A Herdeira de Sangue

Capítulo 21

1 mês e meio depois... 

Paullo

Desço as escadas com alguma dificuldade e vou em direção da sala de jantar. Diana estava ,a sala de estar com Grace sentada na mesa fazendo uma bagunça com a comida. Um pedaço de bolo, mais no caso dela os olhos e nariz estão ajudando a boquinha a devorar o bolo. A Diana tenta tomar da sua mãozinha para alimenta-la, mas a Grace não aceita e continua a lambuzar o rosto com recheio de chocolate. Estou sorrindo sem perceber que estava. Sento-me na cabeceira da mesa e sirvo-me de café e olho para a Diana e digo:

-Levantaste-te cedo!

-Sim, a Grace acordou cedo e começou a chorar, ouvi e foi lá. Tivemos a ver um filme, arrumamo-nos e ela brincou com pouco com a minha maquilhagem, meu querido, de momento estou sem baton vermelho!

Começo a rir e digo:

-Ah foi?? Vai a uma loja e compra outro, não é isso que te vai matar!

-És tão mau! Era o meu baton favorito e digo-te, a tua irmã, tem imenso bom gosto! Um vermelho sangue, caro e de marca, super chique.

-Sim, ela deve estar habituada a coisas caras, meu pai nunca proporcionou menos aos seus filhos!- disse amargurado. Diana possa a sua mão sobre a minha e dá um sorriso fraco.

-Bem, o conselho já disse algo sobre ela?- perguntou levantando-se e pegando na Grace e sussurrando-lhe algo no ouvido, e Grace subiu as escadas a correr.

-Já, vai haver uma sessão para apurar factos e descobrir melhor estas coisas! Penso que vão querer levar a Grace para outro lado, duvido que queiram a cuidamos dela.

-Mas ela é a tua irmã!- diz indignada.- Se não ficarmos com ela para onde a vão mandar?

-Duvido que seja para um bordel, ela faz parte da família principal, de forma indireta, mas ainda corre o nosso sangue nas veias dela. Talvez seja uma troca de favores entre máfias, como aconteceu connosco. Mas, só quando atingir a maioridade, ainda não apoiamos casamentos infantis, tem lá calma.

-Paullo, por favor, faz tudo para pudermos ficar com ela! Eu adoro-a! Ela é tão querida e amorosa.

-Diana.- disse em sinal de repreensão- Não pudemos nos apegar a ela!

-Bolas, Paullo é tua irmã!- disse irritada.

-Meia-irmã, Diana!- a corrigi.

-Es mesmo insensível! É tua irmã, preocupa-te com ela como te preocupas com o Lorenzo ou a tua mãe. É a nossa oportunidade de nos redimir dos nossos pecados, e além disso, é só uma criança que precisa de amor, casa e comida e nós temos isso de sobra! E quando o nosso bebé nascer e crescer ele vai precisar de companhia, alguém para brincar com ele. E a Grace e ele não terão um grande diferença de idade.- falou e ao mesmo tempo levantou-se e abraçou-me por trás e passou as mãos pelos meus ombros, braços e peito.

-Está bem, está bem!- dei-me por vencido ou sentir o seu corpo pequeno e quente nas minhas costas.

-Agora vai velhinho, vai para a fisioterapia!

-Velhinho?? Ontem à noite, quando estavas debaixo de mim a gemer não me chamaste isso.

Ela sorriu e deu-me um beijo na têmpera e bagunçou o meu cabelo.

-Comporta-te bem!- disse e foi em direção a porta de saída da sala de jantar.

-E onde, a minha adorada mulher, pensa que vai? Não vinhas comigo, hoje à fisioterapia.

-Vou com a Grace ao shopping comprar-lhe algumas roupas, e bem tu não precisas de mim para a fisioterapia, o pior já passou e tu estás a recuperar bem e saudável!

-Graças a ti! Obrigada por me salvares daquilo, pensei mesmo que ia morrer naquele beco por causa da minha imprudência.

Mandou-me um beijo e subiu as escadas a correr com os sapatos altos a denuncia-la.

-CUIDADO PARA NÃO CAIRES!-gritei-lhe e ela diminuiu logo a correria.