Em chamas

Idiota

Pareceu realmente que ele não estava nenhum pouco afim de me levar então eu iria chamar um táxi, ele já tinha entrado no carro e ligado sem dar nenhum indício de que eu iria também. Então peguei meu celular e procurei o número, como um raio ele parou o carro bem a minha frente.

-tá esperando que eu abra a porta pra você? Disse da forma mais pretensiosa possível.
Revirei meu olhos com tamanha arrogância e entrei no carro.

Ele nem parou em nenhum semáforo e continuo dirigindo o mais rápido. Em um momento quando foi passar a macha eu fiz menção de prender meus cabelos e nossa mão acabou se tocando acho que ele não deu importância alguma, mas meu corpo entrou em alerta no mesmo instante, eu não entendia nada era apenas um toque, um simples toque que fez minha barriga da voltas.

Tayler dirigia com um braço apoiado na janela e seus dedos passeava por seus lábio. Caramba acho que ele tinha noção do quanto era sexy. Em um certo momento nesse silêncio sem fim vi ele olhando de canto pras minhas pernas e depois olhou no meu rosto com os olhos estreitos como se estivesse inconformado.

-o que foi? Perguntei quando me olhou, ele voltou sua atenção para as ruas.

TAYLER AT

Por que inferno eu deixei ela vir comigo? Por que usa um pedaço de pano nas pernas achando que cobre algo? Não tenho dúvidas de que se tornou uma burra. Como se não bastasse os problemas que já tenho... desde o dia que entrei na minha sala e a vi me pergunto o porquê aceitei que ficasse em minha casa, ela me irrita com esse fingimento de boazinha ou mesmo sem fazer nada.

Parei em frente ao prédio e esperei ela descer, porém isso não aconteceu... olhei pro lado e ela dormia como senão houvesse problema algum. O quão idiota seria pra dormir do nada no carro de um desconhecido?  Respirava tranquilamente e ainda tinha a mania de tentar sorrir quando dorme. Olhei meu relógio checando  as horas e apertei a buzina, ela remexeu e abriu os olhos.
-desce.
-você não vai entrar?
-te devo satisfação?
-não eu só..
-desce. Ela pegou suas coisas e saiu.

ALISSA AT

por que ele ao menos não era educação comigo? Não queria admitir, mas o jeito que me tratava fazia parecer que eu não era ninguém e isso apertava meu peito e sabe o que  apertava mais? Saber que eu iria entrar no elevador...
cheguei na frente dele e fiquei andando de um lado pro outro tomando coragem pra entrar, era sempre isso, acho que o pessoal da recepção devia achar que eu sou louca... decidi entrar apertei o botão bem rápido e fechei meu olhos contanto até 20 imaginado outras coisas tentando não me fazer lembrar que eu estava lá dentro.

Quando a porta abriu eu quase saltei de dentro e dei um longo suspiro. Procurei na bolsa meu cartão chave, espera onde ele foi parar? Tinha que está aqui em algum lugar... olhei em meus bolsos e lembrei que estava em um deles, talvez tenha ficado no banco do carro. Ahhh que raiva, não acredito disso coloquei minha testa na porta e fiquei me condenando, eu teria que ligar pra ele, mas parei um pouco e lembrei que nem ao menos seu número eu tinha. Sendo assim teria que descer na recepção e foi aquele transtorno todo pra entrar no cubículo.

-seu moço? O senhor poderia me entregar a chave reserva do apartamento 107? 
-desculpe senhorita, mas o dono não deixa chave reserva.
-que? Por que? Ele nada disse.
-então poderia ligar pra ele por favor? Meu celular está descarregado eu queria pedir pra ele trazer a minha. Ele ficou um pouco apreensivo, mas acabou ligando.

A primeira ligação caiu e ele não atendeu. O moço ligou de novo e me entregou o telefone, eu já estava mais que agoniada e se hoje fosse um daqueles dias que ele sumiria? Caiu mais um vez e na terceira tentativa ele atendeu.
-oi Tayler sou eu... ele nada respondeu, com certeza imaginária qualquer pessoa menos uma  ligação minha.
-o que você quer? Estava um barulho enorme e eu mal conseguia ouvir.
-eu esqueci minha chave no seu carro e não consigo entrar, poderia vir trazer?
-não, eu estou ocupado.
-por favor, eu preciso... ele desligou na minha cara, que ódio desse... desse... ahhhrggg bati o telefone e o moço arregalou os olhos.
-Desculpa, mas meu primo é um idiota... pode acreditar ele é meu primo por mais que me odeie não pode tirar nosso sangue.
O moço concordou com a cabeça e fez um gesto meio que perguntando se eu queria sentar, então dei a volta no balcão e sentei em uma poltrona.