Capítulo 01 - Ano Novo

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Scarlett Johansson

Sempre gostei de festas de ano novo, adoro a maneira como as pessoas ficam sensíveis e solidárias umas com as outras

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Sempre gostei de festas de ano novo, adoro a maneira como as pessoas ficam sensíveis e solidárias umas com as outras. Como ficam esperançosas, na expectativa de um ano melhor ou como fazem planos e metas para uma limpeza na vida. De um dia para o outro é como se o ano que passou não importasse mais, o foco se torna o futuro.

Ano novo é sobre isso, deixar o velho no passado e criar o novo para o amanhã. É sobre, por um momento, esquecer tudo aquilo que te fez chorar um dia e imaginar quantos sorrisos ainda estão por vir.

E embora essa seja uma teoria tentadora e agradável, também é extremamente fantasiosa. Não há como apagar as dores do passado, assim como não somos capazes de desenhar o futuro como queremos. O que podemos fazer é torcer e buscar uma realidade diferente da que não desejamos.

Não há como ignorar anos de vida e decisões tomadas, mesmo que sejam as piores decisões possíveis. Mas isso é ótimo, porque no fim, descobrimos que aprendemos mais com nossos erros do que com nossos acertos e que a vida está constantemente nos ensinando algo.

Atualmente sinto estar passando por um desses ensinamentos, ou até posso chamar de provação. Não porque não deseje ter o que tenho, mas, porque todos dias sou posta a prova com isso, talvez seja como uma chance diária que recebo para que repense minhas escolhas e descubra onde foi que eu errei.

E a primeira má decisão que me vem à mente? Colin Kelly Jost.

Nos conhecemos na faculdade, ele era o melhor aluno da turma e diversas vezes ganhou prêmios por isso. Sua competência e ambição foi o que me chamou atenção nele e, mesmo que seus pais o pudessem dar tudo, ele corria atrás de construir o seu nome e sua carreira.

Nossos pais faziam parte do mesmo círculo de amigos, sendo assim, eventualmente acabaríamos por nos conhecer. Mas no momento em que nos aproximamos soubemos que teríamos tudo para dar certo e, quando tentamos a sorte, recebemos um feedback positivo dos dois lados da família.

Nosso namoro durou quatro anos, tempo suficiente para muita coisa mudar. Durante os dois primeiros anos tudo foi ótimo, como qualquer outro relacionamento decente, mas os dois últimos anos, bem... já é outra história. As coisas começaram a desandar porque Colin definitivamente estava mudando e não era mais o mesmo do começo. E ainda assim, quando ele se ajoelhou com um anel de diamante e me pediu em casamento, minha única resposta foi "sim, eu aceito".

E eu pensei, pensei mesmo que depois do pedido nosso relacionamento seria revigorado, mas, eu não podia estar mais enganada.

— E vocês dois, já marcaram a data do casamento?

Demoro uns segundos para perceber que a pergunta foi direcionada a Colin e a mim. Automaticamente procuro os olhos do meu noivo e, surpreendentemente, os encontro fixos em mim pela primeira vez na noite. Arrisco dizer até que ele parece surpreso com a visão.

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