Dormir, o que é isso?

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Seis Meses de Gestação

Viro-me novamente na cama e encaro o relógio que marcava duas da manhã, suspiro cansada e passo a acariciar a barriga. Só queria dormir, mas aparentemente o bebê não concordava com isso e estava muito agitado. Com a barriga maior devido aos seis meses era difícil achar uma posição confortável para dormir, sem contar que alguns dias nosso bebê, ainda sem nome, resolvia que não queria dormir e sim conversar, então chutava o tempo todo. 

Steve se mexe ao meu lado e abre um dos olhos, ao ver que eu ainda estava acordada, ele também suspira e vira-se completamente em minha direção, me encarando com aquelas intensas íris azuis. A mão dele se encontra junto com a minha na barriga, e nós dois passamos a fazer carinho no local em que o bebê chutava. 

Ainda lembrava quando sentimos pela primeira vez o bebê chutar mês passado, foi um daqueles momentos que definitivamente se tornou uma memória base e que a Alegria tomou conta do painel de controle tanto na minha mente como na de Steve. 

"Sorrio ao ver Steve cantar as músicas do filme Mamma Mia ele basicamente interpretava e dava um show bem ali, ao som de ABBA, meio que dançando sentado no sofá. Até que quando Dancing Queen começa a tocar, ele não aguenta e realmente começa a dançar na minha frente, começo a gargalhar quando o mesmo me puxa para dançar também. Juntos nós cantamos e imitamos a coreografia do filme, mudando algumas partes para dançarmos mais perto. Não importava que nenhum dos dois sabíamos fazer isso direito, o que importava era nos mexermos e aliviar todo o estresse do dia, além de extravasar toda a felicidade que vinhamos sentindo nos últimos meses. 

Em algum momento nossa dança desajustada passou a uma valsa péssima, que só nos fazia rir cada vez mais. Nós amávamos dançar juntos, sempre fizemos isso desde que começamos a namorar e esse hábito só ficou mais frequente depois de casados. Foi ali, no meio de um dos nossos momentos preferidos, no meio de toda a agitação e do riso, que eu senti algo diferente."

Começou com apenas uma sensação, depois uma espécie de tremor, até que pus a mão na minha barriga e pude senti-lo chutar pela primeira vez. Meus olhos haviam se enchido de lágrimas imediatamente, Steve tinha ficado preocupado ao ver minha cara, mas a expressão dele relaxou ao ver meu sorriso em meio ao choro. Coloquei a mão dele no canto onde o bebê estava chutando e isso só fez com que ele sorrisse e chorasse junto comigo, lembro da forma como Steve se ajoelhou diante de mim, distribuiu vários beijos em minha barriga e conversou com o bebê por um bom tempo. 

Aquele agora era nosso passatempo preferido a propósito, conversar com o bebê e ver se ele respondia de volta. Era divertido, só não era divertido quando ele resolvia que queria conversar bem de madrugada. 

- Nosso filho nem nasceu e já não gosta de dormir de noite - resmungo para Steve enquanto sento na cama e ele imita meu movimento. 

- Ele puxou ao seu lado da família esse negócio de ser uma pessoa noturna - faço uma careta em sua direção e isso faz com que ele sorria para mim após uma tentativa falha de reprimir um bocejo. Steve se deita novamente na cama, mas dessa apoiando a cabeça na minha barriga - Você precisa deixar a mamãe dormir se não ela fica irritada pela manhã e desconta no papai - bato de leve no ombro dele, mas óbvio que o mesmo iria fazer drama - Ai! Viu só? Já começou. 

Steve levanta novamente e põe meu rosto entre suas mãos antes de me beijar. Ele deita e me acomoda em seus braços, de forma que eu possa usá-lo de travesseiro e mesmo que fosse confortável para mim, não parecia muito para ele. 

- Nós precisamos escolher um nome, não aguento mais chamá-lo de baby Yoda - era assim que Hill chamava o bebê e o apelido acabou pegando. 

- Você não acha que Yoda é um bom nome? - brinco com ele e recebo um olhar de "por favor diga que está brincando", quando ele percebe que obviamente é uma brincadeira, fica mais aliviado - Podemos chegar em um acordo de não usar o nome dos nossos pais? Eles se achariam de mais, e ficaria confuso. 

- Eu concordo. Por que não pesquisamos alguns? - ele levanta da cama e volta com o notebook em mãos - Não é como se ainda estivéssemos com sono mesmo - sorrio e faço uma cara de culpada, que ele apaga com um beijo. Era difícil me fazer dormir depois de ficar tão desperta e Steve sabia disso. 

Ele começa a pesquisar nomes, alguns nos atrai e eu começo a anotar esses um bloquinho de papel que guardava na mesa de cabeceira, outros nos faz dar risada. Ao fim da lista tínhamos quatro nomes: James, Benjamin, Henry e Anthony, e fomos em ordem olhando o significado dos quatro.

- Eu gosto do nome James - falo enquanto bato a caneta em minha bochecha de forma pensativa. 

- Me dê três bons motivos para o nome do nosso filho signifique "aquele que vem do calcanhar" e seja igual ao nome do seu primeiro namorado - Steve me encara com aquele sorrisinho, eu sabia que ele só estava sendo dramático sobre a última parte, porém resolvo dar-lhe os motivos que havia pedido. 

- É um nome bonito apesar do significado não ser lá essas coisas. Segundo, quando namorei com Bucky não fazia a menor ideia que você existia e a gente tinha tipo quinze anos. Terceiro, só nos conhecemos graças ao fato de ele ser seu melhor amigo e ter nos apresentado. Quer que eu continue? Posso fazer isso o dia todo - levanto a sobrancelha em sua direção e ele tenta segurar o riso para manter a pose de triste. 

- Odeio quando você tem razão - ele faz uma careta e depois um bico fofo indignado, o que me faz imaginar se nosso filho seria tão dramático quanto ele. 

- Mas você tem razão também, se colocarmos o nome do bebê de James, Bucky vai se achar demais e é fácil da Hill só de birra continuar chamando de baby Yoda se recusando a dizer o nome real do bebê - Steve desiste de segurar o riso e eu passo um traço no nome James, mesmo tendo colocado uma estrelinha pequena ao lado - Próximo da Lista: Benjamin.

- Filho da felicidade, o bem-amado. O que você acha? - ele olha para mim e eu começo a dizer o nome em voz alta para testar com nossos sobrenomes. 

- É bonito, mas... Não sei, não parece o certo - passo a mão na barriga, nosso bebê havia parado de chutar, acho que percebeu que o assunto era sério ali e deixou que nos concentrasse, era o nome dele em jogo - O próximo é Henry. O que significa?

- Príncipe - ele responde sem nem ao menos olhar no computador e eu o encaro - O que? 

- Você continua assistindo aquela série que tem uns efeitos especiais terríveis né? - brinco com ele e cutuco suas costelas, bem onde sei que ele possui cócegas. 

- Talvez, mas mesmo que os efeitos sejam ruins a história é até boa - ele começa a digitar o nome "Henry" na pesquisa para obtermos uma resposta mais completa do significado - Ao contrário de você que só assiste para ficar admirando a atriz que faz a Rainha Má, eu presto atenção no enredo - foi a minha vez de rir, ele me conhecia tão bem - Viu só, Henry significa príncipe do lar, o governante da casa. 

- Henry Romanoff-Rogers? - testo o nome da mesma forma que fiz com o outro, mas dessa vez o bebê chuta e eu fico encarando minha barriga - Acho que ele gosta. 

Steve põe a mão onde o bebê estava chutando e repete o nome, novamente nosso filho se mexe e nós trocamos olhares antes do sorriso ir aos poucos surgindo.

- A quem a gente quer enganar, ele vai ser tratado como nosso príncipe mesmo - é o que Steve diz antes de deixar um beijo em minha barriga e levantar para guardar o notebook. Sorrio acariciando a protuberância que crescia cada vez mais. 

Parece que nosso bebê agora tinha um nome afinal. 

Caso alguém não tenha entendido, a série em questão que foi feita referência é Once Upon a Time, uma série que eu amo muito muito mesmo e sempre vai ter um espacinho no meu coração

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Caso alguém não tenha entendido, a série em questão que foi feita referência é Once Upon a Time, uma série que eu amo muito muito mesmo e sempre vai ter um espacinho no meu coração. (Mas sim, os efeitos especiais, cgi e etc, são bem ruins) e eu sei que o nome do "baby yoda" é Grogu, mas para mim sempre vai ser "baby yoda" rsrs

I've Been Waiting For You - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora