Enquanto Houver Luz |《BTS》

Capítulo 9 | Uma perspectiva de amor

-P.O.V. Namjoon-

É até engraçado se parar para pensar como nossas vidas se tornaram tão agitadas, como nos acostumamos tanto com o ir e vir dos shows, ou até mesmo, como conseguimos perceber que tudo o que nos foi ensinado na infância como língua, cultura, jeitos de ser, podem ser completamente desconhecidos por milhares de outras pessoas ao redor do mundo. Somos apenas um pequeno espaço no mapa global e incrivelmente, por alguma razão, nosso nome circula o globo, seja com boas ou más intenções. É engraçado, mas ao mesmo tempo, me sinto pressionado.

Afinal, nossa vida não para nem mesmo quando o mundo parou...

"Droga! Como fui esquecer da agenda em cima da escrivaninha? Tenho que fazer ligações para... Aish! estou atrasado"

- Esqueceu algo? - Ouvi sua voz em meio aos meus pensamentos, procurei ao redor tentando encontrá-la até perceber que já havia chegado em casa e que ainda segurava a maçaneta da porta.

Army estava deitada no sofá com um... livro nas mãos? Senti minha boca secar enquanto tentava disfarçadamente ver a capa do livro. Que livro é esse?

- Eu só... esqueci minha agenda. Há uma letra nova que estou compondo nela. - Eu disse seguindo até meu quarto. Por que eu sempre tenho que me justificar a ela?

Segui meu caminho e logo encontrei meu objetivo, fui as pressas em direção à saída, mas parei subitamente quando novamente eu a vi... lendo. Eu sabia que tinha que sair, mas meu corpo não reagiu, ela se quer deve saber que estou a olhando, ela está concentrada, chega a fazer leves expressões de espanto e felicidade; ela está em um outro mundo e isso é tão fascinante que me tira um sorriso facilmente, nem percebi quando comecei a caminhar até ela, simplesmente encantado com a garota de roupas largas, um coque alto no cabelo cheio de fios soltos, joelhos dobrados em cima do sofá e um livro nas mãos.

- O que está lendo? - Perguntei quando cheguei a uma distância que sabia não precisar falar muito alto para que ela pudesse me ouvir.

Army apenas me olhou por cima do livro, sorriu e em silêncio finalmente me mostrou a capa. Eu conheço esse livro.

- Um romance? - Falei em forma divertida me sentando na outra extremidade do sofá e apoiando minha cabeça na mão.

- Ok, pode zombar de mim! Eu sou uma romântica incurável, tá bom? - Ela me respondeu rindo, fechou o livro marcando as páginas com um lápis que nem sei de onde surgiu. Eu ri.

- Eu não vou zombar de você, também gosto de romances e admito que até mesmo sou adepto a clichês. - Sussurrei as últimas palavras olhando para os lados atuando um segredo que ninguém poderia saber, mas nós dois sabemos que não há mais ninguém na casa.

- Estou aproveitando que eu consigo entender coreano para ler algumas coisas enquanto vocês não estão por aqui, alguns Army's gostam bastante desse e... até agora tudo bem. - Army me imitou sussurrando as últimas palavras, ela sorriu novamente e engatinhou pelo sofá até se aproximar mais de mim.

- Então gosta de romances? Aposto que você deve ter histórias românticas incríveis de sua vida. - Falei e sorrimos.

- Bom, no momento sim, existem várias histórias, muitas delas dariam um livro incrível e até, filmes ótimos, muitos com finais felizes, outros apenas decepções e até aprendizados lindos. Os Army's realmente são talentosos em muitas coisas. - Army falou.

- E você "Army sem nome"? - Falei e imediatamente ela gargalhou pelo apelido dado pelos mais novos recentemente. - Teve histórias românticas também?

Assim que ela parou de rir vi sua expressão mudar. Droga! Disse algo errado. Já estava prestes a me desculpar quando ela suspirou e me encarou com aqueles olhos profundos cor de floresta.