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- Marujos! Temos um possível espião entre nós. - Falou meu pai.

Eu brincava com um bicho de pelúcia enquanto ele discursava sobre algo que eu ainda não entendia.

- Segundo alguns contatos, Lorcan está planejando afundar esse navio depois do casamento de minha filha com o seu filho. E, se não houver casamento, ele irá afundar do mesmo jeito.

Todo mundo ficou horrorizado.

- Mas por que Lorcan iria afundar o Meia-Noite? - Alguém da tripulação perguntou.

- Boa pergunta meu jovem. Ele está trabalhando com ninguém mais ninguém menos do que o Grão-Senhor da Corte Outonal e Estival. Estão oferecendo 100 mil moedas de ouro pela minha cabeça e, 500 mil se conseguirem me capturar ainda com vida. - Fez uma pausa. - Isso porque eu afundei um navio deles.

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Preciso ir até a Corte Outonal. De onde eu estou, é mais perto e talvez menos arriscado.

Mas não posso contar a Lucien. Ele me mataria por uma mestiça como eu entrar numa Corte cujo o Grão-Senhor tem um certo preconceito por feéricos inferiores. Mas eu preciso vingar a morte do meu pai e, saber quem é minha mãe. Logo estarei descobrindo a origem certa das minhas habilidades.
Se quero matar Lorcan, irei precisar de um disfarce e arrumar as malas.
Livros, roupas, comida...
Coloquei tudo numa mala.
Não poderia ir embora no meio da noite sem me despedir de Lucien ou de Feyre, logo quando amanhã será seu casamento. Que se dane Tamlin.
Com passos sutis, consegui ir até o quarto de Lucien, ele estava acordado.

- Morganna o que você está fazendo aqui? - Sussurrou ele vindo até mim.

- Eu precisava te ver uma última vez. - Confessei.

- Última vez? - Questionou ele.

- Estou indo atrás da minha mãe. - Expliquei.

- Mas ela não estava morta? - Franziu o cenho.

- Minha mãe não é humana. Meu pai que perdeu a imortalidade e os poderes, por isso eu passei a ser uma mestiça. - De acordo com os meus pesadelos constantes é isso.

Sentamos em sua cama.

- Você vai agora? - Ele falou um pouco cabisbaixo.

Assenti.

- Você sempre terá uma parte de mim, independente de onde esteja, ou com quem esteja, uma parte minha sempre será sua, Anna. - Admite Lucien.

Meu coração se aperta por ele.
É triste saber que vou fugir e deixar Lucien e Feyre aqui nas mãos de Tamlin. Principalmente quando Ianthe persegue Lucien.
Se alho acontecer comigo enquanto estiver fora, é bem melhor eu confessar o que sinto antes que seja tarde de mais.

- Olha, se você for a pessoa errada, eu não estou nem aí, não gosto da minha vida certa, prefiro ela errada com você. - Levei minhas mãos até seu rosto. - Se eu tivesse vivido um milhão de vidas, teria sentido um milhão de sentimentos e ainda teria me apaixonado um milhão de vezes por você. - Tentei controlar as lágrimas. Eu odeio despedidas. Eu odeio ter que ficar longe de quem eu amo.

Nós amamos com mais intensidade aquilo que não podemos ter. Eu amo Lucien mas não podemos ficar juntos...

- Morganna, quero me escute. - Disse ele. - Você pode não ter sido o meu primeiro amor, mas foi aquele que tornou todos os outros amores irrelevantes.

Eu o puxei para um beijo. O nosso último por muito tempo.
Salgado devido as lágrimas que escorriam dos meus olhos mas, apaixonante.

As vezes almas gêmeas estão destinadas a se encontrarem, mas não a ficarem juntas.

- Eu preciso ir. - Sussurrei. - Não vou demorar mais de um mês.

Ele assentiu e então me abraçou.

Nosso último abraço. - Pensei.

Eu precisava ir.

Lucien me acompanhou até o portão da mansão de Tamlin.

Estamos andando de mãos dadas uma última vez.

É difícil ir quando se quer ficar, sorrir quando se quer chorar, mas difícil mesmo é esquecer quando se quer amar.

Olhei para ele uma última vez antes de tomar rumo a Corte Outonal.

- Eu te amo. - Silibou.

- Eu sempre vou te amar. - Sussurrei. - Até que o sol e a lua se apaguem.

- Até que o sol e a lua se apaguem. - Ele repetiu.

E assim eu fui embora com um vazio dentro do peito.





𝑪𝒐𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝑪𝒉𝒂𝒎𝒂𝒔 𝒆 𝑷𝒆𝒔𝒂𝒅𝒆𝒍𝒐𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora