Como tudo aconteceu...

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    Abri os olhos cansada, e de novo demorei alguns segundos pra lembrar onde estava. Como as janelas eram cobertas de placas de metal, não tinha como saber se era dia ou noite.

    Eu estava virada pra parede do quarto, mas de repente senti alguma coisa encostando em minha perna. Virei num impulso só pra dar de cara com ninguém menos que Deku. Ele estava sentado no canto da cama e me olhava com um sorriso calmo.

Deku — Finalmente acordou.

S/n—Estava me olhando enquanto dormia?-disse com a voz ainda rouca de sono.

   Ele riu do meu comentário.

Deku — Eu vim aqui te acordar -disse se aproximando e movendo uma mecha de cabelo do meu ombro- mas estava tão bonitinha dormindo que não tive coragem.

  Seu toque no meu ombro me lembrou que eu estava sem nada por baixo das cobertas. A toalha que eu estava usando antes de cair no sono estava do outro lado da cama, e meu peito estava quase descoberto. Eu corei ao imaginar se ele tinha visto alguma coisa e puxei a coberta mais pra cima, me levantando um pouco.

Minha reação fez ele rir ainda mais.

Deku— Pode ficar tranquila hahaha- disse levantando as mãos como se estivesse se rendendo- eu não vi nada.

S/n— E-É que eu tinha tomado banho aí deitei e daí....

Deku— Entendi, entendi- ele se afastou, se levantando- você deve estar cansada mesmo, não está acostumada a dormir durante o dia.

    Deku andou até a porta, e agora que estava mais afastado eu pude reparar que usava uma roupa diferente. Além do colete e camisa social de sempre, usava uma jaqueta comprida de inverno de cor verde escura, que tinha um capuz com pelos nas pontas.

Deku— enfim, vou te levar em um lugar -ele disse parando na porta- te espero na minha sala, se arrume e tudo mais e não demore, se não vamos perder o por do sol.

É o que ? Ele vai simplesmente me levar pra passear?

    Não entendi nada, onde caralhos ele ia querer me levar, e por que ? Mas não acho que tinha como recusar mesmo, então comecei a me arrumar. Vesti uma das roupas que a Toga tinha separado pra mim no armário e peguei a faca de baixo da minha cama. Escondi ela no meu calcanhar e cobri com a calça.

    Se eu tivesse uma chance de escapar eu metia ela no pescoço dele e fazia uma cena, pelo menos iam saber onde eu estava. Com certeza tinha muita gente me procurando.

    Em uns 10 minutos eu já estava na porta dele.

   Ao me aproximar eu pude ouvir pessoas conversando do outro lado, todos homens. Não reconheci as outras vozes de primeira, só a de Deku.

Deku— É uma péssima ideia.

???— Péssima o caralho, esse é o melhor plano, soluciona duas coisas de uma vez só.

Deku— E quem vai dar um jeito nela no fim?

???— Foda-se quem vai ser, a gente vê isso depois -outra voz respondeu.

    Dar um jeito em alguém? De quem será que eles estavam falando?

Eu tenho um palpite, só espero estar muito errada...

     Eles pararam de falar e eu estava em dúvida se batia na porta ou não, mas foi só aproximar minha mão que ela se abriu. Shoto estava do outro lado, ainda segurando o trinco, e sorriu ao me ver.

Shoto— Olha só quem está aqui - ele olhou pra traz e pude ver que Dabi também estava na sala, encostado em uma estante.

S/n— Oi... -disse com vergonha enquanto entrava pela porta.

Coração bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora