Capítulo 16

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Na segunda antes da festa de Natal, Louis vai até o quarto deles para encontrá-lo completamente bagunçado. Mas não como estava daquela vez por causa dos caras do outro time, que invadiram o quarto e deixaram creme de barbear por todo lado. É mais uma bagunça controlada.

Tem um negócio de argila no armário de Harry. Tem bolinhas de papel amassado jogadas por todo o quarto. E tem jornal cobrindo cada parte do chão entre as duas camas e a porta. Jornal que está coberto por dez diferentes potes de tinta, três pincéis diferentes, uma tela enorme, e um Harry com olhar derrotado.

"O que você está fazendo?" Louis pergunta. "O que você fez com o nosso quarto?"

Harry olha para ele com dois olhos verdes grandes. "Eu não consigo fazer nada," ele diz. "Eu não— eu tenho que fazer isso até amanhã e vai parecer que uma criança de cinco anos fez."

Louis fecha a porta, tentando não parecer tão surpreso quanto ele está. "Você ainda está fazendo sua obra para a exposição de amanhã?"

"Amanhã," Harry grunhe. "Deus, eu estou tão fodido."

"Hm," Louis caminha pelo quarto, pela bagunça de Harry. Ele deixa a mochila em sua cama e senta na beirada dela. "O que você está tentando fazer exatamente?"

Harry suspira. Ele passa uma mão pelo cabelo e aponta para seu armário. "Eu tentei esculpir de novo, mas foi— isso não vai rolar. Então eu tentei desenhar, mas é quase tão ruim. Então agora eu estou na minha última chance: pintura. Só que eu sou tão ruim em pintura quanto sou em todo o resto, se você se lembra."

"Claramente," Louis admite.

Harry o encara. "Então o que eu tenho que fazer? Eu tenho que fazer isso para que possa secar, e eu tenho só uma chance. Se eu foder com isso, eu não tenho outra tela."

Louis mordisca o lábio. A obra dele para a exposição está na sala de artes, onde ele deixou. Já está feita há dois dias, e ele meio que está orgulhoso disso. Orgulhoso do contraste que ele deu entre o lado dele e o de Harry no quarto. A diferença da parede de Harry, com o póster da Jessica Alba e uma prateleira com troféus de esportes e uma bola de futebol. Com as roupas bagunçadas penduradas na sua cama bagunçada, e seu cobertor vermelho. Contrastando com o cobertor preto de Louis e sua cama imaculadamente arrumada. Com a prateleira de Louis com livros e HQs, a falta de roupas deixadas ali.

E então, o foco da pintura, a mesa. Com os trabalhos de Louis sobre ela, mas uma das camisetas de Harry pendurada no encosto da cadeira, que está largada e não dobrada. Ele gosta da forma como a mesa é a única coisa que eles dividem no quarto todo, e o jeito como os dois têm a própria forma de reivindicá-la.

Ele não teve muito trabalho com isso, mas Harry claramente está tendo trabalho com o dele. "O que você está tentando pintar?" Louis o pergunta.

Harry encolhe os ombros. "Eu não sei. Isso ao menos importa? Lembra quando eu tentei pintar aquela bacia de fruta? Parecia que eu tinha feito a pintura com meus dedos."

Parecia. Era um monte de gotas coloridas e tortas, todas ajeitadas dentro de uma bola gigante e colorida. Foi a pior arte da sala, sem dúvidas, e Louis riu disso até Harry ficar vermelho, e então ele parou porque ele se sentiu um idiota. Mas não parecia nada como uma bacia de fruta que Harry tinha usado como inspiração. E ele tem um ponto; meio que parecia que uma criança tinha feito.

"Talvez esse seja seu problema," Louis diz lentamente. "Talvez seja porque você está tentando muito replicar algo."

Harry faz careta. "Então o que você sugere que eu faça? Só pincelar?"

Not Happening - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora