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  O dia seria perfeito, dessa vez Lucien não tinha ido embora. Quando despertei ele ainda estava na minha cama.
Tirei sua mão da minha cintura com cuidado para não acordar ele.
Fui até a suíte do quarto e me banhei. Lucien deveria estar dormindo então não vi problema em me trocar na sua frente.

- Bom dia para você também. - Sua voz rouca invadiu o ambiente me assustando.

- Bom dia dorminhoco. - Falei indo até a cama.

- Parece que você está animadinha hoje. - Lucien deu um sorriso preguiçoso.

- Talvez eu esteja. - Assumi.

Entreguei um sorriso gentil para o mesmo.

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Chuva. Quando eu planejava ver o pôr do sol com Lucien eu recebo chuva.
Eu não sou tão romântica assim mas as vezes eu gosto de um pouco de clichê.
Esperei ansiosamente pelo almoço - no caso o momento em que Lucien chegaria em casa - mas para minha tristeza Ianthe aparece ao lado de Lucien.
Pelo caldeirão, eu a odeio com todas as forças.
Me sentei na mesa e mal toquei na comida. Feyre percebeu meu incômodo, ela já deve estar desconfiando.
Por que eu estou sentindo ciúmes de Lucien? A gente só transa e nenhum de nós admitiu algo.
Bom, tiro esse pensamento da minha mente e vejo o sorrisinho sínico no rosto de Ianthe quando eu me retiro da mesa.

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Estou no meu quarto quando alguém bate na porta.
Me dirijo até a mesma e quando abri a porta Lucien está parado alí.
Por um momento eu tinha me esquecido sobre aproveitarmos nosso tempo livre juntos.

- Para onde vamos? - Perguntei.

- Surpresa. - Lucien tomou minhas mãos nas suas e me guiou até a janela do meu quarto.

- Espere aí! Nós vamos pular a janela?

- Sim. - Comentou Lucien. - A área de serviço está lotada então não dá pra sairmos pelos fundos. Vai ter que ser pela janela.

- Mas está chovendo. - Abri a janela.

Lucien foi na frente e eu fui depois, segundo ele eu iria saltar sem medo de cair pois ele sempre iria me segurar. Romântico.
Fomos até o lago que eu tinha mostrado a ele certa vez. Entramos na caverna onde eu tinha decorado com algumas coisas e um colchão.

- O que você tem aí? - Ele perguntou.

- Sempre tenho um bom vinho para ocasiões como essas. - Tiro a garrafa de vinho dentro de um caixote que eu havia colocado alí há algum tempo atrás.

Abrimos o vinho e bebemos um pouco, quando parou de chover fomos para fora daquela caverna dar um passeio.

- Feyre está começando a desconfiar de nós dois. - Falei.

- Eu também percebi. - Comentou Lucien. - Se ela falar suas suspeitas para Tam, aí nós dois estamos ferrados.

- Tamlin me trata como se eu fosse sua irmã mais nova, não que eu não goste, mas é que as vezes ele é muito controlador. - Admiti. - Ele tem medo de perder mais alguém, você sabe... Mas as vezes isso passa dos limites.

- Eu entendo. - Foi tudo o que ele disse.

Estávamos um pouco longe da caverna quando começou a chuviscar. Lucien me puxou para debaixo de uma árvore e apanhou uma flor vermelha, ele colocou a mesma atrás da minha orelha.
Permanecemos nos encarando por um bom tempo até que Lucien se aproxima e seus lábios roçam os meus. Lucien dá início a um beijo lento. Eu me sinto inebriada toda vez que ele está comigo.
Estamos debaixo de uma árvore encantada, diz a lenda que quando chove, as gotas d'água cantam para os casais apaixonados. E foi exatamente o que aconteceu.
Uma melodia invade meus ouvidos enquanto me separo de Lucien. Puxei o mesmo para a chuva.

- Nós já estamos molhados mesmo. - Falei. - Não faz diferença uma ou duas gotinhas d'água.

- Tem razão. - Lucien falou soltando um riso escárnio logo em seguida.

Nos beijamos na chuva, igual aos casais dos livros de romance que eu lia na biblioteca de Tam.
Suas mãos que estavam na minha cintura me puxavam cada vez mais para si. Meus braços ao redor de seu pescoço faziam o mesmo.
Lucien era como areia movediça para mim, quanto mais eu me mexia mais eu me afogava. E eu já estava me sufocando de um novo sentimento que eu abafei por muito tempo. Lucien me faz sentir algo que eu nunca senti por ninguém, nem mesmo por Sam que era meu parceiro.
E o que mais me dói é que eu já tive um parceiro um dia e Lucien nunca teve parceira. O laço de parceria só acontece uma vez e isso significa que eu não vou ter tanto tempo assim com Lucien já que a parceira dele pode estar por aí, e não sou eu.
No entanto cada segundo ao seu lado vale mais do que qualquer coisa no mundo.
Eu não consigo parar de amá-lo. Mesmo que eu tente eu sempre falho. E isso é tão nítido que lágrimas escorrem dos meus olhos enquanto nos beijamos.
Nos separamos por alguns momentos e não posso deixar se sorrir ao ver Lucien fazer o mesmo.

- Lucien! - Anunciei. - Eu... Eu preciso falar algo que eu venho escondendo a muito tempo. - Minha voz sai falha devido ao nervosismo.

- Que bom porque eu também tenho algo para falar a você. - Ele sorri de lado e entendo aquilo como um "prossiga".

- Desde o dia em que eu te vi, eu fingia te odiar por ter me salvado de algo que eu não queria ter sido salva. Mas... Eu nunca te odiei, pelo contrário... Eu te amava Lucien... Eu te amo. - Tomei fôlego. - Eu sempre te amei.

- Eu te amo ainda mais, Morganna. Desde o dia em que eu te achei naquela praia. Eu te amo, eu te amo, eu te amo. - Sussurrou.

Lucien me beija como nunca. Com necessidade e intensidade. Como se aquele fosse o nosso último beijo e o último momento juntos. Mal sabia ele que realmente poderia ser.

𝑪𝒐𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝑪𝒉𝒂𝒎𝒂𝒔 𝒆 𝑷𝒆𝒔𝒂𝒅𝒆𝒍𝒐𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora