IRRITANTE

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-meu... meu livro... falei desconfiada.
-não precisar de pressa terá a manhã inteira pra procurar.
-o que? Perguntei sem entender e Tyler segurou a maçaneta da porta e eu corri entendendo o que ele ia fazer, porém entes que eu pudesse chegar ele tinha me trancado.

-TYLER SEU DIABO!
-boca suja priminha. Falou e eu ouvi sua voz ficar distante.
-ABRE POR FAVOR EU TENHO UMA PROVA IMPORTANTEEEE.
-eu também tinha uma reunião importante, tome esse tempo pra refletir.
-TYLERRRRR. Ouvi à porta da sala fechar.

Distanciando, procurei meu telefone por toda parte e lembrei que deixei em cima do balcão de saída. Ele só pode está brincando que vai me deixar aqui, isso não pode está acontecendo, tinha que ser na prova daquele velho chato? Gritei por ele outras vezes, mas sem resposta, estava incrédula de que ele foi trabalhar e me deixou aqui, só pode ter algum problema.

Sem contar que daqui a 30 minutos vou sentir fome!!! Andei de um lado para o outro desesperada e depois de um tempo sentei, deitei, andei novamente, gritei de novo e assim foi passando o tempo. Arrumei todo meu quarto já que não havia mais nada que eu pudesse fazer, toda minha coragem ia embora e eu deitei mais um vez no chão.
-Tyler quando eu vir você, vai me pagar por cada minutos que eu estou perdendo aqui dentro! Cretino!
**
Quando abri meus olhos e olhei pela janela o claro já estava caindo e ao meu redor estava cheio de saquinhos de barras de cereal, as quais estavam na minha mochila. Levantei e tentei abrir a porta mais um vez e por fim estava aberta.

A que horas aquele imbecil havia chegado? Eu só queria um banho e uma marreta pra matar ele, mas primeiro preciso usar o banheiro, sai correndo pela casa quase mijando na roupa e entrei.

Quando sai, fui direto à cozinha, eu precisava comer a todo custo, um boi inteiro pra ser mais precisa.  Coloquei uma panela no fogão pra fazer arroz e ouvi meu telefone tocar, eu até esqueci dele, corri até o balcão e peguei.

-Oi mãe.
-oi mãe? O que aconteceu que você não foi a universidade?
-como você sabe?
-advinha? Pensei por um tempo.
-não adivinhei...
-à universidade ligou pra você e disse que não atendeu então ligaram pra mim querendo saber o motivo de você ter faltado a uma prova certamente importante.
-aaah. Nossa eles são bem eficientes em.
-então...
-foi mal mãe, eu não estava me sentindo bem pela manhã, acordei com muita dor.
-ansiedade? Tá tudo bem? O que tá acontecendo?
-não, não é isso, cólica.
-hmmm, podia ao menos ter avisado.
-eu sei, mas não conseguia levantar.
-foi ao hospital? Seu primo te levou.
-não foi necessário eu tomei um remédio e dormi um pouco. Meu primo me ajudou? Nem em sonho Pensei comigo. Nesses instante Tyler abriu a porta e entrou, olhei pra ele com tanta raiva, queria voar no seu pescoço, ao contrário de mim ele estava agindo como se nada estivesse acontecendo.
-Alissa?
-oi mãe.
-tem certeza que está tudo bem?
-tenho, está tudo bem.
-você perdeu uma prova importante.
-TEM RAZÃO, EU PERDI UMA PROVA MUITO IMPORTANTE. Falei alto pra ele ouvir.
-tá gritando por que?
-também não estou acreditando que perdi.
-a Alissa perdeu o que? Ouvi de longe a voz do meu pai falando. Xiii certamente ele tinha pego o telefone dela.

-VOCÊ NÃO FOI AÍ PRA ESTUDAR??? TÁ PERDENDO PROVA POR QUÊ?
-oi pai... falei depois de afastar o telefone do ouvido com o grito que ele deu.
-ACHA QUE ESTÁ EM LONDRES DE FÉRIAS?
Acredita que o cretino do Tyler percebeu que meu pai estava brigando comigo e sentou no sofá na minha frente tomando uma bebida, visivelmente se divertindo com a situação.
-Não, eu estava... me cortou.
-NAO INVENTE MENTIRAS PRA MIM ALISSA, VOCÊ QUER QUE EU TE TIRE DAÍ AGORA?
-não, não, espera me deixa explicar... Tyler tomou mais um gole, ele conseguia ouvir tudo que meu pai gritava do telefone e concordava com ele, balançando a cabeça.

-eu não fiz porque estava com muita cólica, não consegui ir, tomei um remédio e dormi demais. Minha mãe concordou do outra lado da linha e ele parou de gritar.

Depois de muita conversa consegui convencer ele é me despedi. Quando desliguei Tyler levantou e me deu as costas.
-você não sabe ao menos mentir... falou
-qual o seu problema?? Eu perdi uma prova super importante porque você me trancou no quarto sem água e sem comida. Me aproximei dele e fiquei em sua frente. Tyler mantinha sua cara de quem não dava a mínima e isso me irritava mil vezes mais.

-eu quase perdi o que queria ontem... disse com desdém desviando de mim, porém mais um vez eu impedi sua passagem. Tyler suspirou fundo e abaixou a cabeça um pouco pra me olhar.
-mas não perdeu!
-graças a mim, aliás foi você quem procurou, quantas vezes deixei claro pra você não ficar no meu caminho?
Levantei minha mão pra da um tapa na cara desse arrogante e ele segurou minha mão no ar, quase perto do seu rosto. Fez uma expressão de furioso e me encostou na parede junto do seu corpo.
-se você pensar em me encostar sou eu quem vou bater em você.
-ENTENDEU? Meu peito subia e descia nervosa e alerta por estarmos assim, desse jeito... perto demais...

-eu...
-se acha que isso foi ruim não queira conhecer meu pior, não queira entrar nesse jogo comigo.
- eu te odeio Tyler.
-será? Acho que nem isso você consegue fazer. Ele soltou minha mão ainda comigo contra a parede e retirou meu cabelo de cima do meu peito colocando-o pra trás. Tocou meu pescoço e eu mesmo sem querer arrepiei, eu nunca senti seu toque não desse jeito, parecendo desejo, mas com certeza só parecia... já havia deixado claro que não sou nada atraente e no fundo algo me dizia pra sair antes que ele me falasse isso novamente, porém eu não disse nada. Tyler acariciou de novo minha pele e aproximou ainda mais, meu Deus parecia que mil borboletas voavam na minha barriga senti sua outra mão na minha cintura apertando e me juntando mais ao seu corpo forte e alto, Tyler soltou e foi subindo ela devagar até que encaixou sua mão e apertou meu pescoço olhando pra mim, fechei meu olhos e percebi que algo acontecia no meio das minhas pernas, senti-me molhada a cada toque seu, depois ele retirou e beijou meu pescoço quase chupando e subiu próximo ao meu ouvido.

-se ao menos conseguisse sentir algo por você além de raiva, eu te comeria aqui mesmo... disse de um jeito sexy me provocando.

Terminou de falar e retirou todo seu corpo de mim indo embora.

Eu ao menos sabia o que acontecia agora, não sabia se sentia raiva por ele ter feito o que fez, também sentia meu corpo quente e pedindo o que não devia e por fim tristeza por ele ser tão ruim comigo, por que todas as vezes que Tyler se dirige a mim é como se acertasse em cheio meu coração, como se deixasse uma parte dele gélida como o próprio e sempre apagava mesmo que por um instante uma parte de mim, não entendia como ele, apenas ele conseguia me causar tantas coisas.

Acabei nem querendo fazer nada mais, brigar, gritar, chorar, nem comer por mais que estava com fome parecia que perdia a vontade de fazer qualquer coisa. Eu não devia deixar que Tyler tivesse esse controle sobre mim, mas parece que ele acabou de perceber que tem e se eu não fizer nada vai usar isso contra mim sempre. Acho que o melhor pra mim seria deixar que ele me evitasse completamente.

Em chamasOnde histórias criam vida. Descubra agora