atrapalhou ele e os amigos a jogar bola na rua, mas lembrava mais dos passos incertos do menino que estava se mudando com a família. Lembrava de ter ido até ele antes mesmo de saber se o garoto queria falar consigo. Lembrava da expressão de surpresa e de como os lábios dele ficaram entreabertos. Lembrava de como sua mão encaixou perfeitamente na sua. E lembrava de, naquele momento, ter sorrido amplo ao constatar "eu gostaria de fazer um cobertor para ele."

Meu AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora