Duendes e Fadas

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Capítulo 3 – Duendes e Fadas

"Eu ignoro ou ajudo ele?" Pensou Cinder. Ela iria dar um passo para trás mas o garoto virou o rosto devagar. Ele estava gravemente ferido. A boca estava seca os olhos cheios de lágrimas. Uma perna estava esticada e a outra apoiada.

— Por favor — Ele falou com a voz rouca — Pode me ajudar?

Cinder ficou tensa, nunca havia visto um elfo antes. Nas histórias, sempre diziam que eles eram encrenqueiros e que podiam se teleportar. "Vou ajudar, e só isso", Cinder concluiu. Ela se ajoelhou perto da perna dele e o olhou. As pernas eram lisas, não havia pelos. E o machucado, não era tão profundo. Cinder apoiou a mão uma em cima da outra virada para cima, e fechou os olhos. O garoto não estava entendendo o que estava acontecendo. As asas dela se levantaram e emitia um brilho, como um arco-íris. Os movimentos pareciam mais lentos, as folhas em volta começaram a brilhar. Ela estava se conectando com a natureza. Abriu os olhos, e eles estavam verdes. Estendeu as duas mãos e soltou um brilho esverdeado em direção ao machucado. Estava curando.
O garoto suspirou, e a magia estava curando um pouco de seu corpo também. As feridas da boca e arranhões do rosto sumiram. Ele suspirava fundo com medo de Cinder fazer algo a mais.

— Meu nome é Frost — Ele falou. Sua voz não estava mais rouca. A voz dele soava como a tranqulidade ambiental depois de uma tempestade de neve — Você é uma fada, né?

"É claro que é, que outros seres mágicos têm asas?" Pensou Frost.
Ele já tinha ouvido falar de fadas, mas nunca tinha chance de chegar perto de uma. Isso deixava ele curioso.

— Posso fazer uma pergunta? — Frost perguntou ainda vendo que ela não havia olhado para seu rosto.

A fada não respondeu.

— Vocês tem pó mágico? — Ele se aproximou dela.

— Está vendo eu soltar purpurina da bunda? — Ela olhou pra ele sem expressar nada. Mas se expressou, eternamente. O rosto concertado era diferente do que ela tinha visto. A pele pálida e os olhos bastantes azuis a deixava encantada. Era possível ver a agitação do mar neles.

— Nossa, me desculpe! Esquentadinha — Ele cruzou os braços, mas a curiosidade ainda o circulava — Achei que fadas eram seres fofos e educados. Pelo visto você não é nenhum dos dois — Ele desviu o olhar para as grandes árvores e mexeu as orelhas pontudas — Tem chance de eu virar uma fada?

— Argh! Se eu falar promete calar a boca? — Ela olhou novamente pare ele, ainda curando sua perna. Ele fez que sim com a cabeça — Não, não tem como você virar uma fada. Você é um duende. Não nasceu com "mágica" — Ela parou a magia e se levantou — Pronto.

— Uau — Ele virou a perna e se levantou — Incrível. Todas as fadas tem poderes de cura?

— Não. Apenas as de natureza. Existem diversos tipos de fadas, da água, dos ventos...Você não precisa saber disso — Ela começou a andar de volta para o caminho.

— Não está curiosa pra saber o que aconteceu na vila? — Ele foi para frente dela — Obrigado por me salvar.

— Disponha. E não preciso saber dos seus problemas, na verdade, nem quero. Agora saia do meu caminho se nã–

Ela ouviu um barulho vindo do alto das árvores.

— Ah, não — Frost deu um passo para trás.

— O quê? — Ela se virou pra ele — O que que foi?

Ele apontou para cima. Havia um berque em cima do último galho da árvore. Ele era diferente dos outros. Os braços eram mais longos que as pernas, não possuía dedos. Eram grandes unhas afiadas.

Fairys - Pelo Amor e Pela LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora