Capítulo 35- Aquele Depois da Guerra

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∆Flashback∆

Hogwarts, 02 de maio de 1998

~Pov Hayley~

A guerra tinha finalmente acabado. Me dirigi ao Salão Principal, que agora tinha se tornado sombrio, cheio de pessoas feridas sendo atendidas pela Madame Pomfrey e de pessoas chorando em cima dos corpos de familiares e amigos. Era a cena mais triste do mundo. Vi de longe alguns membros da Ordem conversando entre si, com expressões sérias. Apenas sentei-me em um dos bancos e olhei em volta. Lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos, lentamente.

- Esse lugar tá reservado pra alguém especial? - uma voz ecoou do meu lado.

Era a voz do Fred. Ele estava sorrindo para mim. Forcei um sorriso em sua direção e neguei com a cabeça. Ele sentou ao meu lado, olhando para o horizonte. Sentei mais próxima dele, segurei sua mão e deitei minha cabeça em seu ombro. Ele, de forma automática, encostou a cabeça na minha e apertou minha mão mais forte. Não disse uma única palavra, porque sabia que, naquele momento, eu preferiria o silêncio.

Poucos minutos depois, a porta do salão se abriu bruscamente e um grito pôde ser ouvido por todo o lugar.

- CADÊ ELA? CADÊ MINHA IRMÃ? - Harry parecia desesperado.

Quando reconheci sua voz, levantei a cabeça olhando em direção a ele. Me soltei de Fred e fui em sua direção. Assim que me viu, veio correndo e me abraçou. No momento que senti seus braços ao redor de mim, afundei meu rosto em seu ombro e chorei ainda mais.

- Achei que tinha acontecido alguma coisa com você. - ele disse, me apertando ainda mais. - Por favor, não chora!

- O que aconteceu na floresta? Como você sobreviveu? Eu... - disse desesperada.

- A mãe do Malfoy. Ela... Ela me salvou. Você tinha razão sobre ele. Me desculpa por ter duvidado de você.

- Não precisa se desculpar. O que importa agora é que você tá aqui! - digo, me soltando para olhar para ele.

- Sua testa... - ele diz apontando.

Passo a mão no local para onde ele apontou e sinto algo úmido. Olho para minha mão e vejo sangue. Ele foi até a Madame Pomfrey e pegou alguns curativos para me ajudar. Percebi que ele também tinha alguns cortes pelo rosto e nas mãos, mas parecia que nem se importava com isso. Ele me olhou e me deu mais um abraço.

- Ei, vai ficar tudo bem! Eu prometo! Nós dois contra o mundo! Pra sempre!- ele diz.

Era o que ele sempre dizia quando éramos crianças. Sempre fomos só nós dois, um pelo outro. Não sei o que faria se algo tivesse acontecido com ele.

°°Quebra de tempo°°

Duas semanas se passaram e tínhamos voltado para casa. Eu não estava nada bem com tudo o que tinha acontecido. Passava a maior parte do tempo no quarto, sem falar com ninguém. Não conseguia nem dormir, porque tinha pesadelos horríveis. Alguém sempre levava comida para mim, mas eu nunca comia.

Um dia, no final de maio, senti uma vontade enorme de ir até a sala. Parecia que algo estava me chamando até lá. Como se eu precisasse ir lá com urgência. Estava muito cansada, mas segui meus instintos e saí do quarto. Quando passei pela porta escutei uma discussão no andar de baixo. Desci as escadas vagarosamente, sem fazer barulho. Reconheci as vozes quando cheguei mais perto. Eram Harry e Sirius discutindo na cozinha.

- Você tem que deixar ela Harry! - Sirius gritava.

- Eu não vou deixar ela trancada naquele quarto sozinha! - Harry respondia gritando também.

Mais que amigos - George WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora