A festa

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    Acordei bem cedo considerando que era um sábado, provavelmente por que estava ansiosa demais. Apesar de parecer que tudo ia dar certo, eu sabia que nessa minha vida alguma coisa sempre pode dar errado.


  Bakugo ainda estava dormindo, então com cuidado eu deitei em seu peito, tentando dormir mais um pouco. Não cheguei a acordar ele de verdade, mas só o suficiente pra que abraçasse minha cintura com o braço direito.

   No dia anterior eu tinha sugerido pra Mina e pro Sero deixarem eu ajudar com a organização da casa dela, mas eles se recusaram dizendo que se a festa era pra mim eu não precisava organizar nada. Isso só ajudou pra me deixar mais nervosa, sem nada pra ocupar minha mente durante o dia inteiro.

    As horas passaram devagar, mas ter a companhia de Bakugo ajudou muito. Nós tomamos café e conversamos um monte, mesmo que eu achasse que ele estava meio quieto.

   A tarde pedimos comida num restaurante que ele gostava e assistimos uns filmes pra ajudar a passar o tempo. Quando me dei conta já eram 18 horas. Ele ficou se arrumando lá e eu peguei um Uber até a minha casa, onde estavam minhas roupas.

    Em meia hora eu me arrumei e coloquei um conjunto de roupa bonito que achei no armário. Por estar frio eu coloquei uma calça, ela era preta de cintura alta e rasgada nos joelhos, pra combinar usei uma blusa cropped cinza que tinha as mangas longas e um sobretudo preto.

  Fiz escova no meu cabelo, só pra mudar um pouco, e uma maquiagem não tão pesada com o melhor deliniado que eu consegui.

Carai tô bonita demais...

  Logo depois de terminar eu desci até uma loja de conveniência que tinha num posto do outro lado da rua. A única coisa que Mina me pediu foi que eu levasse alguma bebida pra ajudar, acho que todos estavam levando alguma coisa pra beber.

   Hoje não estava tão frio como ontem, então não estava nevando, mas mesmo assim o vento gelado me arrepiava.

   Cheguei na loja e fui direto prós freezers, pegando um peck de seis Skol Beats que estavam na promoção, aproveitei e peguei também um salgadinho pra quando voltasse da festa e estivesse com fome.

  Só tinha eu ali, além do cara jovem que estava no caixa, mas por um segundo eu olhei na direção da rua e podia jurar ter visto alguém parado ali. Olhei mais umas três vezes pra ter certeza de que fosse só minha imaginação, enquanto pagava as compras.

  Saí do lugar olhando pros lados, vendo mais a frente que alguém realmente estava andando por ali, meu coração quase parou quando reconheci aquele cabelo verde escuro bagunçado.

  Corri pra o alcançar, quase derrubando tudo que estava nas sacolas. Ele andava tranquilo como se não tivesse uma preocupação no mundo, mesmo que o país inteiro tivesse te procurando.

  Finalmente o alcancei depois de alguns segundos, minha respiração estava agitada, mas não era por ter corrido, e no meu peito alguma coisa pesava, com ansiedade por encontrar seus olhos de novo.

S/n— Ei, espera -eu falei puxando seu ombro e fazendo ele me encarar.

  Um cara que com certeza não era o Deku me olhava assustado e confuso, e de repente aquele aperto no meu peito se foi de uma vez, não sei se por  alívio ou decepção.

S/n— Ah, desculpa eu... pensei que fosse outra pessoa -eu expliquei envergonhada.

  
  Voltei pra casa com aquele sentimento confuso me incomodando,  mas tudo passou quando vi que alguém me esperava na porta.

Coração bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora