Ponto de vista do Rafael
Fernando tinha me ligado à tarde, para me dizer que talvez não conseguisse ir para a academia comigo e que me explicava depois. Eu sei que ele e Akito estão até as tampas de trabalho por causa da campanha publicitária, mas ainda assim, fiquei triste.
Estar com Fernando fazia meu dia e meu coração mais alegres. Ele era um cara leal, engraçado e tranquilo - fora da cama, porque durante o sexo ele era um predador.
Não estou reclamando porque eu também gosto de uma pegada mais hardcore. Nós combinamos que não poderíamos deixar marcas um no outro em lugares visíveis. Como é que íamos explicar chupões no pescoço, afinal?
Estava quase na hora de eu ir embora. David já tinha saído porque ele e Akito iam jantar com os pais dele. As coisas realmente estavam evoluindo ali. E eu estava feliz pelos dois. Durante este tempo pude conhecer Akito melhor e ver a pessoa maravilhosa que ele é. E ver a felicidade no rosto do David não tinha preço.
Eu andava inquieto. Ao mesmo tempo em que eu amava estar com Fernando, eu estava com medo. Meu ex, o Fábio, com quem eu fiquei por quase um ano, não tinha se assumido gay. Então era tudo escondido, tudo nas sombras. Eu não podia sequer tocar o braço dele.
Entre quatro paredes era tudo maravilhoso, mas para as outras pessoas, eu era sempre aprensentado como o amigo. Se eu olhasse para ele com paixão na frente dos outros, era briga certa quando chegássemos em casa. No fim, ele terminou comigo e arranjou uma namorada, que ele podia mostrar para quem quisesse.
O Fernando nunca falou nada, mas tampouco dava sinais de que estava tudo bem demonstrar carinho publicamente. E depois do que ele disse no restaurante, que não tinha NAMORADA, eu fiquei com um pé atrás.
Tudo bem, ele me beijou no bar e na sala de reuniões da empresa onde ele trabalha, mas não havia ninguém por perto.
Minhas dúvidas estavam me matando. Eu havia dito ao Fernando que se não pudéssemos ir à academia, que eu iria ficar até mais tarde no escritório para terminar uns trabalhos atrasados, mas eu não estava me sentindo em condições. Resolvi então seguir meu plano original e ir para a academia treinar, para tentar afastar esses pensamentos, senão ia acabar ficando louco.
Ao chegar na academia, troquei de roupa e fui direto para os aparelhos. Nada como levantar um pouco de peso e exercitar o corpo. Já estava lá há mais de uma hora, quando o Pedro, um cara que eu conheço há séculos, se aproxima e começa a conversar comigo. Eu realmente estava absorto na conversa e não vi Fernando entrando. Sinto minha nuca queimar, como se estivesse sendo fuzilado com o olhar e, quando me viro, lá está ele, olhando diretamente para mim, com cara de poucos amigos.
Eu me aproximo dele com cautela. Quando ele fica bravo assim eu prefiro me esconder.
- Rafael, eu estou tentando te ligar há mais de uma hora! - Ele está realmente zangado comigo.
- Desculpe, Fernando, eu não sabia se você poderia vir, e eu estava precisando me exercitar um pouco. Meu celular está trancado no vestiário. Eu não fiz de propósito. - Assim que terminei de falar, me lembrei das brigas com o Fábio, sempre porque eu tinha feito alguma coisa que ele não gostava. Meu humor piorou na hora.
Ponto de vista do Fernando
Quando o Akito voltou para a casa do David, eu respirei mais aliviado. Tínhamos pelo menos mais duas semanas até ele voltar a trabalhar in loco, mas até lá, ele estaria protegido e fora do alcance do Carlos.
Logo liguei para o Rafael, para poder, enfim encontrá-lo na academia. Droga, Rafael não está atendendo o telefone! Onde será que ele se meteu? Ele me disse que ficaria até tarde no escritório! E se tivesse acontecido alguma coisa com ele? Tirando o Akito e minha família, eu nunca tinha me preocupado tanto com alguém.
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Envolvente (Livro 1 da Série Akai ito)
RomancePLÁGIO É CRIME! Estória original, escrita por mim, com personagens de minha autoria. Proibida a reprodução total ou parcial!!!!! Akito Maeda é um jovem e talentoso publicitário. Seu trabalho e seu orgulho. Sua alma romântica e seus sonhos de amor ha...