Capítulo 26

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Honestamente, Louis não está bisbilhotando. De verdade, ele não está. Ele só estava voltando pro quarto por um momento para pegar um livro que ele precisava antes de devolvê-lo à biblioteca, onde ele deixou suas coisas sobre a mesa com a intenção de retornar. Só que ele vai abrir a porta sem bater (ele se recusa a bater à porta do seu próprio quarto, sob qualquer circunstância), e então ele começa a ouvir as vozes dentro e...

Eles estão brigando. Eles estão falando alto. Ele não tem que se inclinar contra a porta para distinguir as palavras que estão dizendo. E é por isso que ele não se sente mal. Se fosse uma conversa que eles estavam tentando manter privada, eles não estariam discutindo tão alto. (Mas ele ainda se sente culpado por isso, porque ele não consegue parar)

"— é!" A voz feminina diz; tem que ser a namorada de Harry, mesmo que ele nunca tivesse escutado a vez dela desse jeito, além de ser doce e suave. "Só me diga quem diabos é!"

"Não vai fazer diferença," Harry raciocina. "Dizer a você com quem foi--"

"Foi," ela repete, cortando. "Você está usando o passado, Harry, mas nós dois sabemos que não é. Deus, eu consigo ver agora no seu rosto. Quem é ela? Uma ex-namorada? É isso? Você ainda tem sentimentos por ela, não tem?"

"Não é uma ex-namorada," Harry diz lentamente, e Louis tem que se inclinar para ouvir. Mas ele se afasta imediatamente, fazendo careta para sua própria atitude. "Eu te prometo, Sarah—,"

"Não minta pra mim, Harry." ela retruca. "Seja sincero comigo por cinco segundos, é tudo o que eu te peço!"

complicado."

"Complicado," ela repete, e Louis sabe que Harry está fodido agora. "Pessoas sempre dizem isso, mas não é! Trair não é complicado! Não algo que simplesmente acontece. Não é um acidente, Harry! É uma péssima escolha. Um erro. Um grande erro, mas não é a porra de um acidente. Não é algo que não seja controlável. Não é complicado manter seu pau dentro da calça!" 

"Eu sei disso." Harry insiste. "É por isso que eu te contei. Você merece saber."

"O que eu mereço é um namorado que não me traia, na verdade." ela responde.

Louis ouve os passos indo em direção à porta e ele dá um pulo para trás, os olhos arregalados. Merda. Ele veste o capuz do moletom e começa a andar na direção oposta, a cabeça abaixada só por precaução.

"E fique longe de mim!" ele ouve atrás de si, logo antes da porta bater.

Louis caminha lentamente pelo corredor. Ele consegue ouvir a garota indo na direção oposta, mas quando os passos estão distantes e não podem mais ser ouvidos, ele para. Ele deveria dar espaço a Harry? Ou ele deveria pegar suas coisas? Ele realmente precisa desse livro, ele pensa, e talvez uma parte dele queira ter certeza de que Harry está bem. Mesmo que ele ainda esteja chateado com Harry por ontem. Mesmo que ele tenha feito seu melhor para evitar olhar Harry nos olhos desde quando aconteceu.

Louis se vira e volta para o quarto. Ele entra, encontrando Harry sentado em sua cama, a cabeça sobre as mãos. Ele olha para cima quando Louis fecha a porta cuidadosamente atrás de si e seus olhos estão marejados e vermelhos.

"Eu, hum, vim pegar meu livro." Louis sussurra. "Eu posso voltar mais tarde, ou--,"

"Não, tudo bem." Harry se levanta da cama dele. "Eu estou bem." ele acrescenta.

"Eu não perguntei." sai da boca dele antes de poder parar. É automático, uma resposta instantânea. Ele se odeia assim que as palavras saem, e Harry realmente hesita, como se Louis tivesse o dado um tapa.

Not Happening - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora