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Chego na vila em que obriguei Eris a me dar as coordenadas.
Amarrei o cavalo em uma árvore próxima a um bar.
Assim que entro dentro do bar vejo tudo o que eu esperava. Bêbados é claro, amantes, piratas, Grãos-Feéricos e feéricos inferiores.
Me sento perto do balcão e peço uma dose de whisky.

- Por minha conta. - Um homem de aproximadamente meia idade se oferece para pagar minha bebida.

O que acham que eu sou? Uma burra indefesa?

- Não, obrigada mas não. - Sorri.
- Prefiro que eu mesma pague pelo o que consumo. - Afirmei.

- A mocinha não vai fazer tal desfeita. - Ele sentou-se do meu lado. - Por favor duas bebidas.

- Eu já disse que não. - Aumentei o tom da voz.

- Deixe eu lhe pagar uma bebida. - Ele apertou meu pulso.

- Eu disse que não. - Mostrei os dentes para ele.

Retirei uma adaga do manto e prendi a manga de sua jaqueta no balcão com a mesma.
Peguei a bebida e coloquei o dinheiro na mesa.
Fui em direção a mesa onde tinham alguns piratas eu suponho.
Eles estavam falando sobre mim. - não diretamente falando "olha a Morganna vale 700 mil moedas de ouro para quem capturar ela viva." mas sim falando da filha desaparecida do capitão Anthony.
Eles perceberam a minha presença e um deles falou:

- Não deveria estar aqui mocinha. - Disse o mais velho.

- Na verdade estou aqui procurando por uma tripulação.
- Afirmei.

- Não sei onde vai conseguir. - Um deles zombou.

- Por que? Por que acham que uma mulher não pode ser capitã de um navio? - Franzi o cenho.

- É claro. - Falou o que me zombava. - Mulheres foram feitas para serem esposas e não piratas.

- Eu acho que não. - Sorri cínica e retirei outra adaga. - Mulheres podem ser o que elas quiserem, não o que vocês homens querem. Entendeu? - Fiz manobras com a adaga antes de arremessar ela no ar. - Bem, eu acho que você não entendeu. Na verdade, nem acho que tenha um cérebro. - A adaga tirou um fino de seu crânio.

Os homens zombaram dele por me subestimar.

- Então... Onde eu arrumo uma tripulação? - Voltei a me dirigir para o mais velho da mesa.

- Aqui mesmo.

- Ótimo. - Confirmei

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O macho me mostrou pessoas que segundo ele dariam uma boa tripulação. Está totalmente nítido que ele também é um pirata. Penso se conheceu o meu pai.
A incrível história da mortal que arruma uma tripulação sem nem sequer ter um navio.

- Soube que Lorcan está por aqui capitão Adkins. - Um rapaz anunciou.

- O filho da puta não vai sair vivo dessa vez.- O capitão anunciou.

- Então o senhor também sente ódio por Lorcan? - Franzi o senhor.

Eu poderia fazer uma barganha com Adkins. Ajudo a capturar Lorcan e ele me leva consigo em seu navio.

- Ora, criança. Todos aqui odeiam ele. - Ele falou.

- Ótimo. Porque eu planejo vingar a morte de uma pessoa muito especial. - Sorri.

- Como iremos saber se não é uma impostora? - Disse o mesmo que anunciou o nome do capitão Adkins. - Se trabalha para Lorcan? - Seus olhos azuis percorreram todo o meu corpo de cima a baixo.

- Se eu fosse mesmo uma impostora eu teria te esfolado agora mesmo.  - Disse convincente.

- Continuo não confiando em você. - Afirmou ele.

Revirei os olhos.

- Capitão. Eu tenho algo a lhe oferecer mas em troca preciso de algo, é claro. - Sentei-me em um barril de vinho.

- O que seria? - Ele ergueu uma taça de vinho.

- Informações valiosas sobre Lorcan, o tratado, o que ele planeja fazer... Enfim. - O que acha de fazermos uma barganha?

- E o que você quer em troca?

- Eu vou chegar lá, calma.

O macho de olhos azuis e Adkins se olharam.

- Lorcan vai passar três dias aqui. Ele, Beron e Tarquin irão se encontrar para falar sobre o tratado que fora quebrado. O desgraçado vai para o leste dessa Corte no terceiro dia. Preciso de um navio e de uma tripulação. - Disse séria. - Como o senhor é um Capitão, certamente deve ter um. Nós temos algo em comum Adkins, Lorcan com certeza tomou algo de você e acho que está mais do que na hora de tomar de volta, estou certa?

- Estou vendo o quer chegar. - Ele disse.

- Ótimo.

O macho de antes falou algo baixinho.

- Pelo caldeirão! Pare com isso Thomas. - Disse Adkins.

Nossos olhares se encontraram por um breve momento.

- Partiremos em três dias. - Foi tudo o que ele disse.

- Me chamo Morganna. - Sorri e quando fui saindo Thomas me perguntou:

- Onde podemos te encontrar?

- Há um casebre, fica meio quilômetro de distância daqui. Siga reto que eu estarei lá. Passar bem. - Foi tudo o que eu disse e segui rumo para a propriedade do Grão-Senhor.

𝑪𝒐𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝑪𝒉𝒂𝒎𝒂𝒔 𝒆 𝑷𝒆𝒔𝒂𝒅𝒆𝒍𝒐𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora