*I Protettori*

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Carolina

Sorrio de seu falso tomento. Olhei em seus olhos e me senti segura. Que ironia! Me sentir segura por alguém que eu deveria temer é uma grande ironia.

-Vá embora. Preciso dormir.

Dou a ordem com minha visão um pouco turva pela bebida.

-Está me libertando de ser seu prisioneiro sexual?

Gargalho.

-Impossível você ser um prisioneiro! Agora vasa. E obrigada por hoje.

Com um aceno e aquele sorrisinho miserável de um cretino, Marcus sai dando uma reboladinha enquanto sussurra uma musiquinha não audível. Eu sabia que dormiria sem pesadelo algum. Na verdade, eu tinha certeza.

~

Sem dor de cabeça e sem ressaca alguma por que eu não estava bêbada o suficiente para amanhecer ruim hoje. Tudo o que acabei fazendo ontem são flashes vivos em minhas memórias, a forma que me insinuei, as palavras descabidas e como ele resistiu por achar ser a bebida. Mas tudo o que ela fez, foi me deixar solta a ponto de falar tudo o que eu pensei naqueles momentos. O resto da minha noite foi tranquila apesar da demora para pegar no sono, estava excitada e eletrizada por todo aquele toque perigoso. No final de tudo, foi uma benção Marcus achar que eu estava bêbada! Afinal de contas em nosso próximo encontro, poderei ignorá-lo como se tudo nunca tivesse acontecido alem da nossa "trepada do extravaso". Tudo bem que o negócio foi bom, mas é uma forma de me manter salva.

Levantei da cama e me aproximei da sacada tentando ver se eu ainda o veria por ali ou apenas seus homens. Ninguém. Não tinha ninguém a minha vista aparentemente, mas eu sabia que ainda teria alguém ali. Vesti uma calça de treino feita de moletom e um top preto, os cabelos presos em um rabo de cavalo, ajeitei minha roupa de trabalho em uma capa protetora, meu sapato social e sai de casa. Eu ainda tinha duas horas até o trabalho então planejei treinar por uma hora. Assim que passei pela cancela do condomínio, não demorei a notar um SUV preto me seguindo. Meu coração deu uma leve disparada sem ter certeza a quem pertencia o veículo e os dois homens dentro. Mas o centro de treinamento nosso ficava a três andares acima do meu setor, o que poderia significar que eu estaria segura. Talvez.

Entrei na wilshire e logo adentrei o estacionamento do departamento. Quando soltei o ar em alivio, vi pelo retrovisor o SUV passando. Não podia estar acontecendo isso. Não é possível! Fechei os olhos e mantive a calma. Alcancei minha arma acoplada embaixo do banco e abri com cuidado a porta do veiculo. Agachada e mantendo toda discrição em não fazer barulho, deslizei como uma cobra por entre os carros do estacionamento até identificar a placa do veiculo que me seguira. Eu sou boa nisso! É o meu trabalho há anos e não é uma assombração de merda que vai me fazer errar. Determinada a conseguir pegá-los, esperei até que descessem do veiculo e parassem de costas para o porta-malas. Dei a volta e então acertei uma coronhada no da minha esquerda e mirei a arma no da direita antes que ele pudesse alcançar a arma em seu coldre. Estavam de ternos pretos, óculos escuros como seguranças privados, mas a ponta da tatuagem no pescoço os entregava. Eu já havia visto aquela marca... Mas onde? Então a ficha caiu. Marcus.

-Quem são?

Com uma calma anormal e uma voz perturbadora, o grandão da direita cruzou as mãos atrás das costas e me olhou com um sorriso depois de retirar os óculos escuros.

-É um prazer senhorita Reaper. Não fomos apresentados devidamente ontem, creio que a ragazza estava indisposta e ocupada com nosso patrão. -Merda! Não revirei os olhos para não parecer idiota. -Deixe-me nos apresentarmos. Nomes não são necessários e nossa indignação em protegê-la é bastante evidente, já que não precisamos nem citar o ambiente em que nos encontramos e a tal situação, mas pode nos chamar de i protettori.

Carolina Reaper "Pequena, meiga e fatal" •Vol 3 (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora