Capítulo 7

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Sua mãe o liga na segunda, entre a segunda e a terceira aula do dia, quando ele está caminhando até a cafeteria pegar algo para acordá-lo. Ele tira o celular do bolso, lê o nome dela na tela e aperta "atender" imediatamente.

"Ei, querido," ela diz felizmente. "Como está meu filho gênio?"

Louis sorri e se ajeita em um banco. Ele tira o maço de cigarros da mochila enquanto diz: "Ei, mãe."

"Você está fumando?" ela questiona, assim que ele mexe no isqueiro. "Eu achei que tivesse parado."

Louis grunhe, colocando o isqueiro dentro do maço. "Eu estou parando," ele corrige. "Lentamente. Faculdade é estressante."

"Mas você está mantendo suas notas, certo? Você está indo a todas as suas aulas, não está matando aula?"

"Claro," Louis diz instantaneamente.

Como se ele pudesse matar aula. Se ele matasse aula, ele perderia a bolsa, e eles não têm muito dinheiro. Na verdade, ele é o primeiro a ir a uma universidade. Bem, além de Charlotte, ele foi o primeiro a se formar no ensino médio. Ele não pode se arriscar. Ele não pode arriscar matar aula, ou não entregar os trabalhos. Se ele perder a bolsa, ele perde o futuro. Não só o distante, mas o imediato. Ele perderia seu financiamento, seu quarto. Ele estaria tão, tão fodido.

E todo mundo ficaria desapontado com ele. Ele se lembra, logo quando foi aceito, como todo mundo estava orgulhoso dele. Como sua mãe chorou e seu pai deu um tapinha em seu ombro e disse "Eu sempre soube que você podia fazer isso." Como seus pais deram uma grande festa, convidaram todos os amigos próximos para se gabarem. Como eles guardaram dinheiro por meses para comprar o notebook e ouras coisas.

Ele se desapontaria também. E teria sido tudo à toa. Os últimos quatro anos de esforço até ficar exausto. De largar todos esses anos de ensino médio que ele deveria ter sido um adolescente. Quando ele deveria ir a festas e sair com seus amigos, e matar aula para fumar maconha debaixo das arquibancadas. Ele passara anos fazendo as lições de casa, fazendo cursos extracurriculares porque ficavam ótimos no currículo. Ele perdera anos de bailes da escola e da festa que ele fora convidado.

Não que ele não tenha feito alguns amigos, só que eles eram como Louis. Eles trabalhavam duro, e eles estavam ocupados demais planejando o futuro que vivem agora. Então enquanto ele não se sentava sozinho no intervalo, enquanto ele tinha alguém para fazer trabalho em grupo nas aulas, para reclamar das outras crianças, ele também não tinha alguém com quem sair depois da aula. Não tinha alguém para ligar para ele no meio da noite só para conversar sobre os pais brigando ou a namorada terminando.

Exceto o Max, mas, mesmo, Louis não gosta de pensar no Max com frequência. Quando ele se formou, deixou sua casa, ele deixou essa parte dele também. É mais fácil assim. "Isso é bom, então, sua mãe diz, sua voz ficando mais pesada. "Eu estou tão orgulhosa de você. Você sabe disso, sim? Nós estamos todos tão, tão orgulhosos de você."

"Mãe," Louis resmunga. "Não chora, okay? Eu saí faz meses. Eu achei que tivéssemos falado sobre isso. Sem ficar sentimental."

"Me desculpe," ela balbucia. "Eu só te amo, e eu quero só o melhor pra você. Você merece isso. Você merece mais que isso."

"Eu tenho que ir," Louis diz abruptamente. Seus próprios olhos estão ardendo, e a garota que passa por ele o olha estranho. "Eu tenho aula. A gente se fala depois."

"É melhor mesmo!" sua mãe diz. "Eu te amo."

"Te amo. Diga às garotas que eu disse que sinto falta delas, e diga ao meu pai que eu também o amo."

Not Happening - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora