BÔNUS

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DANE

Eu sabia que Luke gostava da Gaby, mas não tanto assim.

Quando ingressei na polícia eu sabia que lá estava o filho do inimigo de meu pai, foi assim que pude usar a situação ao meu favor.

O pai de Luke Leblanc foi o homem que causou o assassinato da única pessoa que amei.

Sempre vivíamos na miséria, foi assim que o meu pai achou uma forma de ganhar dinheiro e dar o melhor para mim e para os meu irmão mais velho.

Mas em uma noite tudo mudou, o encontraram e o mataram sem piedade.

Sua cabeça foi decapitada e mandada para nós dentro de uma caixa de presente juntamente com uma carta onde descrevia os roubos do homem que fora meu pai.

Naquele momento tudo desmoronou e foi aí que resolvemos invadir a empresa que Leblanc usava para lavagem de dinheiro e desvio do seu verdadeiro negócio.

Estava chuvoso naquele dia, assim que invadimos parece que tudo deu errado outra vez, desta vez foi meu irmão quem veio a falecer pelas mãos do cretino.

Foi no momento em que peguei o corpo gélido nos braços que resolvi me vingar. Por Percy.

Estava tudo planejado mas ela apareceu com um sorriso meigo e doce e foi se tornando minha amiga.

A intenção jamais fora machucar ela, porém infelizmente eu não a machuquei com uma arma ou algo do tipo, eu a magooei profundamente ao colaborar com o desgraçado para no fim o próprio filho ter que atirar.

- Droga!- Bato a mão na parede, dando um forte soco.- Por que eu fiz isso? Por nada, só me prejudiquei e afastei pessoas que me trataram bem.

Pego o celular e vejo que passou dois dias.

Preciso ligar para Gaby e explicar a situação.

Disco o número dela que está salvo como "cachinhos dourados" apelido carinhoso.

O telefone toca várias vezes e da caixa postal.

- Como pude querer acreditar que ela me atenderia depois de tudo!- Falo comigo mesmo.

- Então é pra cá que você veio Dane, sabia que te acharia.

- Comandante?

- Em carne e osso.- Blake fala para mim em tom debochado.- Você está preso.

- Mas eu não fiz nada.- Tento argumentar.

- Claro que não. Eu soube que você foi cúmplice do pai de Luke, vão adorar ver um policial na cadeia.

- Blake eu estava infiltrado, a intenção era matar o pai de Luke em vingança.

- Lamento Dane, conversamos quando chegarmos em Nova Iorque.

Coloco as mãos juntas para serem algemadas e sigo para o carro.

(...)

Ser visto como um filho da puta não é nada bom, e ser tratado como lixo é pior ainda.

- Você tem que me deixar falar com ela Blake, por favor!- Imploro.

- Não posso fazer isso, Gaby quase perdeu o bebê depois do incidente.

- Ela está bem?- Pergunto preocupado.

Por culpa da maldita vingança eu apenas pensei em mim mesmo, sem contar com as consequências.

- Sim, por pouco.

- Droga, preciso contar tudo o que aconteceu, não aguento esse peso na minha consciência.

-Vou ligar para ela para ver se ela quer falar com você.- Blake diz ao levantar-se.

Ele fica de costas para a janela enquanto aguarda o telefone chamar.

- Gaby! Como vai?- Ele aguarda a resposta do outro lado da linha.- Tem como dar uma passadinha aqui?- Ele pede.- Que bom, estou te esperando.

Blake desliga o telefone e fico agradecido pela ajuda dele.

- Obrigado.

- Estou fazendo isso por ela, não por você Dane, ela é minha amiga e sei que provavelmente ela está se sentindo horrível.

- Sinto muito.

Passou-se a tarde enquanto eu era interrogado por um dos detetives, nunca o vi antes, mas parece ter feições familiares.

Tentei até agora lembrar de quem ele é, mas infelizmente não consigo lembrar.

De repente parece que o mundo para.

Gaby está com uma roupa mais solta e com o cabelo solto e um salto plataforma nude.

- Quer que eu ou alguém?- O detetive pede para ela.

- Não precisa.

- Gaby me perdoa.- É a primeira coisa que peço ao ver ela se sentar.

- O que você quer Dane? Não acha que estragou demais a minha vida nesses últimos tempos?

- Gaby eu não queria ter feito aquilo, foi um grande erro, nunca quis te machucar, nunca mesmo, você é como uma irmã pra mim.

- Dane para de cena, se fosse realmente meu amigo teria conversado comigo e não me trairia.

Olho para o lado e limpo minha bochecha que está rolando uma lágrima.

- Sinto muito, só me perdoa?- Imploro.

- Não posso.

Ela se levanta para ir embora, olho para o rosto do detetive e me lembro que é um dos comparsas do pai de Luke, filho da mãe.

Ele pega a arma e atira, me jogo na frente da minha amiga e a protejo da bala que a atingiria.

- Dane!!!- Gaby grita e me pega em seus braços.- Ai meu Deus fica comigo.

Ela diz fazendo pressão na ferida.

- Você me perdoa?- Peço com a voz fraca.

- Sim Dane.

- Obrigado.

Já não tenho mais forças para lutar, tudo o que eu queria era o perdão de Gaby, e agora que eu consegui chegou o momento de ir embora.

Pelo menos fiz algo bom, salvei a vida da minha amiga.

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