Really?

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Fiquei parada absorta em meus pensamentos, e tentando absorver toda esta informação, no princípio não iria dizer nada, mas depois vi as palavras saindo da minha boca sem a minha permissão...

- Como assim?

- Para de ser idiota Amber, eu sempre te amei, desde o momento que te vi descendo distraída daquele avião.

- Não parece que me ama, você só me ignorou e me manteve afastada desde o início...

- Claro, como queria que eu dissesse para os meus pais? Ou melhor para todo mundo? "E aí, sabia que acabei de me apaixonar pela minha suposta irmã, pela garota a qual eu deveria estar protegendo de caras que a queriam fazer mal, e fazer coisas perversas e não ser um desses caras"? Você não queria que eu dissesse isso queria? Sou louco Amber, mas não a esse ponto. Por esse motivo tentei manter você afastada, estava tentando evitar esse sentimento. Mas, existe um momento em que a situação fica tão insuportável que você não tem mais como evitar, precisa ceder e é o que estou fazendo agora, fiquei com medo de perder você.

- Eu... Eu preciso de um tempo Taylor. Depois eu falo com você. Agora saia por favor. Pedi em um tom baixo... - Este encarou-me com um pesar e saiu dali indo caminhar um pouco, talvez para sentir o ar e tentar voltar a respirar.

Fechei os meus olhos e nem ao menos percebi que lágrimas desciam dos mesmos.

Peguei o meu celular e teclei o número da minha mãe.

- Alô? - Ouvi uma voz sonolenta do outro lado da linha e apressei-me em olhar as horas. Oh droga, lá no Brasil ainda está de madrugada.

- Mamãe?

- Querida? - Ouvi sua voz um pouco mais atenta e cuidadosa. - Você está bem? Aconteceu alguma coisa? - Encheu-me de perguntas.

- Estou bem mãe, bom... - Suspirei. - Não sei como começar, mas preciso desabafar com alguém e você é uma das únicas em quem confio.

- Pode falar meu amor.

- Mãe, eu sei que pode querer que eu volte para nossa casa por causa disso, mas o Taylor me disse que me ama e eu não sei o que fazer. - Alarmei incerta.

Ouvi a respiração de minha mãe pesada do outro lado da linha, ela suspirou e só então ela respondeu:

- Querida, já te contei como eu e o meu primeiro namorado, antes do seu pai, nos conhecemos?

- Não. - Afirmei depois de um segundo tentando buscar algo em minha memória, mas é lógico que não achei nada, ela jamais houvera me contado ou mesmo mencionado que namorou alguém antes do papai. Pouco falávamos sobre o meu pai desde sua morte, sempre foi um assunto delicado para minha mãe.

- Bom, eu tinha a sua idade, quando minha mãe decidiu me mandar para o Canadá, eu estava animada, era minha primeira vez em outro país, iria conhecer pessoas novas, culturas diferentes, assim que cheguei lá fiquei eufórica e alegre. Em uma de minhas saídas conheci Victor, era um belo rapaz, lindo, carismático, no final da primeira semana em que estávamos saindo, ele me pediu em namoro... Querida o que quero dizer, é que comigo e Victor não deu certo, mas com vocês pode dar, se arrisque, seja corajosa e não tenha medo de quebrar a cara, é somente com nossos erros que aprendemos. - Finalizou.

- Obrigada mamãe, vou atrás dele, boa noite e te amo muito.

- Também amo você querida, agora vá logo. - Mandou, finalizando a chamada.

Tirei os aparelhos do meu braço e saí correndo em meio ao corredor, se eu bem o conhecia, ele iria até o play ground e depois iria para o apartamento de algum amigo, se eu desse sorte, poderia pegá-lo antes que ele fosse. De longe ouvi gritos de alguns médicos e enfermeiros para que eu voltasse para o meu leito de hospital, só tinha um problema, eu não estava nem aí para as consequências, o que doía era não poder tê-lo em meus braços. Dobrei o corredor e quando parei em frente ao parquinho suspirei, pois de longe via os fios de seus cabelos balançando contra o vento.

Pela primeira vez (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora