Uma separação?

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Quando Cassi percebeu que eu estava querendo ir para cima do casal, afim de fazer alguma besteira, ela me segurou pelos braços e me arrastou por entre as pessoas tirando ambos do meu campo de visão. Só percebi que estávamos em um sofá, quando ela se sentou ao meu lado e começou a falar.

- Sei que acabamos de nos conhecer, mas acho melhor você desabafar, antes que faça merda.

Pressionei meus olhos em linha reta, suspirei e então decidi começar a contar resumidamente sem entrar em detalhes:

- É, você tem razão... Sabe aquele casal, que estava se beijando na pista? - Indaguei, maneando minha cabeça em direção a mesma, tendo um aceno afirmativo dela, prossegui. - Aquele com a ruiva é meu namorado. E como já percebeu, ele estava me traindo. - Conclui, tentando falhadamente esconder uma lágrima que já escorria pelo meu rosto.

- Imaginei, sabe o que acho que deva fazer? - Após sua pergunta, suspirei e neguei com a cabeça. - Sei que fugir não é a melhor opção e blá, blá, blá. Mas, vai ser ruim para sua saúde emocional conviver com ele, olhar todos os dias para o rosto dele e sei que muitas pessoas no meu lugar falariam para que você o ouvisse, porém eu sinceramente não acho que deva fazer isso, mas acho sim que deva ser franca sem ceder, porque somente quem lhe procura sente a sua falta, se ele te procurar, dê um voto à ele e o ouça, no entanto lembre-se que isso não significa perdoar, após perdoado facilmente, ele repetirá a dose mais e mais vezes e a corna da história realmente será você de vez, errar uma vez é descuido, duas já é burrice.

- Obrigada. - Agradeci, limpando as lágrimas involuntárias que escorriam pelo meu rosto. Abracei-a e me ergui. - Foi um prazer te conhecer.

- Digo o mesmo. - Concordou com um leve sorriso acolhedor e reconfortante em seus lábios.

Algumas pessoas simplesmente passam pela sua vida, são anjos que te abrem os olhos...

Fui a passos largos em direção a saída e antes de deixar o recinto, olhei uma última vez para o casalsinho, afim de ter certeza do que realmente faria... Quando os olhei, o olhar dele se encontrou com o meu, e ao perceber que meu rosto estava inchado e que eu havia chorado, o semblante alegre logo desapareceu e um misto de confusão, medo e culpa surgiram no lugar, porém agora já era tarde demais para arrependimentos involuntários.

Ele fez menção de vir atrás de mim, mas a amante dele o impediu.

Sai correndo dali, pensando em tudo o que já havia feito, com lágrimas em meus olhos. Eu e Cassi tinhamos levado alguns minutos para chegar ao lugar, ao voltar correndo, eu levei metade do tempo. Encostei a porta, e subi a escada correndo, entrei no meu quarto, tranquei a porta e me joguei sobre a minha cama, ainda chorando, mas dessa vez o choro vinha acompanhado do soluço...

Em determinado momento eu não me recordo mais de ter feito nada, simplesmente apaguei.

Eu nunca te quis Amberlyn, você é uma tolinha mesmo, graças a você eu consegui várias mulheres na minha cama, achou os seus chifres bonitos, enfeitando a sua testa?

Acordei ofegante e suada, coloquei as mãos em minha testa, enquanto olhava as horas no pequeno relóginho digital que estava em meu criado mudo. 05h27min da manhã... Foi só um pesadelo, Amber.

- Foi só um pesadelo. - Disse para mim mesma, na tentativa falhada de que talvez se continuasse repetindo começaria a acreditar, mas então fleshes da noite passada me vieram a mente e eu me sentei em minha cama. - Parte deste pesadelo realmente havia acontecido e a outra parte é apenas a minha cabeça brincando comigo.

Enquanto trocava de roupa, as memórias me atingiram, pelo menos eu não lhe dei algo meu, pois com toda certeza me arrependeria.

Ouvi batidas em minha porta e me detive antes de abri-la, quando ouvi a voz do outro lado da porta, arrepios e correntes elétricas começaram a circundar o meu corpo sem a minha permissão.

- Abra a porta meu amor, por favor, me deixe explicar o que aconteceu, eu juro que não é o que está pensando. - Engoli o meu choro e o meu orgulho ferido, fora também a vontade de pular em seu colo e abri a porta. - Graças a Deus você abriu, achei que não iria querer me ver nem pintado de ouro novamente. - Ele foi para querer me abraçar, mas antes disso, me desviei de seus braços e deixei-o entrar. Assim que ele se sentou em minha cama, comecei a despejar tudo em cima dele.

A se você soubesse Taylor, que eu realmente não quero te ver mais, mas meu corpo por outro lado necessita do seu.

- Olha aqui Taylor... Agora eu irei lhe dizer tudo o que tenho para dizer e você irá escutar tudo sem me interromper... Não me interessa o que você acha ou deixa de achar, eu me entreguei para você, eu sei bem o que eu vi, não tem que tentar inventar alguma desculpa esfarrapada, eu cansei, cansei das suas mentiras e do seu afastamento, pra mim já chega, estou de saco cheio, não quero continuar em uma relação onde eu dou tudo de mim e você se entrega pela metade, vou procurar outra pessoa que saiba me amar na mesma intensidade em que eu a ame, acabou Taylor, acabou. - Reafirmei a última palavra mais para mim, abri a porta novamente e ele ainda tentou me contestar.

- Mas...

- Mas nada, acabou. - Disse firme, então ele passou pela porta e antes de sair disse baixo e decidido, não antes de olhar em meus olhos, procurando resquícios de arrependimento, mas como não achou nada finalmente quebrou o silêncio:

- Eu irei te encontrar onde quer que você esteja, e irei lutar por nós. - Então saiu e eu fechei a porta com meu peito um pouco mais leve e sem mais nenhuma lágrima em meu rosto, minhas lágrimas secaram e uma cratera se abriu no lugar onde acredito que deveria ser o meu coração, estou em mil pedaços e não deixarei que mais nenhum filho da mãe me destrua assim.

Retirei todas as minhas roupas do armário, joguei-as de qualquer jeito dentro da mala e desci as escadas... Quando me viram, os gêmeos, a senhora e o senhor Maile abriram um sorriso.

- Querida! - Exclamou a senhora Maile alegremente. - Onde vai? - Indagou descendo seus olhos para a mala que estava em minhas mãos.

- Eu estou indo embora...

- O quê? - Pronunciou uma voz atrás da senhora Maile e logo se pôde ouvir em meio ao silêncio um estilhaçar de copos... Taylor.

N(a): Parece que o livro não está tão no fim assim, graças as ideias que surgiram na minha cabeça, a agradeçam por mim.

Pela primeira vez (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora