Piloto

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para o meu eu jovem – as fadas sempre existirão


Todos nós já ouvimos essa história. A história de seres humanos pequenos. Com asas e roupas brilhantes. As fadas. Alguns acham que é fantasia, mas apenas aqueles que vivem entre eles. Sabem a verdade.


Cinder estava cansanda pela noite de aniversário anterior, fizera 16 anos. Ela olhou em volta da casa de madeira e empurrou os algodões da cama. Andou até o espelho e deu um bocejo. Caminhou lentamente ao banheiro, limpou a boca e o rosto. A manhã estava ensolarada na floresta, conseguia ouvir os pássaros cantando. Ela foi ao guarda roupa e vestiu uma camiseta alaranjada, com shorts de tecido macio. Colocou as sapatilhas e bateu as asas para se certificar que estava disponível para vôo hoje.
Cinder era uma fada pequena para sua cidade, uma adolescente qualquer. O rosto redondo, macio e delicado. Com olhos azuis vibrantes. Ela não gostava de manter o capelo loiro solto então sempre o prendia num coque. Detestava os cabelos ao vento.

Ela abriu a porta e sentiu o cheiro de terra molhada. Se choveu, ela não havia percebido.

— Bom dia, Cinder! — Fadas masculinas a cumprimentavam — Está linda hoje.

— Ah, obrigada — Ela forçou um sorriso e suas asas se tremeluziam para o ar.

Ela voou para o alto do salgueiro, a maior árvore da floresta. Lá dentro habitava as grandes casas de fadas mais poderosas. E era onde sua mãe estava.
Ela pousou no quinto andar, pela janela, e viu sua mãe conversando com mais quatro três fadas. Representadas do inverno, verão e outono.

— Mãe — Cinder falou baixo.

— Só um minuto, Cinder — A mãe dela, loira e branca como a neve. Usava um vestido amarelado e suas asas eram maiores e mais vibrantes. Ela não falou mais nada e voltou-se aos outros.

— Mãe! — Cinder repetiu.

— Cinder, espere! — Ela pressionou os dentes e voltou a conversar.

Cinder bufou e se apoiou na janela. Ela notara como era os outros representantes. O do inverno era um homem pálido, com roupas azuladas e físico forte. Do outono era um homem baixo e gordinho, com um bigode pontudo. Do verão, era uma fada morena que usava roupas azuis e amareladas.

— Isso é tudo, obrigada — A mãe dela falou e bateu a palma. Vendo os demais saírem da sala. Então se voltou para a filha — Ah, bom, o quê você quer?

— Como assim "o que eu quero" ? — Cinder saiu do lado de fora da janela e pousou ao seu lado. Era uns dez centímetros menor do que a mãe — Quero o que me prometeu quando eu tinha 13 anos. Que eu poderia passar do muro de pedras!

— Achei que quando crescesse iria tirar essa idéia absurda da cabeça — A mãe falou calma guardando livros na estante.

— Absurda?! Você atravessa o muro todos os meses! Por que eu não posso?!

— Porque é muito perigoso. Tem muitas coisas além desse muro — A mãe se voltou a ela — Globins, duendes, bruxas, berques...

— Eu sei usar meus poderes muito bem, olha só! — Ela se virou para um vaso vazio e fez nascer uma flor — Viu?!

— Ah, uma flor, que adorável — A mãe atravessou a sala e colocou a mão no rosto da filha — Nossa cidade está protegida a muito tempo. Sei que está cansada de morar aqui, mas tem que aceitar o destino.

— Eu não acredito em destinos.

— Mas vai acreditar — Ela riu e foi até a porta — Aproveite o dia, tenho assuntos a tratar.

Fairys - Pelo Amor e Pela LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora