Epílogo I

584 49 22
                                    

A primeira palavra 

Dez meses, meu filho já tinha dez meses, o tempo bem que poderia dar uma acalmada. Parecia que havia sido ontem que ele nasceu e era só aquela coisinha frágil e pequenina menor que o meu braço. Agora Henry já era aquela coisinha de setenta e dois centímetros que engatinhava por aí  e nos enlouquecia de preocupação já que estava na fase de "ei que objeto engraçado, o que será? e se eu colocar ele na minha boca?".  Era um susto atrás do outro, mas também havia muita diversão e momentos inesquecíveis, como nas vezes em que eu o amamentava

Era um pouco doloroso no início, porém existia aquela conexão nova e incrível, era um momento só nosso. Hoje em dia ele já não mamava na mesma frequência, na verdade, agora isso só ocorria duas vezes por dia, quando o mesmo acordava e antes dele dormir, meu menino estava crescendo e às vezes parecia que rápido demais para o meu gosto. 

Nós estávamos na expectativa que em breve ele diria a primeira palavra, e nós também estávamos em uma pequena competição para ver qual palavra seria. Henry já dava tchau e balbuciava algumas coisas tentando conversar com a gente, ele também conseguia ficar de pé, mas somente se apoiando em alguma coisa e ainda não havia dado os primeiros passos, o que nos deixava em uma expectativa para mais essa primeira vez. 

Na verdade, todo dia era uma nova descoberta. Eu descobri que quando se tem um filho, sua vida não importa mais tanto quanto a dele e você faria de tudo para protegê-lo. Steve e eu tentávamos não ser o tipo de pais super protetores, apesar de nos preocuparmos, gostávamos de deixar que Henry pudesse realmente ser uma criança e aproveitar as fases do desenvolvimento dele, da mesma forma como nós aproveitávamos estar com ele nesses momentos. Uma coisa que não podia negar era o fato de termos muita ajuda, como nossos pais se revezarem para ficar com o neto enquanto trabalhávamos. 

- Bom dia - Steve resmunga ao meu lado ao ver que eu já estava acordada, sorrio para ele e deixo um beijo em sua bochecha atraindo sua atenção. Quando o mesmo se vira para mim, acaba me puxando para cima dele e eu solto uma exclamação assustada, por ter sido pega desprevenida, o que aparentemente o diverte muito - Sabe o que seria muito bom para começar o dia? Um banho. 

- Sério? - as mãos dele deslizavam pelas minhas coxas e a camisola que eu usava subia um pouco mais a todo instante - Acho que a gente tem um tempo antes dele acordar - me abaixo e distribuo alguns beijos em seu pescoço, sorrindo ao ver o mesmo se arrepiar. 

Sem perder tempo, Steve levanta da cama comigo no colo, envolvo sua cintura com minhas pernas e ele me carrega até o banheiro. Dessa vez foi minha pele que arrepiou-se quando ele me colocou sentada sobre a bancada fria da pia, entretanto, os beijos que vieram em seguida foram mais que suficiente para que eu esquecesse disso e com certeza frio já não era algo que sentisse naquele momento. As mãos dele vão subindo pelo meu corpo por dentro da camisola, até retirá-la por completo, ele começa a dar atenção para cada pedaço exposto de mim, esse homem sabia como me levar ao paraíso em pouquíssimo tempo. 

Até que o barulho vindo da babá eletronica nos tira dessa bolha sexy que havíamos criado. O suspiro pesado que ambos trocamos não era mais só devido ao prazer e sim a mais pura frustração. Já ia começar a me vestir, mas Steve segura meus pulsos de forma delicada.

- Deixa, eu vou olhar ele, pode tomar seu banho em paz - ele deixa um beijo delicado e doce em meus lábios, nada parecido com o nosso desespero de antes. 

- Mais tarde a gente tenta de novo - digo, recebendo um sorriso em resposta e com um último beijo ele sai do banheiro me deixando ali sozinha, totalmente diferente dos nossos planos iniciais. 

Tento não demorar muito no banho, mas também não consegui evitar aproveitar só um pouquinho a sensação de relaxamento que a água quente trazia quando entrava em contato com minha pele. Saio do banheiro enrolada em um roupão e o sorriso que aparece em meus lábios é praticamente automático ao ver a cena que me esperava.  

Steve estava sentado na cama, assim como Henry, e ele parecia muito envolvido em explicar para o pequeno como existia uma coisa chamada dividir e era algo que Henry precisava aprender. Eu nunca iria cansar de observar os dois homens da minha vida juntinhos. Henry prestava atenção ao que o pai falava, bem atento, mas em determinado momento ele abre um daqueles sorrisos em que o mesmo exibia todos os seus quatro dentinhos e era capaz de nos derreter por inteiro. Steve não aguenta e o sorriso e começa a brincar com ele, beijando a barriga dele e fazendo a gargalhada infantil ecoar por todo o quarto. 

- Tem um espacinho para mim aí? - assim que escuta minha voz Henry estende os braços em minha direção, me chamando com as mãozinhas - Bom dia, meu amor. 

Pego ele no colo, e o mesmo deita a cabecinha em meu ombro. Acaricio os poucos fios de cabelo que ele tinha, Henry era loiro como Steve e a avó paterna, mal tinha cabelo e os poucos que tinha eram praticamente invisíveis. Balanço ele no colo, até o mesmo levantar a cabeça e sorrir para mim, balbuciando em sua língua de bebê, no que eu só balançava a cabeça afirmativamente como se estivesse entendendo tudo. 

Sento na cama para dar de mamar, enquanto Steve ia tomar o banho dele. Eu e meu pequeno ficamos ali conversando enquanto ele comia e parava de vez em quando para prestar atenção em mim. Quando Steve sai do banheiro e troca de roupa, o mesmo diz que vai descer para ir preparar o nosso café da manha, quando se aproxima para deixar um beijo na minha testa, Henry faz um bico. 

- Viu só? É sobre isso que eu estou falando, você tem que aprender a dividir a mamãe comigo, pode ter ciúmes das outras pessoas, mas do papai não - olho para ele incrédula - O que? É verdade, ele tem ciúmes de você, inclusive acho que tem uma antena aí dentro que avisa sempre que estou chegando muito perto - rio do jeito dramático dele e isso faz com que Henry ria também - Vou atrás da Luna, ela é a única que me leva a sério nessa casa. 

- Luna - Henry diz batendo palminhas, empolgado com a ideia de ir brincar com a gatinha e ele não percebeu o olhar chocado que eu e Steve fazíamos. 

- Ele acabou de falar Luna? - pergunto para meu marido. 

- Não, tenho certeza que só saiu parecido, quer dizer, a primeira palavra dele não ia ser... Ia? - ele me olha confuso e nós dois ficamos olhando Henry, esperando por alguma reação ou confirmação de que ele realmente havia falado e nós obtemos isso quando de repente ele aponta para a porta do quarto, animado e repetindo com sua voz de bebê.

- Luna!

A gata balançava o rabo de um lado para o outro, naquela sua pose de superioridade. Ela e Henry estranhamente se davam muito bem, inclusive já havia pego os dois deitados juntos no chão da sala, era fofo. 

- Henry você falou! - mesmo sem entender nossa empolgação ele começa a comemorar também, adorando a pequena festa e algazarra em família. 

- Nós perdemos para uma gata - Steve disse depois de um tempo - Nunca vamos contar isso para nossos amigos, o que você acha? 

- Trato fechado - apertamos nossas mãos selando nosso acordo, e voltamos nossa atenção para o bebê animado e agitado no meio de nós dois. 

 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
I've Been Waiting For You - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora