Nosso segredinho...

813 100 445
                                    

.          .           .

     Acordei em minha cama com o despertador tocando alto e precisei de menos de cinco segundos pra me arrepender dos rumos que a noite anterior tinha tomado. 

   Logo depois de nossa pequena maratona na casa do Kaminari eu catei minhas roupas, as chaves do carro e me mandei, tendo que ouvir ele fingir que reclamava por eu não querer passar a noite ali, e que estava só usando ele. 

    Isso não era completamente mentira, o que me fazia querer pensar no assunto o menos possível. E sim, Denki era um traidor convencido de merda, mas ao mesmo tempo eu não gostava de pensar que estava usando ninguém, nem mesmo ele. 

    Outra que ele sabia as minhas intenções desde o início, ou quase, e se não soubesse não iria ficar me chamando do único apelido que sabia que mexia comigo. Se tinha algum problema com eu transar com ele pensando em outras pessoas ele não demontrou nem um pouco, até facilitou na verdade.

    foi difícil tentar não lembrar de tudo que tinha rolado. A cada vez que olhava no espelho do meu banheiro eu me lembrava de um lugar diferente em que sua lingua tinha percorrido minha pele, e em especial as marcas que tinha deixado em meu corpo, uma delas ressaltando em roxo perto da minha clavícula. 

Aposto que ele isso fez de propósito ainda...

   Pela minha sorte nenhuma das marcas foi muito difícil de esconder, e passados minutos eu já estava pronta. 

   O caminho pra agência não foi nem um pouco diferente, tentava não pensar nele e a cada dois segundos flashbacks de ontem vinham na minha cabeça, me distraindo. 

   Eu só podia esperar que Denki ficasse com tanta vergonha quanto eu e tentasse me evitar o tanto quanto eu iria evitar ele, mas conhecendo a figura eu já sabia que não era nada disso que me aguardava dentro daquele prédio.

   Depois de estacionar em uma vaga perto o suficiente eu peguei minhas coisas e subi as escadas, colocando na minha cabeça que iria ficar de queixo erguido e fingir que estava tudo normal, independente do que rolasse.

   Assim que abri a porta eu já fui em direção à minha mesa, não prestando muita atenção nas pessoas ao meu redor, só estava rezando pra não escutar sua voz tão cedo...

Denki-- S/n... 

    Ouvi ele dizer com aquela voz que só ele tinha atrás de mim, me fazendo congelar por um milisegundo, antes de virar devagar pra encará-lo com a cara mais indiferente que consegui produzir.

S/n-- ...Sim? -perguntei olhando em seus olhos e tentando não corar, rezando pra que ele não falasse nada relacionado a oque rolou entre nós.

   Ele chegou um pouco mais perto, com um sorriso leve que, se eu não o conhecesse bem, poderia até achar que era sincero.

Denki-- O chefe quer te ver -ele continuou, falando as únicas piores palavras que eu poderia escutar naquele momento.

S/n-- A-ah...entendi, eu, eu vou só... -gaguejei, arrancando um sorriso ainda maior dele- vou deixar minhas coisas aqui e já vou indo.

Denki-- De boa, eu espero -respondeu quase amigável.

   Não sei como eu não desmaiei ali na hora, na verdade isso seria até melhor do que ter que falar com o Bakugo e o Kaminari ao mesmo tempo....logo hoje.

Esse tipo de coisa só acontece comigo, sério...

   Guardei minhas coisas o mais rápido que consegui, o que não foi fácil com minhas pernas tremendo. O tempo todo ele ficou me observando, encostado de costas no outro canto da mesa com as duas mãos nos bolsos da calça. Como ele não estava nervoso eu não sabia, mas acho que deve ter alguma coisa a ver com o fato de que já estava acostumado demais a fingir.

Coração bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora