Capítulo 11

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Paullo

Quando voltei já era quase meia noite, as luzes da entrada estavam acessas mas as janelas não refletiam luz, parecia uma mansão abandonada, sem vida e sem nenhum morador. Depois da visita do detetive privado não conseguia parar de pensar nos horrores que a Diana passou nos últimos anos, a violação, o bebé e viver com a culpa de tudo aquilo e ter de guardar segredo, então dirigi-me a academia onde treinam os soldados e tive um pouco com eles, lutamos, falamos e lutamos mais um pouco. Subi as escadas de 2 em 2, e entrei no nosso quarto sem fazer barulho, ela ainda estava deitado do mesmo modo que quando sai, vestia um robe curto rosa, virada para a porta de correr para a varanda. Foi até ao closet, tirei a minha roupa e peguei numa camisa da noite branca e comprida da Diana. Sentei-me ao seu lado da cama e ergui-a nos meus braços, ela começou a soltar pequenos gemidos de protesto mas, não lhe liguei. Desatei o laço do robe, mas, no entanto ela levou as mãos ao laço desfeito e apertou contra o corpo e murmurou:

-Não Paullo! Não me apetece. Por favor, não me obrigues.

Levei a mão à lateral do seu rosto e dei-lhe um beijo castro na bochecha e disse:

-Só te estou a tirar o robe para vestires a tua camisa! Não vai acontecer nada, vamos só nós deitar e dormir!

Quando ela ouviu isso abriu os olhos a procura de uma confirmação ou uma suspeita, não sei o que foi, mas ela tirou as mãos do robe e me deixou a vestir, voltando-se a deitar. Deitei-me ao seu lado e a puxei para mim, envolvendo-a nos meus braços e dei-lhe um beijo no pescoço. E assim adormecemos.

(...)

Quando acordei voltei para o lado e me dei conta que tinha cabelos escuros por toda a minha cara, a Diana estava tão próximo que os seus cabelos estavam na minha cara. Levantei-me sureiteiramente e foi para o banheiro barbear-me e tomar um banho. Quando voltei ao quarto com uma toalha enrolada na cintura, a Diana já estava sentada apoiada na travesseira da cama a olhar pela janela, mas a sua mente parecia muito longe daqui. Chamei-a, ela olhou mas, foi um olhar vazio e triste.

-Posso sair hoje?- perguntou.

-Claro. O que queres fazer?

-Quero ir ao shopping. A roupa que a minha mãe mandou não condiz comigo, quero ir comprar algumas coisas para o dia-a-dia, além disso preciso de umas coisas novas de maquilhagem, usei muito nas últimas semanas e ta a acabar.

Acenei com a cabeça e dei-lhe um sorriso e um beijo castro nos lábios e me dirigi para o closet.

-Vais sair?- perguntou sentando-se na poltrona no centro do closet.

-Tenho trabalho, mas arranja-te e sai.

(...)


Diana


Tomei um banho e vesti um vestido de decote em V amarelo longo e umas sandálias preto de bloco em veludo e desci. Paullo ainda estava sentando na mesa do jardim a tomar o pequeno-almoço, passei por ele e toquei-lhe no ombro e ele levantou o olhar.

 Paullo ainda estava sentando na mesa do jardim a tomar o pequeno-almoço, passei por ele e toquei-lhe no ombro e ele levantou o olhar

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-Estás linda!- murmurou me dando um beijo depois de me sentar ao seu lado. Tomei o pequeno-almoço e sai com um escolta de soldados divididos em e carros.

Estava saindo de uma loja de maquilhagem ajeitando a sacola na mão quando um mulher tocou-me no braço e disse:

-Posso falar consigo?- levantei a cabeça espantada mas acenei.- Queres um café?

Depois que pedimos sentamo-nos numa mesa e ficamos a olhar uma para a outra.

-Eu não a conheço. O que pode  ter para falar comigo?

-Eu conheci o Paullo, tivemos um breve relacionamento 1 mês e pouco antes de se casar.

-Isto é um absurdo!- Levanto-me e pego na minha sacola.- Não tenho nada a haver com as antigas relações do meu marido. Não percebo com tem cara de pau de vir aqui falar disso comigo.

-ESTOU GRÁVIDA!- gritou e algumas pessoas no café voltaram a cabeça para ver o que se passava.-Por favor, sente-se! Deixe-me explicar... o que aconteceu- e continuou- Sou uma prostituta num sítio onde o seu marido era um cliente assiduo, ele gostava de ir lá porque tudo era discreto, e além disso, ele é o chefe lá! À coisa de 1 mês e meio, ele veio lá e fizemos sexo, ele deve se ter esquecido de usar proteção ou não foi 100% eficaz. Tentei voltar a falar com ele, mas ele nunca mais voltou, adias descobri que tinha casado, e pensei que você era a única que me podia ajudar, eles vão me matar e ao bebé, eu não posso deixar que isso aconteça!

-Como pode ter a certeza que é do Paullo?

-Eu tive uma semana de folga, quando voltei só fiquei com ele e depois dele foi me embora... Já não estou me prostituindo, arranjei um emprego como secretária e deixei esta parte da minha vida para trás. Eu não tenho condições para criar esta criança! As datas batem nem antes nem depois... só ele!!

-Eu tenho de ir... ele está a minha espera em casa, vou pensar nisso e depois digo algo. Aqui...- abri a carteira e tirei o cartão com o meu número de telemóvel- ... Aqui, está o meu número, liga-me amanhá de manhã e depois falamos!

(...) 

Quando cheguei a casa, o Paullo estava sentado na nossa cama com papeis em cima da cama a analisa-los. Estava sem camisa a mostrar os peitorais incriveis e com uma calças de pijama que marcava o seu vulto de excitação. Ele levantou a cabeça quando eu fechei a porta num estrondo e posei a sacola e carteira na poltrona do quarto.

-Heyy tu!- disse sorrindo.

-Dormiste com outra um mês antes de te casares comigo?

-O quê? Que história é essa? Com quem andaste a falar?

-FALEI COM A PROSTITUTA COM QUEM DORMISTE. QUE ALIAS ESTÁ GRÁVIDA DE UM FILHO TEU! COMO ME FOSTE FAZER ISSO? EU SOU ASSIM TÃO INSIGNIFICANTE? EU TAMBÉM SOU UMA PESSOA COM SENTIMENTOS.

-O que? Isso foi antes de casar contigo. Eu adoro-te e desde que casamos não dormi com outra para além de ti. Onde ela está? Eu a vou matar!

-VAIS MATAR O TEU PRÓPRIO FILHO? OU VAIS MATAR TODOS OS QUE SABEM QUE NÃO ÉS UM SANTINHO, ÉS UM NOJENTO QUE DORME COM QUALQUER UMA.

-Acalma-te!

Ignorei-o, entrei no choset e agarrei a minha roupa interior lavada um pijama de calças e camisa compridos e sai em direção a porta de saída do quarto.

-Onde vais?- perguntou.

-Vou dormir noutro lado porque não consigo partilhar cama com o meu marido que nem sequer me respeitou e engravidou uma vadia.- disse e sai sem esperar pela sua resposta.

A Herdeira de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora