Capítulo 15

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Flashback

As contrações estão muito fortes e vêm piorado nas últimas 12 horas, e eu estou sentindo uma forte pressão, a doutora me pede para fazer força.

- Vamos, mais força! - diz a doutora.

Ninguém não faz ideia da dor que estou sentindo e da força que estou fazendo.

- Vamos você consegue! - A doutora diz.

Faço mais força quando sinto uma pressão ainda maior dentro de mim. Grito e fecho os olhos sentindo uma dor muito forte. Quando abro meus olhos vejo-a e ouço seu choro. Como se eu não escutasse mais nada, só esse som. A enfermeira a põe próxima a mim e eu sorrio vendo seu lindo rostinho, sinto seu calor. Como é perfeita! Meus olhos se enchem de lágrimas. Fico olhando extasiada para ela.

-Larga-a!- disse arrebatando-me a bebé dos braços.

...

Acordo toda suada e cheia de medo e olhei para o lado e vi o Paullo a dormir com uma expressão serena. Aquela conversa com a minha mãe trouxe demônios que pensei já ter enterrado a muitos anos. Levantei-me com cuidado para não acordá-lo e sai do quarto em direção a cozinha.

Peguei um copo transparente da prateleira de cima e enchi-o com água e olhei pela janela da cozinha vendo a piscina coberta com uma lona enquanto rodava o medalhão na mão. Olhei-o e abri-o.

 Olhei-o e abri-o

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Fiquei uns minutos a encarar a foto da Sara horas depois do seu nascimento, tão indefesa, tão inocente, não teve culpada de ter a mãe que têm. Fiz tanta coisa errada, mas o meu maior arrependimento foi ter cedido as vontades dele e ter a abandonando, na hora não entendi mas teve de ser, prefiro ficar longe dela do que saber que a causa da morte dela foi eu, eu ser filha de quem sou. E no outro lado, tinha a foto do meu doce, pequeno e querido irmão, ainda tenho memórias dele, foi o momento mais feliz da minha vida quando a minha mãe voltou do hospital com aquele pequeno presente embrulhado numa manta azul.

Não contendo o meu medo, pego no telemóvel e ligo para o meu anjo da guarda, mas só ao terceiro toque é que atende, o que não costuma ser normal.

D: Demorou a atender! Está tudo bem?

DESCONHECIDO: Diana?? Aconteceu alguma coisa? 

D: Como ela está?

DESCONHECIDO: Foi lá a uns dias atrás, perguntou por ti - sorri e dei uma risada.

D: Recebeu o meu presente?

DESCONHECIDO: Sim, amou!! Ela estava precisando, está a crescer muito rápido. Fez-te um desenho para agradecer, desenhou-te com um cabelo loiro, mas tanto faz! Mas, Diana, o que aconteceu? Estamos em perigo?

D: Tive um pressentimento ruim e também estava com imensas saudades. Mas, preciso que antecipes o plano.

DESCONHECIDO: Estamos em perigo?

D: Não sei.

DESCONHECIDO: Porquê? Isso só devia acontecer daqui a uns meses. Diz-me o que se passa.

D: Estou me precavendo, faz isso rápido e não deixes rasto.

Desligo o telemóvel e deixo o copo na pia e subo em direção ao quarto. Estava chegando ao topo da escada quando apanho um susto, o Paullo estava saindo do quarto.

-Ah Diana! Onde estavas?- perguntou com uma voz sonolenta.

-Desculpa, foi beber algo, estava com muita sede.

Ele estica a mão e dou-lhe um sorriso e aceito, me conduz para o quarto e nos deitamos na cama. Ficamos em conchinha e ele dá um beijo na minha cabeça e pergunta:

-O que se passa, meu amor?- Dou de ombros e ele passa as mãos pela minha cintura e puxa-me contra o seu poderoso peito e sinto a sua ereção no meu traseiro.

-O que é isso?- pergunta agarrando o meu medalhão mas trato de o puxar da sua mão.

-Foi um presente da minha mãe- disse.- Quando eu era pequena ela usava bastante, ela usava porque meteu na cabeça que tinha uma parte do meu irmão com ela- acrescentei.

-Uhmmmm! Vá, dorme Di!!


A Herdeira de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora