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Já se passou uma semana, desde então venho praticando os feitiços e encantamentos.
Nesse meio tenho acabo descobrindo que a Corte Outonal tem um acordo com a Corte Estival, onde iriam executar os piratas que roubavam seus navios, tripulação e cargas. E, meu pai coincidentemente estava no meio desse acordo. Mas é claro que eu não cumpriu a palavra, ele era um pirata. Piratas mentem o tempo todo, por isso nunca acredite na palavra de um.
Alguém muito importante irá chegar hoje. A casa está uma loucura, empregados estão correndo de um lado para o outro, cozinheiras estão fazendo uma quantidade extravagante de comidas e os filhos do Grão-Senhor estão bem nervosos.
Uma carruagem puxada por quatro cavalos para em frente a porta principal da casa.
No salão principal está a senhora da Corte Outonal, o Grão-Senhor e seus filhos.
Mantenho a postura e espero para quem quer que seja de tão importante, atravesse a porta.

A maçaneta gira. A porta é aberta.

Mas a pessoa do outro lado da porta é o meu pior pesadelo.

Lorcan está vivo.

Tento manter a calma, manter o equilíbrio. O ar parece não estar mais entrando nos meus pulmões. Tento respirar mas só vejo a imagem dele tomando o navio do meu pai, pouco tempo antes de afundar.
Ele matou o meu pai. É um traidor. Lorcan amarrou meu pai ao mastro do navio enquanto a água entrava por todos os lados da embarcação.

O navio afundou e seu capitão foi junto.

Ele usou minha mãe para causar a tempestade que faria o navio afundar.
Penso em todas as formas possíveis e cruéis de se matar uma pessoa.
Se eu o matar aqui, estragaria o meu disfarce, e isso não é uma boa ideia.

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Lorcan está sentado na mesa.

- Quanto tempo vai ficar aqui? - Eris questionou.

- Preciso resolver alguns assuntos no litoral, então suponho que uns bons três dias. - Anunciou Lorcan.

Sua voz era áspera, a mesma que assombrava meus pesadelos constantes. Que me fazia buscar o ar quando meus pulmões doíam por eu não conseguir mais respirar no meio da noite. Eu odeio o fato de que não posso matar ele agora mesmo. Minhas mãos coçam para fazer uma faca flutuar e atingir seu coração. Mas me controlo, se eu o apunhalá-lo com uma faca no coração ele irá ter uma morte rápida. Lorcan merece ter uma morte lenta, dolorosa e impiedosa. Para que se lembre de quando matou meu pai e outras pessoas inocentes que deixaram uma família para trás.
Ele irá sair em três dias. Preciso arrumar um navio o mais rápido possível. O canalha não espera que tenha um barco esperando para atacá-lo assim que ele sair da Corte. Mas terá.
Nesse meio tempo preciso arrancar algumas informações de Eris, o primogênito de Beron.

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Após o jantar me troco o mais rápido possível. Estou no meio da floresta que fica perto da propriedade. Ponho um manto com o capuz, estou toda de preto para passar despercebida no meio da noite.
Há uma casa abandonada não muito longe. Mapeei o caminho até ela, que será o lugar onde pretendo fazer Eris me contar tudo o que sabe e depois irei apagar suas memórias para que ninguém desconfie de nada.
Estou com as adagas que trouxe. 10 delas no boldrié, dois canivetes nas botas, cinco em meu corpete e um punhal preso ao boldrié.
Estou encostada em uma árvore esperando que minha vítima apareça, repasso o plano várias vezes para ter certeza do que estou fazendo e para que ninguém tenha me visto.
Escuto passos e vozes vindo de longe.

Bingo.

Eris e o idiota que quebrou o copo no dia em que cheguei estão caminhando juntos.

Vai ser fácil fácil derrotá-los.

Vejo se não há sinal de guardas por perto. Está limpo.
Com passos extremamente silenciosos, subo na árvore onde estava encostada e espero eles passarem por debaixo dela.
Assim que o idiota - resolvi chamá-lo assim já que não faço ideia do seu nome. - passa por debaixo da árvore, acerto sua nuca com um galho que quebrei. Ele cai no chão enquanto Eris puxa uma espada curta procurando pelo suspeito.
Pulo da árvore derrubando ele no chão.

- Boo. - Minha mão acertou seu rosto, fazendo ele desmaiar.

𝑪𝒐𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝑪𝒉𝒂𝒎𝒂𝒔 𝒆 𝑷𝒆𝒔𝒂𝒅𝒆𝒍𝒐𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora