Enquanto Houver Luz |《BTS》

Capítulo 10 | Hoseok

Os dias tem sido estranhamente mais longos do que eu costumava lembrar, talvez se nada disso tivesse acontecido, estaríamos voltando de nossa turnê, cansados e felizes por toda a aventura e repletos de histórias sobre nosso Army. É até engraçado como as coisas aconteceram, pois apesar de estarmos vivendo uma situação difícil, por alguma razão, ficamos ainda mais famosos. Isso realmente é certo?

Hoje pela manhã, Army pediu para passar o dia comigo, eu esperava por esse dia, mas por alguma razão que desconheço, neguei. E mesmo agora, sozinho na sala de ensaios, suado, ofegante e extremamente cansado de ensaiar sozinho, ainda penso que fiz errado. Mas não é culpa minha, entende?

Sabe aqueles dias que você está triste sem motivo? Aqueles dias em que seu corpo parece pesar e se sente em câmera lenta comparado a todos ao seu redor? É um saco, mas também tenho dias assim, e hoje, é um deles.

Quando me deitei no chão para descansar e olhei meu celular em busca de contato, me deparei com uma mensagem não lida no fim da lista, Army me mandou algo de manhã quando saí e acabei não vendo. Acho que errei novamente.

Hobi, você está bem? De todos os dias, seu sorriso hoje pareceu diferente.

Então ela percebeu. Aish! Como esperado do Army, a quem estou tentando enganar? Eles me conhecem tanto quanto eu. Quando pensei em respondê-la ouvi a porta se abrir e para minha surpresa, lá estava ela com um sorriso preocupado.

- Como conseguiu entrar? Você não fez nada perigoso, não é? - Perguntei e ela gargalhou enquanto se aproximava de mim.

- Não se preocupe, usei minhas táticas de ninja-agente-secreta para vir, além do mais as pessoas que me viram já devem ter se esquecido da minha presença a essa altura. - Army falou se sentando em minha frente.

Eu ri um pouco por imaginar uma cena digna de filmes em minha cabeça, mas voltei a realidade quando a ouvi suspirar alto.

- Hobi, como você está? - Ela perguntou.

- Estou bem. - Respondi no automático, mas dessa vez algo me atingiu, não consigo compreender, mas aquela pergunta trouxe uma forte sensação de peso o que me faz querer chorar. Mas não posso chorar na frente dela.

- Tudo bem. - Ela respondeu e se levantou. Sem sermões, sem insistência, apenas a vi indo em direção ao conector das caixas de som e ouvi quando seu celular foi conectado. - Vem! Vamos dançar.

- Dançar? O quê? - Me levantei animado e fui contagiado pelo seu sorriso.

- Forró. - Ela falou pegando em ambas as minhas mãos.

- An? O que é isso? - Falei a vendo rir, possivelmente por minha expressão. - Eu não sei dançar isso, meu estilo é mais Hip-hop.

- Primeiro, forró é um estilo musical brasileiro. Mesmo tendo vários estilos diferentes, acho que você vai gostar desse. É um dos poucos estilos de música que é pra dançar, não pra ouvir. - Army falou me puxando para o centro da sala e eu ri. Me sentia leve com sua presença. - Ah! Eu também não sei dançar bem, mas vou pegar uma ajudinha.

Ela piscou e lá estavam seus olhos roxos novamente. Primeiro ela me ensinou as regras o que me deixou muito envergonhado, confesso. Pelas palavras dela a regra principal é: "É uma dança de casal, sempre esteja em contato com seu parceiro, não o deixe ir" por alguma razão essa frase teve um impacto diferente quando ela falou, mas foi difícil não sentir minhas bochechas quentes ao ter que dançar com ela tão perto. Um passo de cada vez, entre risos e pisadas nos pés, com voltas doidas e muito "jogo de cintura", fomos do forró, um tal sertanejo, lambada e enfim bossa nova. Eu não fazia ideia que música poderia ser assim, cada uma delas traz uma sensação diferente que não me faz ficar parado. É com ela aqui que minha mente se encontra vazia e meu corpo move.