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A porta estava trancada.

Merda. Lucien logo agora?

Usei meus poderes e consegui destrancar a mesma. Entrei lá. Não reparei em nenhum detalhe do quarto e sim em Lucien. Ele estava sem camisa e estava ofegante, provavelmente tendo o mesmo pesadelo.
Segui em direção a cama fechando a porta. Se ele vai me ajudar eu também vou ajudar ele.
Sacudi o mesmo várias e várias vezes mas ele não acordava. Droga.
Não tive escolha. Isso iria ser extremamente vergonhoso mas fui em frente. Subi em cima dele de forma com que minhas pernas ficassem cada uma do lado de seu corpo, ou seja, ele estava entre minhas pernas.

- Lucien! Acorda. - Falei lutando para não deslisar para a mente dele e ter esse pesadelo de novo.

- Vamos! Acorda por favor. - Continuei.

Se ele não acorda desse jeito vai acordar desse.
  Dei um tapa em seu rosto. Não do lado da cicatriz que marcava sua face, mas do outro.

E então ele acordou.

- O que você...

- Finalmente! Pelo caldeirão você quer me matar? - Falei saindo de cima dele e me sentando ao seu lado .

- Não mas o que você estava fazendo encima de mim? - Lucien passou a mão nos cabelos.

- Tentando te acordar. - Falei. - E olha, eu não faço ideia do porquê ou como eu consigo fazer isso mas eu meio que fui parar dentro da sua mente nas últimas semanas e, caso você não saiba eu aprecio muito a arte de dormir mas, se você não dorme eu não durmo. - Tomei fôlego. - Quer saber por que eu estou tão magra? Eu tenho não só os seus pesadelos mas também os meus e toda noite eu acordo enjoada e só faltou vomitar as tripas. Então por favor preciso que você me ajude mas antes, tem certeza que não quer me contar nada? - Olhei para o mesmo que ainda tentava entender o que eu acabei de falar.

- Pera aí. Você entrou na minha mente? Tipo, você estava lendo meus pensamentos? - Lucien franziu o cenho.

- Não. Eu só estava tendo o seu pesadelo e, na hora do jantar eu meio que consegui sentir o que você sentia. Isso já aconteceu outras vezes, no dia em que Sam foi morto eu estava na mente dele e por incrível que pareça eu estava dormindo. No começo eu só achei que fosse só uma pequena conhecidência. Mas não é. - Expliquei.

- Está bem isso é estranho. - Foi tudo o que ele disse.

Um silêncio constrangedor se manifestou entre nós.

- Ela era...

- Sim. - Lucien falou.

- Sinto muito... - Eu entendia a dor dele.

- Sinto muito por você também. - Disse cabisbaixo.

- Olha se quiser conversar eu estou aqui. Não vou conseguir dormir essa noite, igual a todas as outras mas vou estar no meu quarto se precisar. - Assegurei a ele.

E então me levantei em direção a porta mas algo me impediu. Lucien segurou meu pulso quando eu girava a maçaneta da porta.

- Fica. Por favor. - A voz de Lucien saiu falha e rouca.

- Está bem. - Assenti.

Me sentei na cama. A luz do luar invadia seu quarto.

- Olha, só avisando que eu não vou dormir aqui. - Falei. Lucien poderia pensar que depois do episódio mais cedo eu queria algo a mais do que amizade. O que seria verdade mas eu não poderia deixar isso tão óbvio.

Ele apenas deu um sorrisinho.

Ficamos alí conversando sobre a vida, sobre como ela nos castigou... Me deitei também, minhas costas doíam de tanto ficar sentada.

- Se não for incômodo, como você ganhou essa cicatriz? - Ninguém nunca me contou desde que cheguei aqui.

- Mandei Amarantha ir para o esgoto de onde ela veio. - Ele falou como se não se importasse.

Apenas assenti.

E ficamos alí no licencio da noite nos encarando sem ter mais o que falar.
Com cuidado seus dedos foram até a mecha de cabelo que estava na frente do meu rosto e a colocou atrás da minha orelha.
Seu olhar estava em meus lábios assim como estava mais cedo.
Seus dedos estavam em meu queixo onde ele parecia olhar confuso. Ele se levantou ficando apoiado em apenas um braço.
Não pude deixar de ver o desejo transparecer entre nós.
E então, antes que eu tomasse controle da situação, seus lábios tomaram os meus delicadamente.
Minhas mãos foram até seu pescoço e Lucien já estava encima de mim.
Seus lábios eram macios e seu beijo... Perfeito, impecável.
Quando nos afastamos, perdi o fôlego.

- Desculpa eu... - Lucien tentou falar algo mas eu o impedi colocando meu dedo indicador em sua boca.

- Não peça desculpas. - Foi tudo o que eu falei e quando tirei minha mão de sua boca, voltamos com o beijo.

Cheio de desejo e paixão. Estávamos loucos um pelo o outro e isso era nítido na forma como nos agarramos.
Suas mãos foram até minha cintura. Deslizei minhas mãos até seu abdômen e só assim percebi o quão era definindo.
  Um arrepio percorreu o seu corpo e Lucien me beijou com ainda mais urgência, como se precisasse de mim tanto quando eu precisava dele, precisava sentir o seu calor...
Eu precisava que ele me amasse intensamente, precisava de suas mãos, de seu toque e principalmente dele.
 
- Morganna... - Lucien sussurrou. - Não podemos fazer isso...

- Eu não ligo. - Falei baixo.

E então voltamos a nos beijar com voracidade, urgência e necessidade.

- Você não sabe o quanto eu esperei por esse momento. - Lucien sussurrou contra meu pescoço.

- E você não faz ideia do quanto eu também esperei.


𝑪𝒐𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝑪𝒉𝒂𝒎𝒂𝒔 𝒆 𝑷𝒆𝒔𝒂𝒅𝒆𝒍𝒐𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora