Em Missão De Pai [✓]

25. Entendi!

Q U E E N S,N O V A   I O R Q U E
10:37 PM

A tia May vai me matar!

Foi a primeira coisa que Peter pensou ao acordar em plenas dez da manhã num dia de aula!

Tudo bem que o garoto quis ir até o apartamento da tia para relaxar,esfriar a cabeça,e voltar um pouco a antiga rotina... Mas ele acabou passando do ponto,e mesmo que tenha recuperado o sono perdido,havia vacilado e tinha uma certeza; Iria ficar de castigo por perder a aula. Droga de celular que descarregou durante a noite!

De toda forma, ele não poderia fazer muito,ao menos nada além de se levantar,tomar um banho,se trocar,pegar seus fones,seu iPod, e descer até a lavanderia do prédio,a fim de lavar as roupas numa tentativa de fazer sua tia não surtar tanto com ele.

Veja bem,não era extorsão,era só... Uma troca justa. Ele passou o dia em casa quando tinha compromissos e responsabilidades? Sim! Mas ele fez suas horas se tornarem produtivas,logo não era tão ruim...

O garoto cantarolou por cima da batida da música extremamente antiga,mas muito viciante,e que ele gostava muito,que repercutia em seus fones enquanto ele descia as escadas.

O adolescente carregava um cesto de roupas médio abaixo do braço direito, cheio de roupas,sabão em pó,e amaciante. Ele se virou ao chegar na lavanderia,empurrando a porta com as costas e entrando no cômodo bem iluminado e com três corredores de máquinas de lavar. Mais alguns cabides, carrinhos para separação de cores, máquinas de passar a vapor e duas pias acima de um balcão de mármore colado a parede.

- Sr. Raymond! - Peter saudou o único homem presente no lugar,anunciando a presença para o senhor que sentia o seu livro,encostado na máquina que usava.

- Peter! O meu garoto preferido! - O moreno reconheceu,o fazendo sorrir leve,com somente um fone em função. Ele passou pelo homem. - E então? Como está? - Ergue a mão no ar fazendo Peter logo aperta-la.

- Bem. Levando... - Acenou pegando uma máquina livre. - E o senhor?

- Ah, você sabe. - Ele resmungou desgostoso. - Nessa idade parecem surgir doenças novas para atormentar a minha pobre cabeça! - Soou ranzinza fazendo Peter rir ao separar as roupas do cesto. - Mas como vai a sua tia ahn?

Cobrou,fazendo Peter suspirar leve. - Bem,entrou no trabalho ontem a noite, turno curto,deve estar chegando em algumas horas. - Acenou,mesmo que o outro não pudesse vê-lo.

- Ah,que bom então. Mas e a escola? Não deveria estar na aula? - Cobrou fazendo Peter balbuciar,se abaixando e enfiando as peças claras na máquina.

- Eu meio que perdi a hora sabe? - Ele cantarolou,batendo a porta circular e se erguendo,ao seu lado o senhor ergueu uma sobrancelha. - Meu celular não tocou. - Pareceu temeroso.

- Celular! O que há com os jovens de hoje em dia?! - Raymond negou inconformado,se escorando em sua bengala e fechando o livro,ao se curvar na direção de Peter. - Será que vocês são tão novos que não conhecem os bons e velhos relógios de mesa? - Cobrou sádico e Peter tentou não rir ao administrar o sabão em pó e amaciante na gaveta.

- Tem razão,eu vou arrumar um novo. - Peter garantiu,mas era uma mentira. Ele sempre batia nos relógios com muita força,e trocar de mochila umas dez vezes no mês já era demais,seu celular poderia despertar.

Quer dizer... Na maioria das vezes,certo?

- Eu nunca tive problemas com os meus. - O moreno volta a negar. - Faz muito bem. - Garantiu e Peter sorriu. - Tem de estudar. Estudar garoto! Pois o estudo é...

- Uma escada que te leva para o melhor caminho possível. - Peter recitou ao repetir,ligando a máquina e subindo os olhos,fitando o mais velho que tinha um leve sorriso desenhado em lábios.