B R O O K L Y N
24 de Maio de 2013Numa clínica terapêutica no centro do distrito,um casal esperava exasperadamente a volta do seu sobrinho de uma daquelas inúmeras salas perdidas entre os corredores com paredes verdes claras e inúmeros quadros coloridos.
- Com licença... Senhor e Senhora Parker? - Uma garota um tanto mais jovem cobrou ao se aproximar,e o casal a mirou com cuidado, Ben tentando oferecer o seu casual sorriso gentil. E ao receber um aceno de afirmação,a garota estalou ao torcer os lábios,checando a sua prancheta antes de subir os olhos. - São os responsáveis por Peter Parker não é? - Ela acenou,e ao trocarem um olhar,o casal decidiu que deveriam se preocupar.
- Algum problema com o meu sobrinho? - May se levantou prontamente,Ben a acompanhando logo em seguida.
- Bom... O seu sobrinho terá de passar mais algumas horas nas nossas instalações,ele terá de ser avaliado de perto. - Acenou,fazendo a italiana paralisar enquanto o seu marido piscava confuso.
- Mas o que aconteceu? - Ben silabou.
- Ele ultrapassou os nossos protocolos,e terá de...
- Como assim?! O que ele fez? - Ben piscou ainda confuso, enquanto May perdia o ar ao não ouvir mais que um zumbido,ela sabia bem sobre os protocolos.
- Ele ultrapassou os protocolos de suicídio. - A garota estalou lentamente. - É como disse,ele passará por uma análise e provavelmente terá de fazer acompanhamento de medicamentos. - Acenou. - Pode levar algumas horas,eu informo. - Ela estendeu uma folha,que Ben se forçou a receber,enquanto May respirava com cada vez mais dificuldade, a pergunta se repetindo de novo e de novo em sua mente; Por quê...? Era a única coisa que se passava na cabeça dela,enquanto Ben tentava a amparar e fazer a mesma se sentar.
A pouco mais de três semanas o casal havia procurado ajuda para o sobrinho, mas May não pensava que chegariam a tanto.
- Então,a que devo a visita? - A mulher tinha um sorriso amigável na primeira sessão.
- Bom... Nós viemos falar sobre o nosso sobrinho. - Foi May quem começou naquele dia. - Eu e o meu marido. - Tocou a mão do moreno ao seu lado,que a deu um sorriso ladino. - Nós perdemos nossos irmãos a pouco tempo,e o filho deles, acabou ficando sob a nossa responsabilidade.
- Sim... E o Peter sempre foi um garoto muito ativo. - Ben piscou. - Mas depois de perder os pais,ele acabou chorando muito,e sofrendo muito,como nós. - Apontou. - Mas ele acabou ficando muito mau. - Pediu.
- No começo nós achamos ser normal. - May tentou. - Afinal de contas,não esperávamos que as coisas fossem continuar as mesmas e enfim. - A mulher suspirou. - Mas ele passou os últimos três meses sem falar uma palavra. - Silabou ao erguer as sobrancelhas.
- Ele come,e dorme e... Não recebemos reclamações do colégio. - Ben negou. - Mas... - Fitou a esposa.
- Isso não é normal. - A psicóloga instruiu, fazendo o casal assentir ao pressionar os lábios. - Entendo... Quantos anos ele tem? - A mulher acenou inquisitiva.
- Onze. - May acenou. - Bom,vai fazer onze daqui algumas semanas. - A mulher piscou,e a resposta fez a profissional torcer os lábios.
- Uma criança... - Ela sussurra. - Acho que podemos programar da seguinte forma. - Subiu os olhos das suas anotações. - Uma sessão por semana. Na nossa próxima eu quero tentar só eu e ele,então depois dessa conversaremos todos juntos. Na próxima só com ele,e por aí vai. - Pediu,e depois de trocarem mais algumas palavras,o casal concordou,e dois dias depois Peter teve a sua primeira sessão.
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Em Missão De Pai [✓]
Fiksi PenggemarO que aconteceria se toda a sua vida fosse uma mentira? Bom,você não saberia porque estariam mentindo. Mas e se você descobrisse? E se tudo fosse diferente? E se de repente tudo se tornasse caos e você nem tivesse tempo para digerir porque,sei lá,es...