Capítulo 2

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Clarisse

Era meu dia de ajudar na loja hoje, enquanto arrumava os rolos de tecido distraída ouvi o sininho tão familiar da loja tocar, me virei sorrindo para atender o cliente e fui surpreendida por Victor, um colega da academia de minha tia.

— Olá estranho, o que trás a minha humilde loja? — pergunto sorrindo, gostava muito de Victor, as vezes participamos juntos de competições de dança pela academia.

— Vim buscar um terno, e se me permite dizer, de humilde sua loja não tem nada Clari. — sorri em minha direção.

Os cabelos loiros com alguns cachos perdidos e o sorriso leve e fofo faziam uma ótima imagem com o blazer marrom e a blusa de gola alta branca por baixo, ele é tão fofo que parece um anjo.

— Nah, ela é exatamente como qualquer outra loja de alfaiataria.

Dou de ombros pegando o papelzinho de sua mão e jogando no sistema, um terno azul prontinho para entrega.

— Vou buscar sua encomenda, já volto.

Ele sorri em minha direção enquanto abro o balcão para ir até o armazém pegar a caixa com seu terno feito sobe medida, consigo ver de relance meus pais trabalhando na parte de baixo da loja, onde ficava a confecção de vestidos, uma verdadeira bagunça de fios, linhas e retalhos para todos os lados, Dani minha prima andava de lá para cá com seu caderno de criações, a estilista da família fazia um ótimo trabalho com os vestidos, as coleções dela vendiam muito, principalmente em época de casamentos. Peguei gosto por desenhos graças a ela, até mesmo ajudo na criação de algumas coleções da loja.

Volto para o balcão, encontrando um Victor muito distraído com as roupas espalhadas pela loja, limpo a garganta chamando sua atenção que sorri sem graça.

— São lindos...

— Obrigada, tentamos fazer o nosso melhor neles. — sorrio pra ele — Aqui está.

Coloco a caixa mediana sobe o balcão, entre nós dois, enquanto dou baixa no pedido.

— Clarisse, você...

Levanto o olhar do computador esperando uma continuação.

— Eu?

— Você se inscreveu na seleção?

— Ah, sim, me inscrevi sim, porque? — respondo distraída, voltando o olhar pra tela — Você tem uma irmã mais nova não? Ela se inscreveu também?

— Sim, sim, ela se inscreveu.

— Acho que todas as garotas com idade fizeram isso, eu nem tive a opção de dizer não, provavelmente seria deserdada pela minha mãe se não me inscrevesse.

Ele ri fraco, acenando com a cabeça parecia meio nervoso.

— Não sei se gosto da ideia de mandar a minha irmã pra longe de casa.

— Um dia ela vai ter que sair sabe? Os passarinhos aprendem a voar e querem deixar no ninho. — dou risada do desespero aparente dele — E se sua irmã quiser se casar um dia? Vai trancar ela no porão?

— Na verdade me parece uma ótima idéia.

Rimos alto, tão bobo, é até meio fofo o ciúmes que tem com a irmã, como filha única eu não tenho muito disso em casa. O mais próximo de irmão que tenho é meu primo Daniel, que nesse momento está servindo a coroa como guarda, bem longe de casa, mas sinto muita falta dele, é como o irmão que nunca tive.

Uma Noiva Para Nickolas - A Nova SeleçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora