Capítulo 29

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A pergunta de Niall faz sentido quando Louis vai para seu quarto depois de ficar na biblioteca a tarde toda no dia seguinte. A primeira coisa que ele nota, assim que entra no quarto, é que as lixeiras estão lotadas de papéis amassados, o que já é estranho o suficiente. Mas então seu olhar recai sobre a cama, no envelope preto elegante, fechado com um chocolate solitário.

Louis grunhe. Ele coloca o chocolate na boca e abre o envelope, puxando o pergaminho grosso de dentro. A escrita é meio desajeitada, nitidamente, mas parece que foi escrito com cuidado, provavelmente mais de uma vez, julgando pelo estado das lixeiras.

Essa não era a minha intenção. Eu posso ter falhado, mas eu te amei desde o início, Louis lê, o olhar percorrendo lentamente sobre as palavras inclinadas. Eu sei que você não acha que eu estou tentando, eu sei que você está desgastado. Mas prenda a respiração...

Ele lê três vezes, franzindo o cenho. E então ele lê mais uma vez, por precaução, antes de colocar o "poema" de volta no envelope e pegar o notebook. Ele digita as palavras, e balança a cabeça. Ele sabia. É letra de música. Não é nem um poema plagiado, é uma merda de uma música. Jesus Cristo, sério?

Ele ri para si mesmo. Ele não faz ideia do que Harry está tentando fazer, mas ele não vai o ignorar dessa vez.

Quase uma hora depois, quando Harry chega ao quarto, outra vez suado pelo treino. Ele fecha a porta atrás de si e mordisca o lábio, passando o olhar desde o envelope na mesa até o rosto de Louis, suas bochechas ficando vermelhas.

"Que merda foi essa?" Louis o pergunta.

Harry umedece os lábios. "Hm."

"Era uma música do Secondhand Serenade," Louis diz.

Harry coça o pescoço, estremecendo. "Eu esperava que não fosse notar."

Louis fecha o notebook e se senta. Harry dá um passo para trás, se afastando dele. "O que você está tentando fazer, Harry? Colocando músicas melosas em envelopes, me dando chocolates e essas merdas."

"Eu tentei escrever um poema," Harry admite, gaguejando um pouco. "Niall disse que seria melhor que flores, mas eu sou tão ruim escrevendo quanto desenhando, aparentemente, e— não deu certo. Então eu pensei que talvez... mas você obviamente descobriu."

"Mas por que você ao menos se importa?" Louis questiona. "Eu não entendo?"

"Como— como disse, eu estou tentando," Harry explica. "Eu estou tentando—,"

"Bem, pare com isso," Louis retruca. "É assustador."

Ele deixa o quarto, mas não antes de ver a expressão chateada de Harry. Mas ele fecha a porta, confuso demais para fazer outra coisa. Confuso demais com tudo o que ele sente, e tudo o que Harry está fazendo. Ele acende um cigarro no caminho até a cafeteria, e manda mensagem para Zayn e Liam, perguntando onde estão e implorando para encontrarem com ele.

Só que não tem uma festa de consolo dessa vez. Quando ele explica o que aconteceu, Liam dá um tapa no braço dele com força suficiente para fazer arder. "Você é um idiota," ele diz. "É melhor que você não tenha dito isso mesmo pra ele."

Louis o encara. "O que? Mas--,"

"Não," Liam diz. "Sabe, todo esse tempo você tem agido como se fosse só o Harry que estivesse fazendo coisa errada. E eu não estou dizendo que ele não fez, porque ele fez. Vocês dois foderam um com o outro muitas vezes, e vocês dois fizeram e disseram muita merda. Mas você não faz por merecer, Louis. Você age como se você fosse vítima, e o Harry estivesse aqui tentando fazer sua vida um inferno quando, na verdade, você faz o mesmo com ele."

Louis e Zayn olham para ele surpresos. A boca de Louis parece seca e ele provavelmente vai vomitar o sanduíche que ele comeu de almoço. "Liam,"

"Não," Liam diz, e Louis não faz ideia de onde surgiu esse lado dele. Ele não sabia que Liam era capaz de ficar daquele jeito, agressivo e irritado, os lábios pressionados em uma linha fina. E ele definitivamente não pensava que Liam era capaz de ficar assim com ele. "Você sabe o que vocês dois precisam fazer? Antes de qualquer coisa? Vocês precisam se desculpar porra."

E com isso, ele se afasta do banco em que todos estavam sentados, indo na direção do dormitório. Louis está tonto demais para chamá-lo ou segui-lo. Ele se sente enjoado e com frio, e algumas lágrimas estão se formando em seus olhos. Mas ele merece isso, não merece?

Liam está certo, Louis sabe disso. Ele tem sido um completo idiota com Harry esse tempo todo. E ele sabe disso, com certeza, mas - talvez ele precise fazer por merecer. E talvez, de uma forma estranha e confusa, é isso que Harry está tentando fazer. Talvez ele esteja tentando se desculpar por toda merda que aconteceu.

"Eu preciso ir," Louis sussurra. "Desculpa, Zaz "

Zayn desvia o olhar do celular. "Você realmente é um idiota, sabe."

"Sim."

"O Harry está com o Niall. Você não vai encontrá-lo no quarto."

"Como você sabe disso?" Louis pergunta.

Zayn mostra o celular. "É essa invenção maravilhosa, mensagem de texto. O Niall me falou que o Harry acabou de chegar no quarto dele, e aparentemente ele está te xingando de tudo, babe. Ele está irritado com você."

Louis mordisca o lábio. O problema é: ele se conhece muito bem para achar que ele ainda estará disposto a se desculpar mais tarde. Sabe que ele vai ficar pensando nisso, inventar uma desculpa para não se desculpar. Sabe que ele vai amarelar e correr disso tudo como ele tem feito por semanas, desde aquela noite com a tinta quando ele percebeu que ele não podia mais não misturar sentimentos.

"Você—você pode pedir para ele mandar o Harry pro quarto?" Louis pergunta, suave e hesitante, sem muita certeza, mesmo agora que ele quer fazer isso.

Os dedos de Zayn passeiam sobre as teclas, e um segundo depois seu celular toca com uma nova mensagem. "O Niall diz que ele gosta de você, mas agora você pode ir se foder," Zayn diz. Ele digita outra mensagem. "Agora o Niall disse que o Harry está falando que não quer falar com você." Mais uma vez. "Okay, agora o Niall disse que ele está tentando convencer o Harry, mas ele está ignorando. E ele também--,"

Louis pega o celular da mão dele e aperta o botão de ligar. Ele espera um pouco, enquanto toca, se perguntando se o Niall vai atender, e ele atende segundos depois com um "O Harry não quer falar com ele, okay?"

Louis respira fundo. "Você pode passar pro Harry?"

Silêncio. Então, "Eu não tenho certeza de que é uma boa ideia. Ele não quer falar com você, eu não o culpo."

Louis engole o orgulho. "Por favor."

Um barulho do outro lado da linha, uma conversa agitada que ele não consegue ouvir porque Niall deve estar cobrindo o celular. O silêncio se faz por um momento, antes de mais barulho e finalmente a voz de Harry, grossa e baixa, "O que você quer?"

"Você pode me encontrar no quarto?" Louis pergunta. "Para conversar. Por favor."

"Conversar sobre o que? O que temos para conversar a esse ponto, Louis? Sério? Porque eu não vejo motivo algum para eu fazer isso, e eu não vejo motivos para você querer."

"Por favor," Louis diz de novo. É isso, nada mais.

"Okay," Harry suspira. "Eu estarei lá em um minuto."

"E se você for um idiota com ele de novo, Louis, eu juro que eu vou—" a ligação termina, cortando Niall ao fundo. Louis entrega o celular de volta ao Zayn.

"Ele vai te encontrar, então?" Zayn pergunta.

Louis assente. "Ele disse que iria, ao menos. Talvez ele não vá. Eu não o culparia se ele não fosse."

Zayn se levanta, colocando uma mão sore o ombro de Louis. "Você é bem vindo para ficar no nosso quarto se as coisas não derem certo, okay? Mesmo que Liam tenha gritado com você, nós estamos aqui."

"Sim, eu sei," Louis diz. "Obrigado."

Zayn move a mão, dispensando o agradecimento. "Disponha. Agora eu vou comprar pizza. Esse drama do seu relacionamento é exaustivo."

Not Happening - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora