Empurrei Túlio para que saísse de cima de mim, e isso só fez com que ele se desequilibrasse e me agarrasse junto. O resultado disso é que nós dois caimos no chão frio, que em contato com a minha pele fez com que todos os meus pelos ficassem arrepiados e também com que eu gemesse de dor, afinal convenhamos esse contato com o chão não foi lá muito agradável.
Assim que consegui me equilibrar novamente, coloquei-me de pé, mas antes que pudesse me afastar senti algo colidir contra minha panturrilha me fazendo cambalear por uma fração de segundos. E só assim percebi ser uma mão, que estava me paralisando no mesmo lugar ao qual havia parado antes de pensar se quer em me mover. Puxei minha perna uma, duas, três vezes, foi somente na quarta vez sem paciência e soltando quase fumaça pelo nariz que consegui me desvencilhar, do idiota que quase me enganou e fez com que me apaixonasse por ele... Eu disse QUASE, porque não é qualquer um que consegue ser interessante para mim, não mesmo.
Já decidida, e com mais coragem do que alguma vez aqui tive, abri a porta que se encontrava encostada e desci correndo pelas escadas, mas no ante-penúltimo degrau acabei pisando em falso e desabei, contorcendo o meu pé e indo bruscamente contra o chão, sem nem mesmo me dar conta a minha garganta já estava arranhando e prendendo um grito de dor, que primeiramente deixei escapar como um gemido dolorido, mas que logo se transformou no próprio grito insuportável... Vi Samanta se aproximar trajando um avental e um pano de prato em ambas as mãos e me olhar boquiaberta e aterrorizada com o que pudesse acontecer, afinal eu era a sua responsabilidade.
Ela se afastou rapidamente e foi até a rua, alguns segundos depois ouço seus gritos desesperados do lado de fora da enorme casa.
- TAYLOR, VENHA AQUI PELO AMOR DE DEUS...
E também ouvi gritá-lo irritado no mesmo tom como resposta para sua mãe.
- O QUE FOI AGORA MÃE, NÓS ESTÁVAMOS NO MEIO DE UM JOGO IMPORTANTÍSSIMO.
- TAYLOR, A AMBER CAIU DA ESCADA, ME AJUDE QUERIDO, ELA ESTÁ IMÓVEL.
Depois disso não ouvi mais nada, eu só não havia percebido uma coisa, minha cabeça havia colidido contra a quina da mesinha de mármore que se encontrava na sala, e por esse mero detalhe eu estava perdendo todos os sentidos que ainda me restavam... Antes de apagar por completo vi um vulto, segurando-me antes que desabasse mais uma vez indo contra o chão.
(...)
Eu já havia despertado porém meus olhos ainda se mantinham fechados, e eu estava em um conflito interno comigo mesma, pois tudo isso não poderia ser mais do que um pesadelo, Túlio, Taylor, e todo o resto dos acontecimentos me assombravam.
Abri meus olhos ainda com receio e notei estar em um recinto ainda desconhecido por mim, tentei me levantar, porém senti uma pontada no nervo que fazia a ligação dos músculos da minha costela e voltei a deitar.Observei todo o local... o recinto era todo branco, possuia duas camas estreitas, uma onde me encontrava e a outra onde uma pequena menina com os seus cabelos pretos estava também deitada, um tapete e uma pequena televisão de vinte polegadas, fora a estreita porta onde na sua parte superior se encontrava uma plaquinha, trajando as seguintes informações: "Toalete" e "Unissex"...
Passei meus olhos novamente pelo pequeno cômodo e encontrei uma espécie de campainha, apertei-a e esperei que alguém viesse ao meu encontro para dar-me as respostas de que tanto necessito, alguns minutos depois do meu toque uma enfermeira entra em meu quarto e sorri docemente para mim, desarmando-me por completo.
- Bom dia, querida... Qual o seu nome?
- Oi... - Disse deixando transparecer a incerteza e a timidez na minha voz. - Amber, como posso chamá-la?
- Pode me chamar de Dn. Sofy, o que tanto te encomoda pequena?
-Dn. Sofy eu queria saber o que aconteu comigo, onde estou e quem me trouxe até aqui.
- Vamos com calma querida, uma pergunta de cada vez, não tenha pressa, temos muito tempo.
- Tudo bem, onde estou?
- Você está em um hospital querida.
- Por quê? O que aconteceu comigo?
- Seus parentes te trouxeram e disseram que havia caido da escada, disseram que contorceu o pé e que sua cabeça colidiu contra uma mesinha que fica no pé da escada da casa de onde se encontrava.
- E quem exatamente me trouxe para cá?
- Um rapaz... Ela parou para pensar por um segundo e logo prosseguiu. -Chamado Taylor.
- E ele ainda está aqui, Sofy?
- Está querida.
- Poderia chama-lo?
- Perdoe-me querida, mas não posso, está fora do horário de visita e se eu desrespeitar o fomulário de regras tomarei uma advertência.
- Por favor, Sofy! - Pedi fazendo a minha melhor cara de cachorrinho que acabou de cair da mudança.
- Tudo bem, mais só alguns mimutos, sim?
- Tudo bem, obrigada Sofy, a senhora é a melhor. - Disse esquecendo por um momento da minha dor e me levantando rapidamente para abraçar Dn. Sofia, mas antes mesmo que pudesse chegar a me levantar por completo senti a mesma dor de antes em minhas costelas e me deitei, praguejando baixinho pela minha falta de cuidado. Dn. Sofia apenas riu de toda a situação e saiu sem mais delongas em direção a Taylor, confesso que eu estava ficando nervosa e uma pequena parte do meu meu estômago começou a revirar acredito de felicidade e eu me amaldiçoei por isso.
Logo que relaxei ao menos um pouco ouvi uma batida contida na porta e pedi com a minha voz mais rouca do que o normal para que a pessoa entrasse e esta mesma assim o fez.
- Olá, vejo que já acordou. - Disse com um meio sorriso no canto dos lábios.
- Sim, o que aconteceu Taylor?
Ele ficou estático e prendeu a respiração por um breve momento, comprimiu seus lábios. Percebi seus olhos escurecerem e também que lembranças o atingiram em cheio naquele mesmo instante... Assim que abriu seus olhos a cor dos mesmos já havia voltado ao normal.
- Eu acho que você estava me procurando, então devido a pressa...
Não deixei que ele terminasse, pois nesse mesmo instante fleshes do momento passaram pelos meus olhos e eu prontamente o interrompi.
- Pisei em falso, e a minha cabeça bateu na mesa. Falei mais para mim mesma do que para ele enquanto olhando para o chão e em seguida o encarava. -Eu me lembro, a última coisa que vi foi seu semblante de desespero e as suas mãos me segurando para que não desabasse contra o chão novamente.
- Sim.
- Por quê agiu daquele jeito Taylor?
- Que jeito? Perguntou voltando ao "mundo real".
- Por quê fugiu e nem ao menos me deu uma chance para explicar quando você sabia que a culpa não havia sido minha?
- Caramba Amber, você não enxerga mesmo, não é?
E dessa vez fui eu quem mostrei-me desentendida. - Enxergo? Não enxergo o que?
- CACETE AMBER, EU TE AMO...
Nesse mesmo momento eu tampei minha boca que estava quase caindo e pisquei meio desnorteada e ainda confusa com a sua revelação.
N/A: E ai, pessoal? decidi fazer esse capítulo bônus para vocês! Obrigada pelo carinho queridos... Eu queria agradecer a minha melhor amiga que me ajudou a escrever o capítulo Lívia, sem você eu não teria escrito, te amo.
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Pela primeira vez (Concluído)
RomanceAmber que aos 18 anos resolveu fazer intercâmbio com o intuito de ser uma médica bem sucedida não contava apenas com um porém: conhecer um rapaz marrento e metido que a deixaria louca enquanto estivesse por perto. Será que ela conseguirá confiar nel...