Mais uma vez...

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- Você estava esperando por mim? - Perguntei, mesmo sem querer realmente saber a resposta.

- Responde a minha pergunta.

- Para de agir como um irmão mais velho que você não é!

- E eu deveria agir como? Não foi você quem disse que somos irmãos?

- Disse, mas...

- Mas nada, para de se iludir garota!

- Não estou me iludindo. É você quem age como um sempre e não me deixa em paz.

- Não ajo como irmão...

- Não? Age como então? Porque essa é a única forma como pode agir. Nós não temos nada. - Afirmei, nem dando chance para que ele pudesse responder. Saí indo em direção ao meu quarto e fiquei ali quieta, refletindo sobre tudo que havia acontecido... Cansada de pensar deixei que o sono mais profundo me levasse para onde quer que desejasse me levar.

(...)

Me levantei apressada, afinal estava atrasada... Iria conseguir chegar somente no período decorrente ao almoço.

Tomei um banho de água quente e assim que saí do banheiro nem me dei ao trabalho de arrumar o cabelo ou de procurar uma roupa peguei qualquer uma, desci e peguei um picolé para comer como café da manhã... Sabe sempre detestei aquelas patricinhas que fazem tudo para manter o peso, não tenho um corpo perfeito, mas é natural, se tem curvas é porque tem e não porque o "manipulei" a criá-las, sou o que sou e gostem de mim como sou, se não gostam foda-se também não vou morrer por causa disso.

Entrei na escola e todos os olhares se voltaram horrorizados para mim, afinal eu sempre tive um senso de moda e sempre a adorei, mas estava sem cabeça para isso, aquela discussão com Taylor realmente mexeu comigo... Eu tenho certeza de que não sinto nada por ele, ele é um babaca e galinha...

Eu não demorei muito varrendo o corredor com os olhos até achar minha amiga.

- Oi, Rock. - Saudei.

- Hum... Amber, o que fez consigo mesma?

- Depois te conto só não estou com cabeça agora.

- Tudo bem, depois nos falamos então.

- Tá.

Antes que eu pudesse sair dali senti dois braços fortes me prendendo.

- Percebi que está diferente, mas continua sexy, e eu ficaria com você de qualquer jeito. - Ele disse mordendo o lóbulo da minha orelha.

Eu fingi que não havia entendido as segundas intenções da frase, e me virei para ele e dei um beijo na sua bochecha seguida por um abraço.

- Você é muito safado. - Disse para que apenas ele pudesse ouvir e soltei uma risada.

- Eu sei disso, quer companhia para te entregar sã e salva na porta de sua sala senhorita?

- Seria uma honra, senhor. - Disse, entrando na brincadeira e fazendo um gesto de cortesia, o que o fez rir.

Ele pousou seus braços sobre meu ombro e nós fomos até a nossa sala, pedimos desculpas e licença a professora e entramos.

- Bom então, antes dos dois interromperem nossa aula, estava explicando sobre um trabalho que contará como nota final para vocês, será em duplas...

Mas antes que a pobre professora pudesse concluir sua fala, começou-se a ouvir vários buchichos pela sala, alguns até gritavam deixando-a com uma expressão de raiva maior do que a que havia em seu rosto anteriormente.

- Silêncio, por favor!

Ela disse tentando se acalmar o que não resultou em nada, pois a sala continuava naquela enorme falação.

- Silêncio!!! - Pediu mais uma vez. E aí eu já previa a sua explosão.

E a sala continuou na algazarra, cheia de gritarias, e bagunças, como se não houvesse nenhum professor.

- CALEM A BOCA AGORA!!!

No mesmo instante em que ela gritou, se fez um silêncio absurdo na sala de aula, era possível ouvir a respiração de cada ser presente ali naquele local.

- Para a infelicidade de vocês e minha total felicidade, eu escolherei as duplas.

Todos a encararam com um olhar mortal, e ela nem parecia notar, ou ignorava ou fingia muito bem... Ela começou a falar os nomes e eu continuei olhando somente para as minhas unhas até que ouvi o meu nome.

- Amber e... Ela fez um suspense antes de falar... Sério, acho que ela está pedindo para morrer! - Túlio. - Ah, não é tão mal assim pensei comigo mesma... Espera, espera. Só um minuto, com o Túlio, isso não será nada bom, não será nem minimamente bom, Taylor, Túlio e eu na mesma casa. Definitivamente isso não irá prestar.

Depois desta aula não prestei atenção em mais nada tudo que conseguia pensar era em como tudo iria ficar... O pior não era nem isso, o pior era que antes da aula acabar Túlio me disse que hoje não daria para ser na casa dele, porque a tia dele iria levar seus filhos mini-capetinhas, isso tudo, depois da vaca da professora dizer que seria para amanhã, ou seja, ela quer ferrar com a minha vida mesmo...

(...)

"TRIM"... "TRIM"

- E então Amber, a gente pode ir agora se você quiser, aí nós até nos vemos livres antes.

- Claro sem problemas... - Afinal por um lado ele tinha razão, seria mais fácil assim.

Túlio saiu dali e foi buscar suas coisas, minutos depois voltou e saímos da escola caminhando até minha casa... Ou melhor casa de Taylor.

Assim que chegamos nós entramos, e eu avisei a minha "mãe" sobre o que iria fazer.

- Samanta, eu vou fazer um trabalho com o Túlio no meu quarto, hora que o almoço ficar pronto a senhora pode nos chamar?

- Claro, querida.

Subimos os dois, eu me sentei na cama e fiquei esperando que ele entrasse, ele ficou ali parado na porta me encarando, eu iria chamar a sua atenção quando ele "voltou" novamente para a Terra, entrou no meu quarto e encostou a porta... O que eu achei meio estranho, mas não dei muita importância para isso. Ele se sentou ao meu lado bem próximo a mim e eu pigarriei me afastando um pouco.

- Bem, vamos começar o trabalho. - Anunciei. - A professora disse que teríamos que conhecer um pouco mais os nossos parceiros de trabalho e fazer um relatório sobre eles, posso começar com as perguntas primeiro?

- Eu não quero fazer trabalho nenhum!

- O que, como assim? É para amanhã.

- Dane-se. Ele disse pousando o caderno na outra ponta da cama e subindo sobre mim... Eu estava realmente muito assustada. Ele sempre havia me respeitado. Fui salva pelo gongo assim que a porta se abriu.

- Minha mãe está lhe chamando para al...

Ele parou de falar assim que viu a situação e ficou ali nos encarando.

- Taylor por favor, não é o que está pensando.

- Mais parece... - Ele disse descendo pelas escadas. Meu Deus tudo irá se repetir novamente o que eu faço?

Pela primeira vez (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora