O primeiro negativo

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Cinco anos antes da descoberta da gravidez

Minha menstruação estava atrasada, já fazia dois meses, e eu podia jurar que também estava sentindo meus seios um pouco maiores, sem contar alguns enjoos que estavam me matando. Eu queria pedir a Steve que comprasse um teste de farmácia, mas também ficava com medo de lhe dar esperanças e de repente elas se esvaírem.

A quem eu queria enganar, eu mesma já estava me enchendo com aquelas tais esperanças e sabia que a qualquer momento iria surtar se não descobrisse se estava grávida ou não. Nós só estávamos casados a dois anos, mas já namorávamos a três, sem contar que filhos sempre fizeram parte dos nossos planos, então realmente não entendia porque todo esse nervosismo. 

"É porque você quer que seja positivo", foi o que meu subconsciente respondeu e ele tinha razão. Eu queria. 

-Vai passar o dia inteiro aí? Anda Natasha, a gente tem que voltar para o trabalho - a delicadeza de Maria Hill, também conhecida como minha melhor amiga, era impressionante. Nós havíamos saído para almoçar, até que meu estômago resolveu se voltar contra minha pessoa e expulsar tudo o que eu já tinha comido naquele dia - Você está viva certo? Por favor diz que sim, não quero ser eu a ter que escrever uma matéria dizendo "Jornalista morre após comer e restaurante é acusado de fraudar nota da vigilância sanitária".

Reviro os olhos ao mesmo tempo em que seguro a risada. Abro a porta de uma vez, obtendo êxito em assustá-la, a mesma me olha de cima a baixo inspecionando se por acaso eu tinha um pedaço faltando ou se iria desfalecer ali na frente dela.

- De onde você tira essas coisas? - questiono enquanto lavo as mãos - Você é maluca sabia? E não, eu não vou morrer, estou completamente bem.

- Tem certeza porque você me parece horrível? - resmungo um xingamento para ela que simplesmente manda outro de volta - Sério, tem certeza que está bem? 

- Eu acho que estou grávida - falar aquelas palavras em voz alta pela primeira vez foi como se alguém tivesse dado uma voadora no meu coração e aberto as portas da esperança. Hill levou um tempo para processar a informação e quando finalmente conseguiu, seus olhos se arregalaram de uma forma engraçada.

- Nós estamos felizes com isso ou é uma completa tragédia? Sabe que vou te apoiar independente da resposta - ela me encarava pelo reflexo do espelho enquanto eu sorria e agradecia mentalmente por tê-la como melhor amiga - O Rogers já está sabendo disso? 

- Não! - exclamo exasperada e ela interpreta isso da forma errada.

-Quer dizer que você não quer o bebê e não vai contar para ele? Ou ele não quer o bebê? Eu estou confusa, anda, fala criatura, você não pode jogar uma bomba dessas e depois se calar - eu realmente tinha conseguido um feito inédito: retirar Maria Hill de toda aquela aura onde nada a abalava.

- Ele não sabe porque nem eu mesmo sei se estou grávida, e sim, eu quero o bebê e ele também, filhos sempre fizeram parte dos nossos planos para o futuro, só não imaginei que o futuro estaria tão perto. Fui pega de surpresa, mas sim, nós queremos esse bebê que eu ainda nem tenho certeza se existe. 

- Que se dane, a gente ficou doente - olhei para ela de forma confusa enquanto era arrastada para fora do banheiro e em seguida do restaurante - Vou ligar para alguém e dizer que estamos passando mal, vou colocar a culpa na comida e enquanto isso nós vamos até uma farmácia, você vai fazer uns três testes daquele até obter uma resposta e aquietar esse seu coração. 

Não tive mais tempo de responder, porque realmente fomos até uma farmácia no carro dela e antes que eu ao menos pudesse pensar em descer, Hill só mandou que eu esperasse ali, voltando um tempo depois com três testes de marcas diferentes e jogando a sacola em minha direção. 

I've Been Waiting For You - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora